quarta-feira, 11 de agosto de 2010

PLANO DE CURSO - EDUCAÇÃO E MULTIMEIOS

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
Campus de Joaçaba - Curso de Pedagogia
Componente Curricular: Educação e Multimeios
Educador: Professor Elcio Alberton
E-mail: professor.elcio@hotmail.com e www.padreelcio.blogspot.com
Fone: 41 32750578 ou 99219804

PLANO DE CURSO



1) OBJETIVO GERAL DO CURSO: Formar profissionais em nível de graduação na modalidade de licenciatura para atuarem na em projetos educacionais na docência e gestão de instituições.


2) EMENTA: Estudo dos processos de comunicação e dos recursos tecnológicos na sociedade contemporânea. A utilização das tecnologias no processo educativo. Recursos tecnológicos na educação.



3) JUSTIFICATIVA: As rápidas transformações por que passa a civilização contemporânea exige dos egressos do curso de Pedagogia a capacidade de se adequar cotidianamente a elas e consequentemente aplicar na campo da educação as inovações tecnológicas que se apresentam para o ensino-aprendizagem.


4) OBJETIVOS ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA
1) Facilitar ao futuro professor o conhecimento da história da aplicação dos recursos tecnológicos na educação;
2) Colaborar para que o pedagogo tenha familiaridade com os recursos tecnológicos da atualidade;
3) Despertar no acadêmico a curiosidade investigativa no que se refere ao avanço das tecnologias;
4) Contribuir para que o acadêmico perceba, que não obstante a evolução dos recursos tecnológicos, a pessoa do educador continua sendo indispensável no processo ensino/aprendizagem;
5) Tornar conhecido do professor que se está gestando os diferentes meios e recursos tecnológicos disponíveis e de baixo custo de manutenção;
6) Manusear, com o acadêmico, recursos e tecnologias por meio do uso de laboratórios digitais.

5) PROPOSTA METODOLÓGICA
Aulas expositivas;
Participação dos acadêmicos mediante leitura e apresentação de seminários;
Pesquisa individual e em equipe com a utilização de recursos tecnológicos;
Encontros presenciais com o uso de laboratório de informática;


6) CONTEUDOS


I - INTRODUÇÃO
1. Apresentação e discussão da proposta de estudos;
2. Metodologia de avaliação; Provocações iniciais;
3. Apresentação do professor e dos acadêmicos;
4. Apresentação do plano de curso;
5. Proposta metodológica e procedimentos didáticos.


II – UNIDADE

1. Aprendizagem e recursos didáticos;
2. Recursos didáticos em sala de aula ao longo da história;
3. Conhecendo a educação a distância;
4. História e uso de recursos audiovisuais na educação e na história;
5. Reflexão sistemática sobre as técnicas audio-visuais na educação;


III – UNIDADE

1. Recursos tecnológicos na educação presencial em sala de aula;
2. Recursos tecnológicos na educação presencial além da sala de aula;
3. Recursos tecnológicos na pesquisa e estudo além da sala de aula;
4. Recursos tecnológicos na educação a distância;
5. Recursos tecnológicos como instrumento facilitador da aprendizagem;
6. Recursos tecnológicos indispensáveis à comunicação;
7. Recursos tecnológicos e processo avaliativo;
8. Recursos tecnológicos auxiliares no processo de produção do conhecimento;
9. Recursos tecnológicos na gestão educacional.


7. AVALIAÇÃO

1. Presença mínima exigida de acordo com a lei de 75% nos encontros presenciais.
2. Criação e apresentação de um projeto de curso para o ensino fundamental e/ou médio com a utilização de recursos tecnológicos.
3. Avaliação continuada pelo uso dos recursos tecnológicos disponibilizados pela Universidade.
4. Participação no Seminário indicado como recurso metodológico.



8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. AURICHIO, Ligia de Oliveira. Manual de Tecnologia Educacional, Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1978.
2. BRITO, Luiz Navarro de. Teleducação. Salvador, Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1981.
3. BROWN, W. & LEWIS, B. HARCLEROAD F. Instruccion Audio visual. México, Editorial Trillas, 1977.
4. CASTILLEJO, Tecnologia y educaciona. Barcelona, CEAC, 1986.
5. CHIAPINI, Ligia. Outras Linguagens na Escola. São Paulo, Cortez, 2000.
6. CHADWICK, Clifton B. & ROJAS, Alicia Mabel. Tecnologia Educacional e desenvolvimento curricular. Rio de Janeiro, ABT, 1980.
7. COCHRAN, Kieffer y. Tecnicas audiovisuales. México, Libreria Carlos Cesarman, 1968.
8. DIEUZEIDE, Henri. As técnicas audiovisuais no ensino. Lisboa, Publicações Europa América, 1965.
9. FERREIRA, Daniela Carvalho Monteiro & PAIVA, José Eduardo Ribeiro de. O Áudio na Internet. UberLândia, Edibrás, 2008.
10. FERREIRA, Oscar Manuel de Castro, Recursos Audio-visuais para o ensino. São Paulo, EPU, 1975.
11. ____. Recursos audiovisuais no processo Ensino-aprendizagem. São Paulo, EPU, 1986.
12. GUEDES, Maria Jose. Meios de Ensino. São Paulo, Loyola, 1983.
13. GOMES, Péricles Varella & MENDES, Ana Maria Coelho Pereira. Tecnologia e Inovação na Educação Universitária. Curitiba, Champagnat, 2006.
14. GOMES, Péricles Varella & MENDES, Ana Maria Coelho Pereira. Tecnologia e Inovação na Educação Universitária. Curitiba, Champagnat, 2006.
15. MARQUES, Mario Osório. A escola no Cumpatador. Ijuí, Unijui,1999.
16. MARTINS, Josenei. Sala de Aula sem paredes. Rio do Sul, UNIDAVI,2006.
17. MATOS, Elizete Lúcia Moreira & GOMES, Péricles Varella. Uma experiência de Virtualização Universitária: O Eureka da PUCPR. Curitba, Chapagnat, 2003.
18. MENDONÇA, Heloísa Maria Nóbrega de. Os Meios Audiovisuais e a aprendizagem. Rio de Janeiro, José Olympio, 1974.
19. MIALARET,G. Psicopedagogia dos meios audivisuais. Petrópolis, Vozes, 1973.
20. MORAN, José Manoel. Novas Tecnologias e Mediação Pedagógica. São Paulo, Papirus, 2000.
21. NETO, Samuel Pfromm. Telas que ensinam – Mídia e aprendizagem do cinema ao computador. Campinas, Alínea, 1998.
22. NISKIER, Arnaldo. Tecnologia Educacional. Petrópolis, Vozes, 1993.
23. OLIVEIRA, João Batista de Araújo. Tecnologia Educacional, Petrópolis,Vozes, 1975.
24. ____. Perspectivas da Tecnologia Educacional. São Paulo, Pioneira, 1977.
25. ¬¬____. Tecnologia Educacional. Petrópolis, Vozes, 1982.
26. PEREZ, Marisa Martin. El modelo educativo Del Tecnológico de Monterrey. Mexico, NuevoLeon, 2002.
27. SANCHO, Juana Maria. Tecnologias para Transformar a Educação, Porto Alegre, Artmed, 2006.
28. SENAC. Educação e educação a distância, DVD de entrevistas com professores e pesquisadores. Rio de Janeiro, Centro de Produção de Rádio e Televisão.




Joaçaba, 16 de agosto de 2010.


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Elcio Alberton - Professor

________________________
Marilena Detoni
Coordenadora do Curso

AULAS NA UNOESC... - UNIDADE I

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA
Campus de Joaçaba - Curso de Pedagogia
Componente Curricular: Educação e Multimeios
Educador: Professor Elcio Alberton
E-mail: professor.elcio@hotmail.com
Blog: www.padreelcio.blogspot.com
Fone: 41 32750578 ou 99219804


APRENDIZAGEM x RECURSOS DIDÁTICOS

Sob o ponto de vista da instituição escolar o ensino é antigo e os métodos utilizados no processo ensino/aprendizagem podem ser explicados com a história do Homem que fez uma viagem no tempo.
Por outro lado sob o ponto de vista da tecnologia o processo se renova a cada dia com uma velocidade quase impossível de ser acompanhada. Na prática quem muda constantemente são as pessoas na sua relação com as tecnologias.
No que concerne às mudanças sociais, de nível institucional Harnad afirma que passamos por 4 revoluções no conhecimento humano.
1) Aquisição da linguagem e a possibilidade de comunicação oral;
2) Advento da Escrita;
3) Invenção da imprensa;
4) O caminho interativo.

