A Fraternidade e a Ecologia Integral
Queridos irmãos e irmãs, é com alegria que nos reunimos hoje para refletir sobre as Sagradas Escrituras e o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, que nos convida a refletir sobre a Ecologia Integral.
A Fraternidade e a Ecologia Integral
Queridos irmãos e irmãs, é com alegria que nos reunimos hoje para refletir sobre as Sagradas Escrituras e o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, que nos convida a refletir sobre a Ecologia Integral.
RECONHECER A PESSOA POR SUAS OBRAS
Olá, irmãos e irmãs!
Neste oitavo domingo do tempo comum a Palavra de Deus ilumina nosso
caminho como “Peregrinos de Esperança” durante este Ano Santo. Cada uma das
leituras nos oferece uma reflexão sobre a vida, a esperança e a
espiritualidade.
Começamos com Eclesiástico (Eclo 27,5-8), que nos fala sobre a
importância do falar e do ouvir. Como diz um provérbio popular: “A boca fala
daquilo que o coração está cheio”. Nesse mesmo sentido o autor do livro do
Eclesiástico afirma: “O fruto revela como foi cultivada a árvore; assim, a palavra
mostra o coração do homem”. Esta passagem nos ensina que nossas
palavras e ações refletem nossa essência interior. Em nossa jornada de fé, somos
convidados a cultivar um coração puro, alinhado com a vontade de Deus, sendo
cuidadosos com aquilo que dizemos e como nos comunicamos. O cuidado em nossas
relações e em nossas falas é fundamental para que possamos levar esperança e
amor ao nosso redor.
Cantando o Salmo 91 (Sl 91,2-3.13-14.15-16), que é um hino à confiança
em Deus reafirmamos como “É bom dar graças ao Senhor e cantar louvores ao seu
nome.” Este salmo nos lembra da proteção e do amparo de Deus nas dificuldades.
Ao proclamarmos nossa confiança n'Ele e vivermos em Sua presença, podemos
encontrar força e esperança em meio às tempestades da vida. Assim, o salmo nos
incentiva a viver com gratidão e louvor, reforçando nossa identidade como
filhos de Deus e peregrinos nesta jornada.
A carta de Paulo aos Coríntios (1Cor 15,54-58), afirma a vitória da
ressurreição. “A morte foi tragada pela vitória da vida.” Esta passagem reforça
a nossa esperança na vida eterna e na transformação que ocorre através de
Cristo. Em nosso caminho, mesmo diante das dificuldades e desafios, temos a
certeza de que a morte não é o fim, mas um passo para a plenitude da vida que
nos aguarda. Essa mensagem nos encoraja a perseverar, a trabalhar sempre pelo
bem e a manter firme nossa fé, sabendo que tudo o que fazemos para o Senhor não
é em vão.
No evangelho de Lucas (Lc 6,39-45), Jesus nos ensina sobre a importância
de discernir as verdadeiras intenções do coração e a qualidade de nossas ações.
“Por seus frutos, poderão reconhecer a árvore.” Devemos avaliar não apenas as
ações dos outros, mas também nossas próprias atitudes. Como peregrinos de
esperança, somos chamados a viver uma vida autêntica, onde nosso falar e agir
reflitam o amor de Deus. A abundância do que temos dentro de nós deve
transbordar em ações de bondade e amor ao próximo.
Quando juntamos essas passagens, percebemos que somos chamados a viver
com um coração atento, em constante comunhão com Deus. Como peregrinos de
esperança, devemos ser luz e sal neste mundo, confiantes na proteção divina,
perseverando na fé e refletindo o amor de Cristo em nossas ações. Que neste Ano
Santo, possamos aprofundar nossa jornada, confiantes na esperança que nos é
oferecida e prontos para semear bondade por onde caminharmos. Amém.
FAZER O BEM SEM ESPERAR RETRIBUIÇÃO
Queridos irmãos e irmãs,
Mais uma vez a Palavra de Deus nos põe
em relação com o tema Peregrinos de Esperança, no contexto do Ano Santo. As
três leituras deste domingo nos colocam diante do amor de Deus que nos motiva a
caminhar.
Comecemos com a passagem de 1Samuel
(1Sm 26,2.7-9.12-13.22-23). Aqui, ouvimos a complexidade da relação entre Davi
e Saul. Davi, ao ter a oportunidade de eliminar Saul, faz uma escolha
diferente. Ele decide respeitar o ungido do Senhor, reconhecendo que o seu
papel não é fazer justiça por conta própria, mas confiar na providência divina.
“Quem pode estender a mão contra o ungido do Senhor e ficar sem culpa?” Davi
nos ensina sobre a importância da misericórdia e da confiança em Deus, mesmo
diante das adversidades. Essa atitude é um claro reflexo da esperança em um
futuro guiado por Deus e suas promessas.
