segunda-feira, 30 de junho de 2025

HOMILIA PARA O DIA 13 DE JULHO - 15º DOMINGO DO TEMPO COMUM.

 

Peregrinos de Esperança: A Misericórdia que Transforma

Queridos irmãos e irmãs em Cristo,

A Palavra de Deus deste domingo nos põe diante das ricas verdades contidas nas leituras de Colossenses e Lucas, que nos convidam a refletir sobre a nossa identidade como "peregrinos de esperança" em meio a um mundo repleto de desafios e necessidades.

Na carta aos Colossenses, São Paulo nos apresenta uma bela descrição de Cristo, o "Primogênito de toda a criação". Ele nos revela que em Cristo tudo foi criado e que Nele reside a plenitude. Ao ouvir essas palavras, somos lembrados de que nossa esperança não vem de nós mesmos, mas daquele que é a própria essência da misericórdia e da redenção. Aliás, Paulo nos diz que “todo o universo foi criado por meio dele e para ele” (Cl 1,16). Essa afirmação nos convida a reconhecer que, como peregrinos, somos chamados a refletir o amor e a luz de Cristo em cada passo que dermos.

No Evangelho de Lucas, encontramos a parábola do Bom Samaritano. Aqui, Jesus nos ensina sobre a verdadeira essência da misericórdia e do amor ao próximo. O que seria daquela pessoa se o Samaritano não tivesse agido em compaixão? Este apelo à ação nos desafia, irmãos e irmãs. Jesus pergunta: “Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores?” (Lc 10,36). É a responsabilidade de cada um de nós agir como o Samaritano, indo além das aparências e dos preconceitos.

Neste sentido, nossa peregrinação não é apenas uma jornada física, mas uma missão espiritual. Como peregrinos de esperança, somos desafiados a olhar para aqueles ao nosso redor, especialmente os que se encontram caídos e necessitados. É em nossas mãos que se coloca a centelha de Cristo, a capacidade de curar feridas, de acolher e de amar sem limites. Ser cristão é ser um praticante da misericórdia, assim como o Samaritano que não hesitou em se ocupar com o cuidado daquele que estava caído.

Ser peregrino de esperança significa também aceitar que, como discípulos de Cristo, somos chamados a viver a união com Ele e com os outros. Ao reconhecer que Cristo é a nossa esperança, somos motivados a ser agentes de transformação. Paulo nos confirma que “ele reconcilia consigo mesmo tudo o que existe, tanto no céu como na terra, fazendo a paz pelo sangue da sua cruz” (Cl 1,20). Esta é a essência do nosso chamado: ser portadores da paz e da reconciliação em um mundo dividido.

Irmãos, neste ano em que somos convidados a vivenciar a esperança da redenção, lembremos sempre que nossa jornada não é solitária. Estamos juntos, como comunidade, promovendo o amor e a solidariedade. Ao nos tornarmos verdadeiros peregrinos, olhemos para o próximo com o coração aberto, dispostos a agir com compaixão e a semear esperança onde há desespero.

Em cada ato de bondade, em cada gesto de amor, a vida de Cristo se torna visível e palpável. Que possamos ser, então, agentes dessa transformação, iluminando o caminho uns dos outros com a luz que recebemos do Senhor.

Ao final, que cada um de nós saia hoje determinado a viver como verdadeiros representantes da misericórdia de Deus, da esperança que Ele nos oferece. Que, ao lado de Nossa Senhora e de todos os santos, possamos caminhar como peregrinos de esperança, levando amor e cura ao mundo.

Amém.

HOMILIA PARA O DIA 06 DE JULHO DE 2025

 

Queridos irmãos e irmãs,

Hoje, reuni-nos em torno da Palavra de Deus, que ilumina o nosso caminho neste ano santo da redenção. As leituras que ouvimos nos apresentam um convite à reflexão sobre a missão que recebemos como discípulos de Cristo e a esperança que brota em nossos corações.

Na carta aos Gálatas, São Paulo nos lembra que “o que importa é ser uma nova criatura” (Gl 6,15). Todos somos chamados a ser renovados em Cristo, a deixar para trás as velhas amarras do pecado e a abraçar a liberdade e a transformação que vem do encontro com o Senhor. Essa nova criação não é apenas uma chamada pessoal, mas uma convocação à comunidade, a um testemunho coletivo da fé que vivemos e professamos. Nesse sentido, somos peregrinos de esperança, guiados pela luz de Cristo para sermos canais de sua paz e amor por onde passamos.

No Evangelho Jesus envia os discípulos em missão: “Curai os doentes que nela houver e dizei-lhes: O Reino de Deus está próximo de vós” (Lc 10,9). Esta missão é um eco do que recebemos no batismo. Cada um de nós é enviado a anunciar a Boa Nova, a ser portador da esperança em um mundo muitas vezes envolto em escuridão. Em nossa peregrinação, somos chamados a viver a realidade do Reino, a trazer cura e consolo aos que sofrem, e a ser a presença de Cristo na vida dos outros.

A conexão entre essas duas leituras é clara: a transformação que vivemos em Cristo nos envia para a missão. E assim, como peregrinos de esperança, reconhecemos que, mesmo em tempos difíceis, temos a certeza da presença do Senhor caminhando conosco. Ele não somente nos envia, mas também nos dá a autoridade necessária para enfrentar os desafios, conforme escutamos nos versículos finais da missão dos setenta e dois: “Eis que vos dou autoridade sobre todos os poderes do inimigo” (Lc 10,19). Isso nos lembra que a nossa força não provém de nós mesmos, mas do próprio Deus que nos sustenta.

Neste ano santo da redenção, somos convidados a aprofundar nossa relação com Cristo. Que possamos refletir sobre como vivemos nossa missão e como somos testemunhas autênticas desse Reino que se aproxima. Que nossas ações, nossas palavras e nossa vida cotidiana sejam sinais de esperança para todos que encontramos.

Ao caminharmos juntos, como Igreja em peregrinação, recordemos que cada um de nós tem um papel a desempenhar na construção do Reino de Deus. Que possamos ser fontes de esperança e luz para aqueles que ainda caminham nas sombras. E, ao fazermos isso, nos unimos em oração, pedindo a intercessão de Nossa Senhora e todos os santos, para que nos ajudem a ser discípulos fiéis.

Confiamos neste momento a nossa peregrinação ao Senhor. Que Ele nos guie, nos proteja e nos fortaleça nessa caminhada, para que, ao final, possamos todos celebrar a glória de sua redenção.