COM MARIA NOS COLOQUEMOS EM
PRONTIDÃO PARA O SERVIÇO
No contexto do mês vocacional e do
projeto Padres para a Igreja em Santa Catarina, a vocação à vida religiosa é um
chamado que ecoa no coração de cada pessoa e ao longo da história da Igreja
encontrando inspiração na Sagrada Escritura. Um exemplo disso é a passagem de
Lucas 1,39-56, cujo Evangelho ouvimos na liturgia desse domingo e que nos
apresenta a visitação de Maria à sua prima Isabel. Neste encontro, percebemos
não só a humildade de Maria, mas também sua disposição em servir ao plano
divino atitude que o Papa Francisco levou a proclamar Maria como Senhora da
Prontidão. Maria, ao aceitar ser a Mãe
do Salvador, exemplifica sua entrega total à vontade de Deus, revelando o que
significa viver a vocação em suas mais diversas estados e estilos de vida. Como
Maria todos somos chamados ao serviço, à disponibilidade e a prontidão.
A Assunção de Maria, celebração da sua elevação ao céu em corpo
e alma, é uma manifestação da esperança cristã de que todos os fiéis participam
da ressurreição em Cristo. Maria, como discípula exemplar, nos mostra que a
vida religiosa não é apenas um caminho de renúncia, mas uma vocação à vida
plena em Jesus. A frase "Cristo ressuscitou como o primeiro dos que
morreram" ressalta a centralidade da ressurreição na fé cristã. Assim como
Jesus ressuscitou, Maria é levada ao céu, antecipando a glória que espera todos
aqueles que seguem o exemplo de fé, de amor e de serviço que ela nos deixou.
Em nosso cotidiano, a entrega de si mesmo se manifesta em
diversas formas de serviço ao próximo, na oração e na busca de um
relacionamento mais profundo com Deus. Desde o dia do nosso batismo todos somos
chamados se nos tornar sinais visíveis do amor divino e da esperança, assim
como Maria. Convidados a levar a luz de Cristo, da esperança, e da coragem a
lugares onde há dor, solidão e sofrimento, sendo instrumentos de paz e reconciliação.
De modo muito especial, a vida religiosa, que entre nós é
testemunhada pelas Irmãs da Sagrada Família e que foi cultivada por longos anos
pelos padres passionistas, nos convida a viver em comunidade, um aspecto que se
reflete na relação entre Maria e Isabel. Nessa visita, encontramos a beleza da
partilha, da alegria e do apoio mútuo, características fundamentais para
qualquer vocação cristã. Na comunhão com os outros, os religiosos e religiosas
fortalecem sua missão, lembrando que a vocação é também um chamado a
sinodalidade, isso é a caminhar juntos criando laços de comunhão.
Ao refletirmos sobre nossa própria vocação, somos desafiados a
responder a Cristo com a mesma generosidade de Maria. A Assunção de Maria nos
dá um vislumbre do que significa experimentar a plenitude da vida em Deus. Da
mesma forma, a vida religiosa é uma preparação para essa plenitude, onde cada
um pode descobrir sua identidade em Cristo e na missão que Ele confia.
A vocação à vida religiosa é, portanto, um chamado a ser
testemunha da esperança da ressurreição. Como Maria, é importante estar
dispostos a acolher e viver a Palavra de Deus, a nos entregar a essa vivência
de fé radical. Na celebração da Assunção, lembramos que, em Cristo, todos
ressuscitaremos, e assim, somos convidados a viver com a certeza de que a nossa
resposta a esse chamado nos permite ser participantes da alegria eterna junto
de Deus. Em última análise, a vocação à vida religiosa é uma jornada de amor,
esperança e fé que ecoa na certeza da ressurreição.