Graças a esta última revolução a humanidade experimenta uma diminuição no uso dos recursos físicos e ampliação dos recursos virtuais.
Chartier – Aponta três rupturas culturais no processo ensino aprendizagem:
1) Leitura silenciosa e virtual
2) Difusão dos textos impressos
3) Passagem do escrito para o eletrônico
Todavia também este afirma que tudo muda, mas a escola continua a mesma. A grande pergunta que continua a ser feita consiste em buscar responder como aproveitar os recursos que a tecnologia nos oferece.
Mas, se a escola continua a mesma, não obstante inserida numa sociedade em continua mutação o que dizer do professor? Este mudou? Ele não continua sendo o detentor de um “capital” profissional? E nesta condição reproduz exatamente aquilo que aprendeu, ou que leu como uma verdade pronta e acabada? Continua o detentor do saber e que transmite aos demais até se inclui no currículo ensinar sobre recursos tecnológicos na educação.
Por sua vez os alunos:
a) Não aprendem a utilizar os recursos;
b) O professor julga apelativo o uso de recursos;
c) Falta de capacitação sobre o melhor aproveitamento dos recursos;
Os alunos estão acostumados a aprender de muitos outros modos e, sobretudo fora da escola. Já vai longe o tempo em que ficava reservado aos bancos escolares, às bibliotecas escolares e ao professor como transmissor do conhecimento.
Parece imprescindível que se faça alargar o conceito de Didática passando da simples norma fria e técnica para a compreensão que de é mais do que ensinar, e que consiste em influenciar comportamentos.
Isto implica comunicação e utilização de recursos os quais não podem ser vistos apenas como substituto para o professor faltante ou com dificuldades de transmissão de conteúdos.
O aproveitamento dos recursos tecnológicos exige empatia, não a tecnologia pela tecnologia. O efeito do processo reside no efeito do meio. (Exemplo: telejornais ou novelas?).
Todavia o professor continua insubstituível, na medida em que ele medeia o diálogo que conduz ao aprendizado. Neste sentido os professores necessitam atualização, formação constante tanto no que se refere a conteúdos como metodologias e procedimentos didáticos. O contrato didático necessita ser refeito constantemente.
O mais importante não é a atualização de equipamentos, mas seu uso racional. No que se refere ao aprendizado trata-se de utilizar o melhor dos recursos: a pessoa do professor e do aluno.
É muito fácil incorrer em erros no que se refere ao uso das tecnologias e a valorização que delas se faz na medida em que se esquece o que acabamos de citar no parágrafo acima. O recurso tecnológico, como já se disse, não tem finalidade em si mesmo senão em aumentar a eficácia do trabalho das pessoas que efetivamente fazem a educação: professores e alunos.
Para conceituar o que são recursos tecnológicos pode-se dizer que:
As tecnologias aplicadas ao processo de ensino/aprendizagem não se limitam a nenhum meio ou instrumento em particular. Neste sentido se deve admitir que recursos tecnológicos não se resumissem a utilização de uma série de equipamentos. Parece mais adequado afirmar que eles se constituem numa maneira de planejar, realizar e avaliar o processo ensino/aprendizagem. Eles consistem muito mais na combinação de distintos meios que tornem o processo mais eficiente.
È importante reconsiderar que o enfoque principal do processo de tecnificação não pode ir noutra direção senão na valorização primordial das pessoas envolvidas, isto é, alunos e professores. Os melhores equipamentos/recursos serão aqueles que a comunidade escolar seja capaz de melhor explorar todas as suas funções. Pouco ou nada vi acrescentar na eficácia do aprendizado uma série de recursos que sejam subutilizados. Situações desta natureza diminuem os recursos humanos e a qualidade destes em detrimento daqueles.
Por esta razão a primeira atitude do educador não poderá ser a de reservar ou selecionar recursos físicos para uso didático/pedagógico, antes disso precisará levar em conta a matéria prima de que dispõe: o ser humano.
Certamente será possível mensurar o nível de eficiência dos distintos meios utilizados ao longo da história não por eles mesmos, mas pelos objetivos que alcançaram.
Sob o ponto de vista sistemático, quem precisa estar no centro de todo o processo tecnológico é o aluno. Será por conta dele que os meios tecnológicos são ou deixam ser necessários e importantes. Quatro perguntas e sete passos precisam ser considerados no que se refere às tecnologias na arte do aprendizado.
Perguntas:
1) O que devem buscar as escolas e quais objetivos devem ajudar as escolas para que os alunos se realizem?
2) Que experiências de aprendizagem devem buscar os estudantes com o objetivo de alcançar as metas e com quais modos podem levar a bom termo?
3) Quais os ambientes físicos nos quais se podem realizar as atividades em vista dos objetivos e que recursos pessoais convém usar?
4) Quais observações experimentais se devem considerar a fim de que formar um critério para avaliar em que medida os educandos alcançaram os objetivos e como se pode melhora o sistema a fim de que os objetivos sejam mais eficazmente alcançados?

Passos:
1) Definir os objetivos e conteúdos;
2) Selecionar as experiências de aprendizagens mais adequadas e tanto quanto possível individualizá-las;
3) Selecionar um ou mais formatos adequados para as experiências de aprendizagem;
4) Selecionar as instalações físicas para concentrar nelas as experiências de aprendizagem;
5) Designar atividades e responsáveis por cada uma delas;
6) Escolher materiais e equipes adequados;
7) Avaliar os resultados e propor as melhorias para o futuro.

CONCLUSÃO
Os elementos levantados nesta breve exposição ajudam a formar um marco de referência para a aplicação de recursos tecnológicos na educação. Parece claro que o centro de todo o processo é a pessoa que está envolvida na arte de aprender e ensinar (professor-aluno-professor). O aluno deverá ser sempre o centro das preocupações e em vista dele tudo o resto deve ser preparado e planejado. Para personalizar o processo o professor é convidado a perceber como cada estudante tem acesso e faz uso do acesso de que dispõe para o seu aprendizado.
Não é raro que um professor depois de utilizar todos os recursos tecnológicos disponíveis na sua escola termine com uma grande frustração. Outras vezes atribuíra o insucesso do processo de aprendizagem à falta de recursos que esta ou aquela instituição apresenta.
A primeira, elementar e única certeza para a qual todos os professores precisam ter alta consideração consiste precisamente adaptar o que se tem às situações e circunstâncias. A satisfação das necessidades não se dará exatamente pela quantidade de recursos tecnológicos disponíveis, mas pela capacidade de bem explorar o potencial de cada um e das pessoas envolvidas no processo.


Referência Bibliográfica
BROWN e. & LEWIS B, & HARCLEROAD, F. Instrución Audiovisual, México, Editorial Trillas, 1977, p. 1- 48.


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

HOMILIA PARA O DIA 08 DE AGOSTO 2010

XIX DOMINGO DO TEMPO COMUM


Leituras: Sabedoria, 18,6-9; Salmo 32(33);
Hebreus, 11,1-2.8-19; Lucas 12,32-48.


