ESTENDER A MÃO
COMO DEUS FAZ
Todos os anos por ocasião
da quaresma a Igreja convida a os cristãos a fazer penitência e realizar um
gesto de solidariedade por meio de uma oferta concreta no Domingo de Ramos. O
Resultado desta coleta é aplicado em obras de assistência social. Nesta semana,
por exemplo, a Diocese de Criciúma no Sul de Santa Catarina inaugurou uma casa
para acolhida e ressocialização de ex-presidiários. A obra teve investimentos
com recursos da coleta da solidariedade no domingo de ramos. Por ocasião da
mobilização dos caminhoneiros foram observadas diversas ações de solidariedade
com a categoria, entre elas a de um grupo de ciclistas que se mobilizou para
levar alimentos aos motoristas. Ambas são atitudes de quem é capaz de estender a mão.
As leituras deste domingo
falam da solidariedade de Deus e da preocupação com aqueles que precisavam de
uma mão estendida. O livro do deuteronômio pede para guardar o dia de sábado,
como sendo o dia de Deus em que Ele estendeu a mão ao seu povo e recomendou o
transformou em Senhor da sua existência. Nas duras lutas da vida o povo do
Antigo Testamento sempre entendeu que a mão e Deus veio em seu socorro: “Lembra-te de que foste escravo no
Egito e que
de lá o Senhor teu Deus te fez sair com mão forte e braço estendido. É por isso
que o Senhor teu Deus te mandou guardar o sábado”.
No evangelho é Jesus, enviado pelo Pai, que percebe a fome dos
discípulos e os leva a colher espigas para saciar a fome. No templo uma pessoa
necessitada de ajuda estende a mão e Jesus cura seu ferimento: “E perguntou-lhes: 'É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma
vida ou deixá-la morrer?' Mas eles nada disseram. Jesus, então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram
duros de coração; e disse ao homem: 'Estende a mão'. Ele a estendeu e a mão
ficou curada”.
Só não entende de solidariedade e do sofrimento das pessoas
aqueles que transformam a lei em ocasião para levar vantagem e em nome da lei
patrocinam a morte: “Ao
saírem, os fariseus com os partidários de Herodes, imediatamente tramaram, contra Jesus,
a maneira como haveriam de matá-lo”.
Naquele tempo como nos dias atuais não falta quem se recusa
estender a mão para ajudar e a reconhecer as mãos estendidas que pedem socorro
e qualidade de vida. Para todos são preciosas as palavras de São Paulo na
segunda leitura: “Somos
afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; postos entre os maiores
apuros, mas sem perder a esperança; perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados; por toda parte e sempre levamos em nós mesmos os sofrimentos mortais de Jesus, para
que também a vida de Jesus seja manifestada em nossos corpos”.
Que a oração deste domingo ensine cada pessoa a compreender o
que significa estender a mão e reconhecer a mão estendida para socorrer e fazer
que todos em qualquer lugar experimentem a alegria de se tornar Senhores das
leis a serviço da vida.