sexta-feira, 13 de abril de 2018

HOMILIA PARA O DIA 15 DE ABRIL DE 2018


RECONCILIADOS E EM PAZ COM TODOS

Enxergar o pecado, os erros, os sofrimentos, as dificuldades e tudo o que se constitui problema para as pessoas e para a sociedade é uma das coisas mais fáceis e mais habituais nas comunidades, nas famílias, nas instituições e na própria Igreja. Entre os cristãos é muito frequente enxergar o cisco no olho do outro, e pior que isso, como diz o Papa Francisco: “Me dói muito comprovar como nas comunidades cristãs se cria oportunidade para o ódio, divisão calúnia, difamação, fofoca, ciúme e até perseguições”
A Palavra de Deus neste domingo é um convite a fazer sério exame de consciência sobre as atitudes pessoais e comunitárias naquilo que se refere a dar testemunho de Jesus e da fé que se acredita. O texto dos Atos do Apóstolos responsabiliza a comunidade inteira, mesmo aqueles que nem conheceram Jesus, mas deixa claro que o pecado de alguns acaba sendo “pecado de todos” na medida em que traz consequências para muitos ao longo do tempo. Mas o mesmo texto é contundente ao dizer: “E agora, meus irmãos, eu sei que vós agistes por ignorância, assim como vossos chefes. Deus, porém, cumpriu desse modo o que havia anunciado pela boca de todos os profetas: que o seu Cristo haveria de sofrer. Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para que vossos pecados sejam perdoados”. Isso significa que Deus está disposto a recuperar a dignidade perdida e as consequências do pecado desde que os erros passados tenham servido de lição para aqueles que não participaram do pecado de outrora e que estejam dispostos a construir uma nova forma de viver e fazer as coisas.
E João afirma na segunda leitura: “Meus filhinhos, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos junto do Pai um Defensor: Jesus Cristo, o Justo. Naquele, porém, que guarda a sua palavra, o amor de Deus é plenamente realizado”.
O Evangelho narra o reencontro dos discípulos de Emaús com o grupo dos onze. Não se trata de uma crise de fanatismo e loucura, mas de um estilo de vida que a ressurreição de Jesus inspira em todos eles. Acreditar na ressurreição de Jesus implica em compreender que apesar da experiência do pecado e da tristeza que se está sujeito diariamente, o perdão e a graça de Deus são forças poderosas que não deixam sucumbir aqueles que acreditam.
Em resumo, acreditar na graça de Deus e na ressurreição de Jesus implica ser responsável e ser construtor de esperança para que o mundo e as relações entre as pessoas sejam pautadas pela alegre surpresa do bem em lugar de ver erros e pecados alheios, colaborar para que eles sejam evitados e que as pessoas experimentem a reconciliação que se dá pela cooperação e pela solidariedade entre todos.

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