Na última quinta feira ao iniciar o debate com os presidenciáveis a produção do programa responsável pelo evento fez uma pergunta dirigida aos quatro candidatos presentes: "Dentre as três urgências Saúde, educação e segurança, qual delas será a preocupação do seu primeiro dia de governo?". Todos, segundo suas convicções, procuraram responder, entretanto nenhum deles se arriscou isolar uma delas como se esta fosse a mais necessária, ou importante para um governo. Isto deixa a entender que no exercício de uma responsabilidade a pessoa precisa ver globalmente, afinal as situações e soluções nunca se dão de modo isolado.
Parece ser esta a ótica da Palavra de Deus neste domingo. As três leituras apontam para o Reinado de Deus, como realidade ampla e que precisa ser entendido acima de todas as particularidades do cotidiano. O Reinado de Deus não se resume a alguma pequena conquista ou atividade, Ele será tanto mais compreensível quanto maior for a responsabilidade dos que o buscam.
Isto será aplicável aos governos, aos lideres das Igrejas, aos pais de família e a todos quantos estão a frente de qualquer atividade ou são responsáveis pelo bem de outros e consequentemente da sociedade.
No evangelho Jesus conta três pequenas parábolas em todas elas a mensagem central é maior do que o fato por elas relatado. Ele conclui: onde estiver o seu tesouro aí estará o seu coração! E não tenham medo: Deus quer lhes dar o Reino. O Resto? É resto, será acréscimo, virá como resultado do empenho por aquilo que é muito maior. A todos e em todas as circunstâncias Jesus pede uma única atitude: Fiquem preparados!
Isso que Jesus fala no evangelho já estava implícito na primeira leitura: Deus agiu ao longo da história. Tudo o que aconteceu neste tempo é obra de Deus, ou melhor, contou com o seu braço poderoso e por isso ninguém cessa de elevar louvores, como fizemos no salmo responsorial.
Na carta aos Hebreus pudemos perceber como a realidade da fé mudou a vida e garantiu outro modo de vida para muitos ao longo do tempo, isso certamente será dado também a cada um de nós: “A fé é a certeza daquilo que ainda se espera, a demonstração de realidades que não se veem”.
Entre nós existem muitas realidades que são contrárias ao plano de Deus, não dá para fugir da nossa responsabilidade em transformá-las. A pergunta que fez Pedro pode ser feita por cada um de nós: Senhor, é para nós ou para todos que contas estas parábolas?
A resposta de Jesus se aplica ao nosso cotidiano, fiquemos sempre preparados. Um dos modos de nos preparar é reunião festiva da ceia do Senhor que viemos celebrar a cada domingo.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

MULTIPLICAR É PRECISO

SEMINÁRIO QUE BICHO É?


Elcio Alberton
Indicações para realização de seminário.
Texto em vista da disciplina teorias da educação.
Sob a orientação
das Professoras Joana Paulin Romanowski
e Pura Lúcia Oliver Martins

A palavra tem sua etimologia na raiz latina “seminarium” cujo significado quer dizer sementeira. Naturalmente essa palavra significa proliferação, não sem razão o termo passou a ser usado como recurso didático pedagógico para semear ideias.

Segundo Juan Bordenave •: "A palavra seminário tem a mesma etimologia de semente, o que parece indicar que o seminário deve ser uma ocasião de semear ideias ou de favorecer a sua germinação".

De acordo com o texto proposto pelas professoras a realização de um seminário é facilitar aos participantes uma reflexão mais aprofundada de um determinado problema. Trabalho que naturalmente implica atividade de equipe. Por falar em equipe é importante diferenciar equipe de grupo, enquanto o primeiro é um trabalho coletivo o segundo pode significar apenas uma reunião de pessoas onde nem todos visam os mesmos objetivos e interesses.
Algumas condições são essenciais para o bom êxito de um seminário e merecem ser elencadas:
a) Contato íntimo com o texto;
b) Compreensão da mensagem central do texto;
c) Interpretação do conteúdo;
d) Discussão do problema que se apresenta no texto.
Estes quatro pontos estão detalhados num trabalho nosso intitulado: Leitura, análise e interpretação de texto e publicado em nosso blog: www.padreelcio.blogspot.com
Os objetivos do seminário serão tanto mais eficazes quanto maior for o envolvimento de todos os participantes no processo, isso significa dizer quanto mais efetivo for o trabalho de equipe. A realização de um seminário pressupõe um roteiro didático, e pressupõe uma organização mínima a qual pode ser descrita nos seguintes tópicos:
a) Apresentação de um texto base;
b) Indicação das grandes linhas a serem abordadas;
c) Esquema em forma de índice;
d) Roteiro guia para a realização do evento;
e) Análise textual e interpretativa;
f) Pesquisa sobre outras fontes (contextualização);
g) Leitura e exposição resumida do texto;
h) Formulação de perguntas contextualizadas;
i) Indicação de bibliografia de referência.
Estes nove itens supõe que sejam apresentados pelo coordenador, no caso de um seminário em sala de aula pelo professor. Mas também podem ser apresentados e organizados pelos membros da equipe responsável pela condução do evento. Todos eles têm implicância no processo de preparação daí ser importante que os passos sejam executados durante a preparação do seminário, ou melhor, ainda no ato de apresentação do texto base.
No dia da realização do seminário, o coordenador fará bem o seu papel se apresentar um estudo pessoal do que foi proposto, este estudo pode ser em forma de roteiro interpretativo e quanto mais pessoal for melhor será a realização do seminário.
Naturalmente que no dia do seminário todos os participantes já terão lido o texto de referência que foi apresentado e terão contribuições a fazer. Mas, existem ainda outras técnicas, sobretudo se o grupo for grande demais, é importante organizar debatedores que se pronunciem a respeito do tema.
Outro modo de fazer acontecer um seminário será um roteiro de questões o qual apresentado aos participantes pode ser respondido individualmente ou em equipe de acordo com o tema e número de participantes e muito logicamente capacidade de reflexão teórica dos mesmos.
Retomando a afirmação de seminário como sementeira, ou como trabalho coletivo é natural que esteja subentendido o empenho de todos. Espera-se que ninguém vá para o seminário como “expectador mudo”.
De forma nenhuma será de se supor que o seminário seja uma aula expositiva apresentada por qualquer um dos participantes, seja ele professor, coordenador ou outro elemento da equipe.
Feitas estas considerações parece compreensível o esquema geral de um seminário:
a) Introdução pelo professor.
b) Apresentação pelo coordenador.
b.1) Tarefas, procedimentos adotados, cronograma.
b.2) Introdução e contextualização do tema.
b.3) Esclarecimentos em relação ao texto.
c) Execução coordenada das várias atividades propostas.
d) Introdução para a discussão (colocação de elementos mais questionadores)
e) Síntese final.
Existem outros passos para a realização de seminários e roteiros bem mais amplos e elaborados, neste caso estamos nos referimos a seminários realizados dentro de uma sala de aula com tempo limitado e participantes que se supõe tenham nível de reflexão semelhante. De todo modo, qualquer que seja o seminário supõe sempre o conhecimento da totalidade do objeto de discussão por parte de todos os envolvidos, sob pena de não ser um trabalho de equipe, mas de EUquipe e como resultado não se constituir em sementeira de novas ideias.

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

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LEITURA, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS


O que é isso? Para que serve? Porque fazer?

Estas e outras perguntas, por certo fazem parte dos questionamentos de todos quantos se propõe ler e estudar algum texto de pequena ou maior profundidade e extensão. É fato também que raramente alguém se colocará por empenho a leitura e interpretação de texto se este nada tiver a lhe dizer e a contribuir com a sua prática cotidiana.

Nós estamos propondo contribuir com os professores cursistas, tutores, professores formadores e outros que participam do programa de educação a distância denominado: PROINFANTIL. Estendemos nossa reflexão aos mestrandos em educação da PUCPR, segundo semestre 2010, especialmente para os que participam da disciplina Teorias da Educação.

Para tentar encaminhar a reflexão a que nos propomos permitam-nos começar fazendo uma analogia da interpretação de textos com uma metodologia de leitura da Bíblia denominada LECTIO DIVINA, ou LEITURA ORANTE DA BÍBLIA. Este método que teve sua origem na teologia monástica nos primeiro séculos da Igreja. Dentre os expoentes do monaquismo merece citação a figura de São Bento o qual conceituava a LECTIO DIVINA ou LEITURA ORANTE DA BÍBLIA como uma ocupação séria, assídua e participativa que tinha como finalidade transformar a vida e tornar-se um caminho de perfeição.

