quinta-feira, 1 de março de 2018

HOMILIA PARA O DIA 04 DE MARÇO DE 2018


O VERDADEIRO LUGAR PARA CULTUAR AO PAI

Uma das preocupações na liturgia da Igreja reside no cuidado com o espaço sagrado. São muitas as normas e rubricas litúrgicas sobre o cuidado com o templo e os demais espaços e objetos reservados para o culto. Ao mesmo tempo a Igreja nunca descuidou do primeiro e mais extraordinário espaço da morada e do encontro entre Deus Pai e o mundo. Trata-se do templo que é a própria pessoa humana. O cuidado que a criatura humana merece está descrito desde o início da criação quando Deus pede que seja reservado um dia para o descanso, como ele mesmo fez. Já no tempo de Jesus encontramos mais explicitamente no evangelho da Samaritana, quando ela pergunta sobre o local onde se deve adorar a Deus. A resposta de Jesus é precisa: “os verdadeiros adoradores fazem em espírito e verdade”. No texto de hoje ele se irrita com as autoridades do Jerusalém que transformaram o Templo num lugar de exploração da pessoa e da dignidade das pessoas.
No livro do Êxodo não precisa maior clareza: Eu sou o Senhor teu Deus que te salvou de muitas armadilhas e enrascadas, portanto faça você a mesma coisa com o seu semelhante, pois  “Vocês são todos irmãos”.
São Paulo é categórico com a afirmação: “nós, porém, pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e insensatez para os pagãos. Mas para os que são chamados, tanto judeus como gregos, esse Cristo é poder de Deus e sabedoria de Deus”. Esse é o verdadeiro Templo por quem damos glórias a Deus.
Claro está que o mais santo e melhor templo onde mora e no qual pode-se encontrar  Deus é a pessoa humana, como se vê a explicação do evangelho: “Jesus estava falando do Templo do seu corpo. Quando Jesus ressuscitou, os discípulos lembraram-se do que ele tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra dele”.
Nesta quaresma vamos pedir que o Senhor livre a todos do perigo de se transformar em mercadores do templo, em pessoas que utilizam os outros para levar vantagem, promover o lucro e diminuir a qualidade de vida das pessoas.
Que as comunidades sejam espaço onde todos se sintam irmãos acolhidos e que as lideranças saibam escutar todos os sofrimentos, afinal de contas ser leigo na Igreja é ser Sal da terra e luz do mundo.


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