terça-feira, 12 de agosto de 2025

HOMILIA PARA O DIA 17 DE AGOSTO DE 2025 - SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE MARIA

 

COM MARIA NOS COLOQUEMOS EM PRONTIDÃO PARA O SERVIÇO

No contexto do mês vocacional e do projeto Padres para a Igreja em Santa Catarina, a vocação à vida religiosa é um chamado que ecoa no coração de cada pessoa e ao longo da história da Igreja encontrando inspiração na Sagrada Escritura. Um exemplo disso é a passagem de Lucas 1,39-56, cujo Evangelho ouvimos na liturgia desse domingo e que nos apresenta a visitação de Maria à sua prima Isabel. Neste encontro, percebemos não só a humildade de Maria, mas também sua disposição em servir ao plano divino atitude que o Papa Francisco levou a proclamar Maria como Senhora da Prontidão.  Maria, ao aceitar ser a Mãe do Salvador, exemplifica sua entrega total à vontade de Deus, revelando o que significa viver a vocação em suas mais diversas estados e estilos de vida. Como Maria todos somos chamados ao serviço, à disponibilidade e a prontidão.

A Assunção de Maria, celebração da sua elevação ao céu em corpo e alma, é uma manifestação da esperança cristã de que todos os fiéis participam da ressurreição em Cristo. Maria, como discípula exemplar, nos mostra que a vida religiosa não é apenas um caminho de renúncia, mas uma vocação à vida plena em Jesus. A frase "Cristo ressuscitou como o primeiro dos que morreram" ressalta a centralidade da ressurreição na fé cristã. Assim como Jesus ressuscitou, Maria é levada ao céu, antecipando a glória que espera todos aqueles que seguem o exemplo de fé, de amor e de serviço que ela nos deixou.

Em nosso cotidiano, a entrega de si mesmo se manifesta em diversas formas de serviço ao próximo, na oração e na busca de um relacionamento mais profundo com Deus. Desde o dia do nosso batismo todos somos chamados se nos tornar sinais visíveis do amor divino e da esperança, assim como Maria. Convidados a levar a luz de Cristo, da esperança, e da coragem a lugares onde há dor, solidão e sofrimento, sendo instrumentos de paz e reconciliação.

De modo muito especial, a vida religiosa, que entre nós é testemunhada pelas Irmãs da Sagrada Família e que foi cultivada por longos anos pelos padres passionistas, nos convida a viver em comunidade, um aspecto que se reflete na relação entre Maria e Isabel. Nessa visita, encontramos a beleza da partilha, da alegria e do apoio mútuo, características fundamentais para qualquer vocação cristã. Na comunhão com os outros, os religiosos e religiosas fortalecem sua missão, lembrando que a vocação é também um chamado a sinodalidade, isso é a caminhar juntos criando laços de comunhão.

Ao refletirmos sobre nossa própria vocação, somos desafiados a responder a Cristo com a mesma generosidade de Maria. A Assunção de Maria nos dá um vislumbre do que significa experimentar a plenitude da vida em Deus. Da mesma forma, a vida religiosa é uma preparação para essa plenitude, onde cada um pode descobrir sua identidade em Cristo e na missão que Ele confia.

A vocação à vida religiosa é, portanto, um chamado a ser testemunha da esperança da ressurreição. Como Maria, é importante estar dispostos a acolher e viver a Palavra de Deus, a nos entregar a essa vivência de fé radical. Na celebração da Assunção, lembramos que, em Cristo, todos ressuscitaremos, e assim, somos convidados a viver com a certeza de que a nossa resposta a esse chamado nos permite ser participantes da alegria eterna junto de Deus. Em última análise, a vocação à vida religiosa é uma jornada de amor, esperança e fé que ecoa na certeza da ressurreição.