Em resumo este método consiste em 4 passos:

1) Ouvir a Palavra ( Dispor-se a ela, prestar atenção, ouvir o autor, contextualizar, destacar palavras e frases, fazer relação com outros textos, construir imagens que o texto faz evocar).

2) Meditar o texto ( o que texto diz para mim, quais as implicações para minha prática, refletir sobre o que é mais significativo).

3) O que eu vou dizer para o autor (conversar com Deus a partir do texto lido).

4) Contemplação (qual a minha contribuição para o texto, ou seja, o que eu vou dizer para o autor – no caso Deus - e colocar em prática o que se leu).

Ora, a leitura e interpretação de textos exige um método que contempla de algum modo estes quatro passos, os quais podem ser explicitados da seguinte maneira:

1) LER O TEXTO COMO UM CONVITE PARA O DIÁLOGO COM O AUTOR

A regra básica de toda a comunicação consiste na transmissão de uma mensagem entre o que emite e o que recebe. Um texto é sempre uma codificação do seu pensamento com vistas a decodificação por aquele que irá ter acesso à leitura.

Naturalmente aquele que ouve (que lê, que se propõe decodificar) necessita preparar-se no sentido de dominar á área temática a que se refere o texto. Da parte do decodificador é importante que estabeleça um limite para a leitura, o que se chama unidade de leitura.

É bom fazer a leitura por etapas, valorizando as ideias do autor. Fazer por etapas não significa estabelecer interrupções, sobretudo longas, na decodificação (estudo) de um mesmo tema.

A esta fase chamamos de ANÁLISE TEXTUAL a qual compreende: Leitura completa da unidade cuja finalidade é tomar contato com o texto com vistas a assinalar pontos possíveis de dúvidas que sejam condicionantes para a compreensão da mensagem Conhecer o autor (vida e obras) e familiarizar-se com o vocabulário – formar um léxico com as palavras desconhecidas.

Em seguida é importante contextualizar o texto (Época em que foi escrito, autores a que faz referência, outras doutrinas) e elaborar um esquema que dê visão de conjunto do texto.

UM BOM ESQUEMA MERECE CONTEMPLAR:

1) INTRODUÇÃO

2) DESENVOLVIMENTO

3) CONCLUSÃO

(Atenção: esquema não é resumo e este não é subtração de parágrafos)

O segundo passo na análise e interpretação de texto consiste na:

2) ANÁLISE TEMÁTICA

Este ponto pode ser explicitado como a condição de ouvir o autor e conteúdo da sua mensagem sem intervir nela. Fazer perguntas para o texto e procurar compreender o problema a que o autor se refere ou que quer responder. Procurar captar a ideia central do texto a qual pode ser expressa por meio de um juízo completo.

No processo de audição o decodificador deve fazer um raciocínio sobre o texto, entrar no pensamento do autor e ver como ele trabalhou (argumentou) para demonstrar as suas convicções. Observar a relação que o autor faz com outros temas correlatos, qual o tronco comum e quais as ideias complementares. Isso tudo servirá como base para a síntese. Isso é o que se pode chamar de roteiro de leitura.

O terceiro passo consiste na:

3) ANÁLISE INTREPRETATIVA

Interpretar = tomar posição, superar a estrita mensagem do texto, ler as entrelinhas, criar diálogo, explorar as ideias expostas. Em resumo: falar com o autor!

Até aqui o autor falou com o leitor, agora é o momento de estabelecer a contramão o que significa:

3.1 Situar o pensamento num contexto mais amplo;

3.2 Associar e aproximar ideias;

3.3 Formular juízos e tomar posições;

3.4 Se for o caso fazer críticas às posições do autor.

E finalmente o quarto passo implica em:

4) TOMAR POSIÇÃO (E agora José?)

Levantar o problema a ser resolvido realizar uma síntese pessoal contextualizada. Tal atividade pode ser a produção de um texto, de um relatório, de um esquema, a realização de um seminário, a elaboração de um artigo científico, de um trabalho de conclusão de curso, etc.

A conclusão sempre implica em retomar os pontos abordados e tanto quanto possível socializá-los!

domingo, 25 de julho de 2010

HOMILIA PARA O DIA 25 DE JULHO 2010

17° DOMINGO DO TEMPO COMUM



Leituras: Gênesis 18, 20-32; Salmo 137(138);
Colossenses 2, 12-14; Lucas 11,1-13

Certamente já experimentamos a sensação de estabelecer um diálogo com uma pessoa que está hierarquicamente superior a nós na escala profissional ou social e porque não também familiar. Começar uma conversa com o diretor, supervisor, superior imediato, com o Pai ou a mãe, em muitas ocasiões é sempre um desafio e está cercado de diversos mitos e muitas vezes medos. Em todas estas situações é necessário medir bem as palavras que se pretende usar e obviamente calcular os efeitos de cada uma delas.
Pois é isto o que acabamos de ouvir nas leituras deste domingo. Abrãao precisou intervir em favor do povo que não correspondeu à aliança que havia estabelecido com Deus. Embora ele saiba que Deus é justo e misericordioso ele também reconhece que Deus abomina o ímpio e o pecador. No final do diálogo, bem sucedido, o patriarca alcança aquilo que esperava: Deus perdoa a todos por conta dos poucos que lhe foram fiéis. Uma vez mais ele se revela exatamente aquilo que é: Compassivo e cheio de misericórdia.
Já São Paulo na carta aos Colossenses, faz um pedido firme e corajoso: Se Deus perdoou as nossas faltas porque não somos capazes de viver conforme esta graça?
E na narrativa de Lucas o Pai nosso é ensinado no contexto do reconhecimento de quem é Deus e do que ele é capaz de fazer em favor dos que a ele recorrem com confiança. Na medida em que o ser humano reconhece os atributos divinos o coração de Deus se compara ao amigo que atende aquele que bate a qualquer dia e qualquer hora. O ensinamento se conclui com a expressão: Deus sabe dar coisas boas àqueles que lhe pedirem. Isso certamente coloca Deus muito acima dos nossos interesses imediatos e mesquinhos. Nossos incessantes pedidos do tipo “barganha”, “negócio”, “toma lá da cá” do tipo Teologia da prosperidade, certamente não encontra espaço neste diálogo e nesta forma de reconhecer Deus e a sua misericórdia.
Em resumo parece que as leituras nos ensinam a fazer nossas orações numa estreita sintonia com a vida, com nossa prática cotidiana. Nossa oração não encontra fundamento fora da dimensão do fazer e do ser. Nossa oração é complemento de tudo o que somos e fazemos. Ou como diz um velho provérbio da Igreja A gente reza aquilo que acredita e acredita conforme aquilo que reza.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

HOMILIA PARA O DIA 18 DE JULHO 2010

HOMILIA PARA O DÉCIMO SEXTO DOMINGO COMUM



1ª Leitura - Gn 18,1-10ª; Salmo - Sl 14,2-3a.3cd-4ab.5 (R. 1a)
2 ª Leitura - Cl 1,24-28; Evangelho - Lc 10,38-42


“Falar é prata escutar é ouro”, diz um ditado popular muito usado lá em Santa Catarina. De fato quantas vezes já experimentamos isso em nossa vida. De diversos modos percebemos que o silêncio fala mais alto e cala mais profundo quase sempre trazendo melhores benefícios.
Pois é sobre a arte de escutar que tratam as leituras deste domingo. No texto do Antigo Testamento é Abraão quem escuta a voz de Deus e por meio de uma visita inusitada vê cumprida a promessa segundo a qual seria Pai de uma descendência numerosa. Acolhendo os peregrinos desconhecidos, ouvindo o que estes tem a dizer, eis que se realiza a maravilha da vida em sua esposa Sara.
Já na segunda leitura São Paulo, referindo-se aos que ouvem a Palavra de Deus, afirma: “A estes Deus quis manifestar como é rico e glorioso entre as nações este mistério: a presença de Cristo em vós, a esperança da glória”. Esta atitude os torna perfeitos em si mesmos e na união com Cristo.
Da nossa parte rezamos com o Salmista: Vai morar na casa de Deus quem é capaz de viver segundo a palavra que ouviu. Vai morar na casa de Deus aquele que não se mistura com a corrupção e toda forma de desrespeito para com a pessoa no cotidiano das relações humanas.
E finalmente na palavra do Evangelho Jesus conclui com um convite ao mesmo tempo em que uma chamada de atenção à Marta que se preocupa com tantas coisas menos em ouvir aquilo que interessa no momento oportuno: “Marta, Marta, tu te preocupas com tantas coisas, uma só é necessária. Maria Escolheu a melhor parte e esta não lhe será tirada”.
Esta celebração de ação de graças nos convida a fazer um balanço das nossas escutas e das nossas respostas. A quem e a que tipo de palavra costumamos dar ouvido e quiçá até colocar na prática cotidiana? Nossa preocupação está centrada em receber orientações seguras ou nos colocamos de modo atabalhoado num ativismo desenfreado como se o mundo fosse acabar amanhã e dependesse do nosso corre-corre cotidiano como se fôssemos os novos salvadores da pátria.
Que a palavra nos converta e nos faça mais e melhores ouvintes das boas noticias que o Senhor nos dá a cada dia e de muito modos.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

HOMILIA PARA O DIA 11 DE JULHO 2010

VAI VOCÊ E FAÇA A MESMA COISA...




Leituras: Deuteronômio 30,10-14; Salmo 68(69);
Colossenses 1,15-20; Lucas 10, 25-37.

Não é raro encontrar pessoas no semáforo fazendo malabarismo, crianças brincando de estátua nos cruzamentos movimentados da cidade, cadeirantes solicitando esmola no ponto de ônibus. E assim por diante! Nossa sensação é que somos impotentes para resolver tantas situações de humilhação e desrespeito da dignidade que vemos por todo o canto.
Por outro lado são muitas as iniciativas que visam promover e devolver a dignidade perdida a muitos irmãos e irmãs. São serviços da Igreja, entre eles vale lembrar a Pastoral da Criança, são serviços de outras instituições, clubes e associações.
São pessoas que por própria força de vontade mudam a sua condição de vida. Há algum tempo vi num jornal de Curitiba o exemplo do professor de Filosofia, portador de uma doença degenerativa que o levou a cegueira. Nesta condição ele andava no ônibus ensinando filosofia e ajudando os passageiros a filosofar.
Diante de tudo isso cabe a cada um de nós a mesma resposta que Jesus deu ao doutor da lei: Vai Você e faça a mesma! Certamente não basta dar uma esmola, fazer uma caridade, já é alguma coisa, mas existe ainda muita iniciativa ao nosso alcance para que não fiquemos nos perguntando quem é o meu próximo, e pelo contrário nos façamos próximo do nosso irmão.
Ao apresentar a atitude dos três personagens no Evangelho Jesus nos ajuda a compreender o que é o cerne da sua mensagem: “a oração não pode ser separada da vida de cada dia”.
Isso já estava na lei, como nos foi proclamado na primeira leitura de hoje: “a palavra está bem ao teu alcance, está em tua boca e em teu coração para que possas cumprir”. E nós respondemos no salmo: Suas palavras Senhor são mais doces que o mel.
Cumprir a palavra de Deus foi o maior ensinamento de Jesus e isso ele o fez com a sintonia entre o que fez e aquilo que falou.
Daí que nunca nos cansamos de pedir sempre ao Pai que nos ajude a viver com coerência aquilo que professamos com palavras.

sábado, 3 de julho de 2010

HOMILIA PARA O DIA 04 DE JULHO


SOLENIDADE DE SÃO PEDRO
E SÃO PAULO





Leituras: Atos dos Apóstolos 12, 1-11; Salmo 33(34);
2ª.Timóteo 4,6 -8.17-18; Mateus 16,13-19.




Pronto. A copa terminou. O hexa foi adiado de novo. Talvez seja 2014 a nossa vez. Mas a responsabilidade por essa frustração recai sobre as costas do treinador, ou será por conta da expulsão do Filipe Melo. Quem sabe não foram os erros dos juízes. Bom, as possibilidades, explicações e justificativas são tantas que certamente nem vale a pena gastar tempo procurando explicações ou culpados. O fato é que nossa seleção foi pra África com a intenção, o apoio e a garra para fazer jus ao título de seleção favorita.
Quem sabe poderíamos aplicar as Palavras de São Paulo aos jogadores da nossa seleção e de todas as que se despediram da África antes mesmo do que esperavam: “Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé”.
Esta afirmação de Paulo na segunda leitura de hoje ele faz já na prisão pouco antes de ser executado. Estava convencido que tudo aquilo que havia feito teve um único objetivo: Manifestar a convicção que tinha nas palavras e na pessoa de Jesus de quem ele se fez apóstolo. Tal como Paulo é possível dizer que também a nossa condição de cristãos se compara a uma copa do mundo. Jogamos num time não por causa de nós mesmos e de nossos interesses, jogamos por causa do Reinado de Deus. Entramos em campo no dia do nosso Batismo. Naquela ocasião nossos pais falaram por nós tal como Pedro proclamou no evangelho de hoje: “Eu creio que tu és messias o Filho de Deus vivo”. De lá para cá viemos nos esforçando para aperfeiçoar em nossas vidas as certezas que nossos pais nos transmitiram.
Jogar na seleção de Jesus Cristo, certamente impõe pra todos muitos desafios, maiores até do que as forças parecem suportar. Eis que se apresenta o testemunho de Pedro, que ouvimos na primeira leitura: “Agora sei que o Senhor enviou seu anjo para me livrar”.
A esta altura da competição não basta ficar procurando quem são os culpados pelas derrotas do nosso cotidiano, nem muito menos centrar atenção em nossas fragilidades ou nas fraquezas alheias, nem muito menos nos pecados da nossa Igreja. Certamente será importante reconhecê-las sim, mas não perder tempo com elas.
Pedro e Paulo superaram diversas dificuldades e isso só foi possível graças ao amor que tinham por Cristo e a determinação do seu testemunho. Nossa Igreja é santa e pecadora, dela e de todas as suas virtudes e fracassos somos participantes. Nós, os membros ordenados, que desempenham tarefas e serviços na Igreja entre eles, e de modo especial, a pessoa do Papa Bento XVI. O momento e a condição não é a de atirar pedras e encontrar culpados é procurar saídas e pedir que Deus mesmo continue nos ajudando a viver de tal modo que perseveremos no ensinamento dos apóstolos e sejamos um só coração e uma só alma.
Que esta Eucaristia nos torne cada vez mais disponíveis para Deus e para nossos irmãos.

sábado, 26 de junho de 2010

Homilia para o dia 27 de junho 2010

13° DOMINGO DO TEMPO COMUM



Leituras: 1Rs 19, 16b.19-21; Salmo 15(16);
Gálatas 5, 1.13-18; Lucas 9, 51-62.



Em tempos de copa do mundo é comum ouvirmos da boca dos comentaristas esportivos e dos próprios atletas afirmações do tipo: O adversário é uma equipe coesa, é preciso jogar com determinação, uma vacilada do ataque ou da defesa vão comprometer o resultado da partida. E assim por diante. Ontem, em entrevista sobre sua trajetória desportiva o ex-técnico da seleção brasileira recordava os sucessos e insucessos de sua carreira e do futebol brasileiro. Como resumo de suas declarações se pode concluir que tudo no futebol dependeu e obviamente depende do espírito de equipe e da determinação dos que estão à frente de cada jogada.
É mais ou menos esta a lição que nos dá a liturgia da Palavra deste domingo. No Evangelho é Jesus mesmo quem coloca em xeque algumas das práticas mais sagradas para o povo judeu: “deixa que os mortos enterrem seus mortos”. Ou “quem põe a mão no arado e olha para trás não é digno de mim”. Nas duas circunstâncias não estão sendo colocadas em dúvida os deveres familiares e a piedade em relação aos mortos. Pelo contrário, o que Jesus quer que fique entendido é a determinação para a missão. Se estivesse fazendo um comparativo com a seleção brasileira talvez pudesse dizer “quem não tem espírito de equipe em favor da camisa amarela não merece ser escalado”.
O que Jesus disse aos seus discípulos e, de certo modo, exigiu de cada um deles continua sendo um convite e desafio para cada um de nós: Em se tratando do projeto do reinado de Deus formamos uma grande família, ou vestimos a camisa em favor de todos , ou permanecemos insistindo em jogadas que já são conhecidas dos nossos adversários e corremos o risco de entrar em campo e fazer vexame.
Em outras palavras foi isso o que ouvimos na primeira leitura. Eliseu não duvidou em seguir os passos de Elias. Compreendeu o espírito que animava a atitude do profeta ao lhe dirigir o chamado, seguiu com determinação os passos do profeta deixando para trás tudo o que não era condizente com este novo estivo de viver.
É isso também o que fala São Paulo na segunda leitura. Quem foi libertado por Cristo tem agora uma única atitude: Viver de acordo com a condição que experimentou pois tudo isso foi uma conquista realizada por meio da graça de Deus na pessoa de Jesus.
Deus já fez quase tudo, a nós resta correspondermos aos dons que recebemos por meio de vida correta e santa. A assembleia dominical, a Eucaristia e a Palavra que participamos nos transmitam uma vida nova que nos faça produzir frutos.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

IDENTIDADE E CRISE DO SER PROFESSOR


“TO BE OR NOT TO BE THAT IS THE QUESTION”




Elcio Alberton
Comentários ao texto
A Identidade e a crise do profissional docente
De Liliana Lemus Sepúlveda Pereira e
Zildete Inácio de Oliveira Martins


A pergunta outrora formulada por Shakespeare, e para outras circunstâncias bem pode ser aplicada aos questionamentos levantados no texto em questão. A intenção das autoras consiste em buscar algumas respostas que possam apontar uma identidade para o ser professor.
A primeira afirmação reside em constatar que as mudanças tecnológicas, sociais, econômicas e comportamentais exigem reconsiderações em relação ao papel da escola e do professor e a influência destes entes no corpo mesmo da sociedade em mudanças. A nosso modo de ver, a expressão “mudanças vertiginosas”, usada pelas autoras bem caracteriza o que estamos vivenciando no cotidiano. Talvez não se possa dizer que a escola não acompanha, mas que o modo de fazer escola e de se professor não tem acompanhado. Naturalmente estas circunstâncias afetam o todo da docência e isto não pode ser compreendido apenas a partir do indivíduo, mas do conjunto da ocupação do SER PROFESSOR, como que fazendo uma afirmação: Nas veias do professor corre sangue de “professorado”.
Nesta perspectiva a afirmação de Nóvoa (1992) “Identidade consiste em ser e sentir-se professor” culmina com a “construção de maneiras de ser e de estar na profissão” cuja abrangência é muito maior do que o puro exercício da docência em regência escolar. Ser e estar professor implica na compreensão profissional capaz de superar a dicotomia entre transmitir conhecimentos e produzir saberes (regência e pesquisa).
Estas circunstâncias se aproximam da compreensão da sociedade em contínua transformação na qual a identidade docente, de modo algum, pode ser compreendida como algo estático, fixo e não suscetível de mudanças posto que inserida no contexto tal como já afirmamos ao tratar do profissional em tempos de mudança. O desafio que persegue a questão da identidade é facilitar ao educador acompanhar o ritmo veloz das transformações do mundo contemporâneo.
Ser professor e dar significado à docência é uma arte que exige constante avaliação na totalidade do existir como tal, isto é, a identidade merece ser vista segundo “os valores, história de vida, representações, saberes, angústias, anseios e sentido que tem o professor em sua vida”.
A frase que cunhamos acima (Nas veias do professor, corre sangue de professorado), parece se enquadrar na questão da identidade e dos relacionamentos. Em outras palavras o professor é autor de sua identidade e ator dela na medida em que atua como membro do “professorado”.
Ele se dá a conhecer como tal na medida em que conhecendo, seja também capaz de produzir conhecimentos e criar condições para que o conhecimento aconteça. Este modelo de professor é o que pode ser chamado de profissional em contínuo processo de formação que alcança a vida, a profissão e a escola.
Sem dificuldade de se constatar uma nuance que dificulta dar uma identidade à profissão da docência reside na situação do profissional da educação, que por “N” razões não pode ser enquadrado numa categoria profissional e nem muito menos possa gozar do amparo legal de um órgão que lhe represente como são os chamados “conselhos” de profissões. O docente vive entre o limite da identidade e da impossibilidade, sobretudo, por conta das distintas atividades que exerce, muitas vezes fazendo da tarefa de ensinar um “bico” cuja finalidade subliminar reside unicamente num reforço para o orçamento.
Outra verdade a ser considerada exige das universidades e cursos de formação de professores que sejam efetivamente lugares de preparo de professores para muito além do que já denominamos regente de classe. Nossos cursos de formação para o magistério precisam “desconstruir a figura do professor não pesquisador e sem produção própria, criativa e continuada”.
Em síntese é preciso afirmar que a identidade docente passa pelo processo de crise, no sentido de “acrisolamento” entendida como situação positiva por meio da qual o profissional enfrenta os desafios típicos da profissão e da sociedade contemporânea.
É pertinente compreender a questão da identidade a partir da constatação que o professor é um intermediário de três mundos (objetivo, subjetivo e produtos do espírito humano). Neste sentido ele se deparará com a outra função profissional que é a “tomada de decisões subjacentes aos fenômenos observáveis do ensino aprendizagem”.
Para concluir parecem ser pertinentes as afirmações de Libâneo (1998) enumerando as atitudes docentes diante do mundo, às quais sintetizamos nos itens a seguir:
1) Assumir o ensino como mediação;
2) Ultrapassar o conceito de pluridisciplinaridade para interdisciplinaridade;
3) Fazer da educação um espaço para ensinar a pensar e ensinar a aprender;
4) Ser um facilitador da apropriação crítica da realidade;
5) Melhorar sempre no que se refere ao aspecto da interatividade e da comunicação;
6) Reconhecer a importância e a força das novas tecnologias no mundo da educação;
7) Conviver com a diversidade e a diferença;
8) Assumir a atualização como ingrediente indispensável do SER PROFESSOR;
9) Além de “profissional do ensino” o docente precisa ser “Mestre de humanidades”;
10) Ser o primeiro a manter uma postura ética diante das pessoas e de toda a existência.

Dito isto é possível concluir que a crise de identidade é realmente um “acrisolamento” no sentido que motivam a “reflexão o senso crítico, a liberdade de atuação, e os movimentos em vista de uma nova visibilidade para a categoria”.
A nova imagem da docência e o do profissional se delineará na medida em que os envolvidos deixarem de ser executores de decisões tornando-se sujeitos da “arte de fazer educação” a qual se caracteriza pela capacidade de manejar conhecimentos diante dos desafios que se lhe apresentam cotidianamente.
Este processo redundará numa nova imagem do magistério que se valorizará a si mesmo por meio de uma atividade crítica, reflexiva, transformadora capaz de prestar serviços que construirá cidadãos que gozem daquilo que no nosso projeto de pesquisa denominamos “Policidadania”.



sábado, 19 de junho de 2010

HOMILIA PARA O DIA 20 DE JUNHO 2010

12° DOMINGO DO TEMPO COMUM
Leituras: Zacarias 12, 10-11;13,1; Salmo 62 (63);
Gálatas 3,26-29; Lucas 9, 18-24


Estamos acostumados com a condição de nos responsabilizar por nossas escolhas. Isto é, na medida em que tomamos alguma decisão temos igualmente a certeza que precisamos arcar com as consequências das escolhas que fazemos. Bem sabemos que muitas das nossas opções acabam exigindo da gente esforços até maiores do que nossas próprias forças. Entretanto nem por isso deixamos de agir segundo os ditames de nossa consciência.
Esta prática mais ou menos corriqueira para nós não parece ter sido diferente na época de Jesus. No Evangelho que acabamos de ouvir os discípulos manifestam sua convicção e, por meio da palavra de Pedro, atestam que Jesus é o Messias filho do Deus Vivo. Naturalmente que Jesus aceita essa adesão voluntária e decidida deles não sem antes acrescentar como conclusão: Este que Vocês manifestam ser o Filho de Deus vai sofrer muito, morrer e ressuscitar. Quem se arrisca a fazer a afirmação que declaram precisa ter a coragem de tomar a sua cruz de cada dia e seguir os passos do messias.
Este que os discípulo reconhecem como Messias é o que foi anunciado na primeira leitura: Servo sofredor sobre quem o Espírito de Deus fará descer graça e salvação às quais serão distribuídas para todos os que creem. E isto fica claro nas palavras de São Paulo, na segunda leitura: Não há mais judeu nem grego, nem escravo nem livre, todos estão revestidos de Cristo pela graça do batismo.
O que se deu com os discípulos de certo modo continua se repetindo em cada um de nós. Se proclamamos que Jesus Cristo é o Senhor somos também desafiados a carregar nossas cruzes cotidianas. Em meio a tantas dificuldades e provações responder sobre nossas convicções em relação à pessoa de Jesus implica em praticar o que afirmamos. E, nesse caso, realizar as mesmas obras de Jesus conforme rezamos há pouco: “Senhor, nosso Deus dai-nos por toda a vida a graça de vos amar e temer, pois nunca cessais de conduzir os que firmais no vosso amor”.
Que esta Eucaristia e palavra assim nos ajudem!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

FORMAÇÃO DOCENTE: DESAFIOS PERPESPECTIVAS



Para fazer o relato da experiência, servi-me das reflexões em aula, de leituras e da entrevista com dois professores de cursos de licenciatura. Ouvi diversos alunos do projeto PROINFANTIL, programa do governo federal de formação em exercício, do qual participo na condição de professor formador.
Particularmente o texto do professor Julio Emilio Diniz Pereira (1999) faz algumas afirmações com as quais concordo integralmente, tanto mais que elas se enquadram no nosso projeto de pesquisa.
A primeira afirmação que julgo importante está expressa do seguinte modo: “Outro equívoco consiste em acreditar que para ser bom professor basta o domínio da área do conhecimento específico que se vai ensinar”. O autor discorre sobre essa sua convicção e conclui dizendo que uma necessidade da qual não se pode prescindir será fazer investimentos na formação considerando o professor na sua vivência de trabalho coletivo; no contexto do ser professor desde a sua prática teorizada e vice-versa e que parta para ensinar desde as demandas dos alunos e da escola.
A certeza do autor reside em fazer dos cursos de licenciatura lugares de cultura colaborativa e de responsabilidade em relação à qualidade, muito mais do que reprodutores de demandas programadas e pré-determinadas, mas que em nada, ou quase nada tem de relação com o cotidiano da escola e da vida dos seus formandos.
O autor a que nos referimos cita Magda Becker Soares fazendo suas palavras às da professora quando afirma: “as universidades cumprem sua função pública ao preparar um tipo diferenciado de professor, e não, necessariamente, ao atender as demandas de mercado”. O professor será tanto mais coerente com a sua missão quanto mais “incorporar a postura de investigador em seu trabalho cotidiano na escola e na sala de aula”.
Concluindo o pensamento do autor somos integralmente de acordo que “formar professores é uma tarefa bastante complexa” e que mais do que responder ao “O QUE” será necessário responder ao “COMO” do processo. Este salto de uma para outra pergunta poderá facilitar a compreensão do que significa formar professores investigadores e agentes de mudança na educação brasileira.
É nesta perspectiva que está o nosso projeto, o qual pensamos poder resumir com as seguintes palavras: “O texto tem por objetivo apresentar uma proposta de política pública para a formação de docentes que leve em conta muito mais do que os aspectos intelectuais e cognitivos na formação de docentes. As expressões “policidadania” e “mistagogia” empregadas ao longo das reflexões têm o intuito de ajudar a perceber que a proposta em questão adquire uma impostação particular e bastante nova no mundo da educação. Os dois vocábulos são conceituados e descritos como uma nova feição em relação à formação e às políticas públicas para as quais todos são chamados a se voltar quando se trata de estabelecer um processo formativo e de gestão na educação. No conjunto do texto é possível perceber que uma coerente política de formação de professores exige superar a mera transmissão de conhecimentos e tende necessariamente a se abrir para uma nova forma de ver o sistema educativo como instrumento formador de cidadãos integrados e integradores. No decorrer do processo formativo e ao longo do exercício profissional mais do que receptáculos de conteúdo os educadores merecem ser reconhecidos e tratados como pessoas antes que vistos na condição de profissionais. O eixo integrador da proposta está fundamentado no ensino social da Igreja Católica e sua participação no campo da educação e formação do cidadão em sua função de educador e formador”.
Sob esta ótica também analisamos as repostas que obtivemos dos dois professores entrevistados e que anexamos a este trabalho. Fazemos questão de comentar duas das respostas oferecidas por nossos colaboradores. O professor que trabalha com a curso de matemática falou sobre a relação entre formação e campo de trabalho na questão 6 com as seguintes palavras: “Contempla principalmente na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, a qual todos os alunos devem fazer, onde o tema é escolhido pelo aluno e orientado por um professor. Consiste em que o aluno possa no decorrer da sua prática fazer uma pesquisa do tipo pesquisa-ação”.
Já o professor de pedagogia no curso da mesma licenciatura escreveu: “O curso de Pedagogia tem que contemplar a formação para a pesquisa, pois não se concebe um profissional de educação que não se debruce sobre sua prática, que não questione suas ações, metodologia e estratégias, que não busque aperfeiçoar-se continuamente. Procuro apresentar questões-problema, para que os acadêmicos reflitam, pesquisem, discutem, posicionem-se, construam argumentos e sintam a necessidade de não aceitar passivamente o que se diz, mas que procurem comprová-lo, levantando e testando hipóteses”.
Pode-se notar nas respostas dos dois professores que o segundo tem uma visão mais continuada do processo formativo e da relação com a prática, já o primeiro se restringe ao momento do curso, como que culminando com o “temeroso TCC” o qual eu prefiro ironicamente qualificá-lo de “cavernoso” no sentido que muitas vezes se limita a cumprir um preceito legal e avaliativo do formando, mais do que expressar sua convicção em referência ao objeto pesquisado.
Já por sua vez no programa PROINFANTIL, cuja formação se dá no exercício é muito mais fácil perceber a relação que se estabelece entre o processo formativo e o cotidiano da ação procurando responder às exigências dos Centros de Educação Infantil e dos que ali participam do processo formativo. Embora o programa seja uma imposição legal o seu desenrolar foi pensado e é executado facilitando ao ‘professor cursista’ encontrar uma nova identidade para a função de SER EDUCADOR.
É neste contexto que reafirmamos a importância de desenvolver no processo de formação de docentes uma mística policidadã que facilite aos nossos educandos/educadores rever cotidianamente a sua condição de “professores/educadores” muito mais do que distribuidores de verdades, saberes e conhecimentos.

SABERES DOCENTES

COMENTÁRIOS AO TEXTO SABERES PROFISSIONAIS DOS
PROFESSORES E CONHECIMENTOS UNIVERSITÁRIOS



Tardif, Maurice. Saberes Docentes
Formação Profissional.
Petrópolis, Vozes, 2008


Os inúmeros desafios do cotidiano da docência exigem que os profissionais respondam a algumas questões que são sempre pertinentes e presentes na arte de mediar saberes.
Conforme comentamos no texto que trata do professor como um profissional da contradição, parece oportuno que tratemos da questão dos saberes sob a mesma ótica. Isto é, ao perguntar-se sobre quais saberes são necessários há que responder em primeiro lugar a partir de onde o docente está fazendo esta pergunta. E mais ainda para onde ele quer caminhar com tais questionamentos.
A prática da docência está inserida numa conjuntura social que se modifica a velocidade da luz e que exige sempre novas respostas. Sem precisar nos alongar poderíamos discorrer muito sobre a modalidade de saberes cuja perspectiva se abre com o ensino a distância.
Sob este ponto de vista com toda a obviedade o profissional da educação terá um sem números de novos desafios e porque não dizer de necessidade de novos saberes.
De qualquer modo é claro que os profissionais da educação necessitam desenvolver e promover saberes que alcancem o campo da cientificidade daquilo que especificamente se propõe ensinar sem, contudo, descuidar de saberes que se ampliem para as demais ciências sociais e do conhecimento do ser humano.
Aceitar ser avaliado por quem partilha dos mesmos ideais e angústias é um elemento importante posto que esta condição ajude o professor ampliar sua bagagem de conhecimento que se estenda para além da tecnicidade. A isto o autor chama de formação continuada e contínua, os dois termos que parecem exprimir o mesmo resultado são, todavia, distintos e se completam. Uma abertura para formação contínua será muito mais do que aprender para colocar em prática. Bastantes vezes a formação se resume a aquisição de novas técnicas e quiçá métodos para ensinar. Com absoluta certeza isso não pode ser entendido como formação contínua. Este vocábulo parece expressar muito mais que o professor merece estar sempre pronto a adquirir novos saberes os quais o projetarão para novas aventuras na “arte da docência”.
Os questionamentos da contemporaneidade, o advento de novas tecnologias e de incontáveis outros desafios geraram no mundo da docência uma crise, diria sem precedentes. Crise no sentido de quebra de referenciais uma vez que os chamados saberes estáveis foram sendo desqualificados ou, em outras palavras, cotidianamente superados.
A crise a que o autor se refere não me parece que deva ser tomada sob a ótica do pessimismo ou como uma situação necessariamente negativa, mas parece ser uma crise no sentido do acrisolamento que provoca mudanças e novas perspectivas.
Experimentar esse tipo de crise faz com que os profissionais da docência tenham a determinação para questionar o tipo e os limites de formação oferecidos pelas instituições, posto que estas também vivenciem os conflitos que permeiam toda a sociedade. O autor parafraseia Kant, dizendo que os questionamentos em torno da docência se comparam ao um processo que exige despertar do sono dogmático da razão profissional. Com esta afirmação nós concordamos na sua totalidade.
O complexo mundo da formação contínua aponta para o que o autor chama de epistemologia da prática profissional ou o conjunto de saberes dos quais o docente se utiliza para o trabalho cotidiano. Este processo consiste em constante reconstrução e reordenamento de competências visando responder às novas exigências e os novos desafios. Nesta linha o trabalho vai se tornando uma construção e não um mero objeto.
Quanto mais o profissional reduzir sua condição de educador à dimensão da praticidade mais ele alarga a possibilidade de se tornar um “idiota do conhecimento”, que não é capaz de recompor o repertório dos saberes.
Um elemento importante a ser considerado no que concerne aos saberes é a história de vida, aquilo que aprendeu por osmose, mas na medida em que nesta altura encontrar limites o aprendizado deixa de ser transformador e, consequentemente, perde parte significativa da sua razão de ser.
Mais do que qualquer outra ocupação o docente tem necessidade de enriquecer-se de recursos e competências muito mais do que técnicas conceituais. É sobre esta última afirmação que nossa dissertação vai se pautar no que concerne à mistagogia da formação do docente.

HOMILIA PARA O DIA 06 DE JUNHO DE 2010

X DOMINGO DO TEMPO COMUM
Leituras: 1Reis 17,17-24; Salmo 29 (30)
Gálatas 1, 11-19; Lucas 7, 11-17


Poucas situações na nossa vida nos deixam tão deprimidos como a tentativa de buscar soluções para as quais nossas forças não estão a altura. E quando isso acontece procuramos descarregar a responsabilidade em alguém. Deus, quase sempre, acaba sendo culpado pelos nossos limites e fragilidades.
Essa situação é a que assistimos no caso da primeira leitura, ocasião em que a Viúva está prestes a perder a sua única esperança, encarando a morte do próprio filho. O grito de súplica levantado pela mulher: “O que há entre mim e ti homem de Deus” é o sinal claro da compreensão de que Deus castiga, cobra e se vinga. Todavia, uma vez mais, o profeta mostra quem é Deus. Devolvendo o Filho com vida para a sua mãe, não resta se não a atitude do salmista: “eu vos exalto Senhor, pois preservastes minha vida da morte”. Em resumo, Deus não se alegra com a morte e nem muito menos quer a morte dos que lhe são queridos.
É neste sentido que também São Paulo afirma: “Asseguro-lhes que o Evangelho por mim pregado não tem critérios humanos”. E que por esta razão as vicissitudes do cotidiano não podem ser atribuídas a Deus e a seus projetos.
O que se disse nas duas primeiras leituras vem confirmada pela ação de Jesus, no encontro com a caravana Fúnebre do filho da viúva de Naim. De um lado o Senhor da vida e do outro a morte. A atitude do primeiro não poderia ser diferente: vê a situação, consola e devolve a vida.
Nos três textos de hoje Deus nos é mostrado com toda a sua compaixão e misericórdia, sobre tudo para com aqueles que se encontram em situação de risco ou indefesas. No meio de todas as provações e da “industria da morte” a que foi transformada a sociedade violentada pela droga, pela corrupção, pelo desrespeito aos mais elementares valores humanos, pela exclusão de populações inteiras, somos chamados a seguir o testemunho de Paulo: Anunciar a boa noticia de Jesus é um imperativo do qual não podemos nos eximir.
Em todas as provações: Deus é quem conserva a nossa vida e isto aponta para um decidido empenho na construção de um mundo melhor.

CURITIBA 04 DE JUNHO 2010

CONGRESSO LATINO AMERICANO DE EDUCADORES
DA REDE DE ENSINO SAGRADO CORAÇÃO




Do lado aberto de Cristo saiu sangue e água! Na doutrina sacramental católica esta situação dá origem aos sacramentos da Igreja. Sacramentos que são compreendidos como sinais da presença real de Jesus no meio daqueles que acreditam. Participando de tudo isso ali, ao lado da cruz, estavam a mãe de Jesus, a irmã de sua mãe e outras mulheres.
Não me parece ser fora de propósito, por ocasião de um congresso de educadores, da magnitude deste que estamos fazendo, dizer que o Sangue e água que jorraram do lado aberto de Cristo na Cruz, fizeram jorrar também a missão dos educadores na condição de sacramentos do projeto de Deus Pai. A presença da Mãe e das outras mulheres é um testemunho que daquele momento em diante a relação do Filho com o mundo e com os seus não é mais a mesma. Ganha uma dimensão de selo, de compromisso, de doação.
Creio ser possível afirmar que Ser professor, regado pelo Sangue de Nosso Jesus Cristo, consiste em ser também um sacramento dele para o mundo, e neste caso para o mundo presente em nossas comunidades escolas.
Os obstáculos que a educação experimenta a cada dia, se encarados como realmente eles podem ser, meios para alcançar os fins a que se propõe a comunidade escolar vai se tornando a cada dia mais sacramental, mais sinal e melhor oportunidade de encontro pessoal com Jesus Cristo fato que se dá na pessoa de cada professor.
É neste sentido que faço questão de usar aqui uma citação que já tenho citado em outras ocasiões cuja origem está no documento Evangelização no mundo contemporâneo do saudoso Papa Paulo VI, lá ele afirma: “O mundo moderno ouve com melhor boa vontade os testemunhas do que os mestres, e se ouve a estes é porque eles também são testemunhas”.
Por causa dessa convicção aplicamos a expressão: Mistagogia para falar da missão do professor. Isto significa dizer o professor precisa ser para a comunidade escolar alguém em quem possa ser depositada a confiança e a capacidade para solucionar muitos e grandes problemas da educação. Na condição de Mistagogos, os professores são a “lucidez intelectual, a coragem moral, cada um no seu posto, são a condição necessária para superar a invasão ideológica e subtrair-nos a uma decadência do pessoal que está ameaçando a vida humana”.
Concluindo reafirmo que do lado aberto de Cristo nasceu os sacramentos da Igreja, e nasceu também o sacramento vivo que é a vocação para o magistério cujo modelo de vida propicia para muitos o conhecimento de Jesus Cristo como a única verdade que não necessita ser contestada, mas vivida sacramentalmente nas relações da sociedade como condição para um mundo mais solidário e fraterno.