Na carta de Paulo aos Coríntios (1Cor
15,45-49), temos a continuação da doutrina sobre a ressurreição de Jesus. Paulo
fala da transformação que ocorre em nós, comparando o homem natural ao homem
espiritual. Ele nos assegura que, assim como levamos a imagem do homem terreno,
também levaremos a imagem do homem celestial. Essa verdade nos dá esperança,
especialmente quando enfrentamos as noites escuras da vida. Podemos olhar para
a ressurreição com fé e confiança, sabendo que a nossa jornada não acaba aqui.
Cada passo que damos como peregrinos está sob a luz da vida eterna prometida
por Cristo.
No evangelho de Lucas (Lc 6,27-38),
encontramos o chamado radical ao amor e à generosidade. Jesus nos exorta a amar
nossos inimigos e a fazer o bem sem esperar retribuição. “Deem e lhes será dado”
diz ele. Este amor que se estende além do que é fácil ou conveniente é uma expressão
de nossa esperança. Ao praticarmos essa generosidade, não apenas refletimos o
coração de Deus, mas também nos tornamos canais de Sua graça e luz em um mundo
muitas vezes marcado pela discórdia e pelo egoísmo. A verdadeira esperança se
manifesta quando nos dispomos a amar e servir os outros, especialmente aqueles
que estão em necessidade.
Portanto, irmãos e irmãs, à luz dessas
passagens, somos chamados a ser autênticos “Peregrinos de Esperança”. Sigamos o
exemplo de Davi, confiando na providência de Deus, estejam nossos corações
firmes na certeza da ressurreição prometida por Cristo, e que nossa vida se
torne um testemunho do amor e da generosidade de Deus. Em cada gesto de
bondade, em cada ato de misericórdia, estamos construindo um reino de esperança.
Que possamos caminhar juntos nessa jornada, sempre focados no futuro que Deus
nos oferece. Amém.
FELIZES PEREGRINOS DE ESPERANÇA
Queridos irmãos e irmãs,
Hoje, nossas leituras nos convidam a refletir sobre a esperança que
devemos ter em nossas vidas, especialmente à luz do tema do Ano Santo,
“Peregrinos de Esperança”. Este é um chamado para que olhemos não só para o
nosso presente, mas também para o futuro que Deus nos promete, mesmo em meio às
dificuldades da estrada que trilhamos.
Comecemos com a passagem do profeta Jeremias (Jr 17,5-8), onde somos
alertados sobre a importância de confiar em Deus. “Maldito é o homem que confia
no homem, e faz da carne o seu apoio”. Aqui, somos convidados a enraizar nossa
esperança em Deus, fonte de vida e sustento. Ao contrário daquele que confia em
suas próprias forças, quem põe sua confiança no Senhor é como uma árvore
plantada junto a águas correntes, frutificando mesmo em tempos de seca. Esta
imagem nos dá uma visão de um futuro pleno de esperança, mesmo quando
enfrentamos dificuldades.
Nos Salmos, encontramos um eco desse tema. O Salmo 1 ressalta as
bem-aventuranças dos que seguem os caminhos do Senhor. “Feliz o homem que não
anda segundo o conselho dos ímpios, mas tem seu prazer na lei do Senhor” (Sl
1,1-2). Aqui, a alegria e a prosperidade daqueles que buscam a Deus se destacam
como um farol de esperança. A imagem da árvore frondosa se repete, mostrando
que, ao nos alimentarmos da Palavra de Deus, encontramos a força e a esperança
necessárias para perseverar em nossas peregrinações.
Na carta de Paulo aos Coríntios (1Cor 15,12.16-20), somos levados a
refletir sobre a ressurreição. Paulo explica que se Cristo não ressuscitou, a
fé é vã, mas ele afirma com confiança que Cristo ressuscitou. Essa esperança na
ressurreição é o que nos sustenta em nossa jornada. Como peregrinos, sabemos
que não estamos sozinhos; temos a certeza de que, assim como Cristo
ressuscitou, também teremos vida nova. Essa certeza fortalece nossa esperança
em meio a um mundo muitas vezes sombrio.
Finalmente, no evangelho de Lucas (Lc 6,17.20-26), Jesus pronuncia as
bem-aventuranças e os ais, colocando em contraste as realidades deste mundo. As
bem-aventuranças nos dizem que os pobres, os famintos, os que choram e os
perseguidos são bem-aventurados. Isso nos lembra que a verdadeira esperança não
vem das condições externas, mas da confiança em Deus, que nos garante um lugar
no Seu Reino. Jesus nos mostra que, mesmo quando enfrentamos dificuldades e
injustiças, a esperança é nossa aliada, pois o Reino de Deus está ao nosso
alcance.
Assim, irmãos e irmãs, neste Ano Santo, que possamos ser verdadeiros
“Peregrinos de Esperança”. Que nossa confiança em Deus nos fortaleça, que
alimentemos nossa alma na Palavra, e que vivamos as bem-aventuranças, trazendo
esperança a todos ao nosso redor. Saibamos que, em cada passo de nossa jornada,
mesmo nas dificuldades, temos um futuro garantido em Cristo, que é a nossa esperança
maior. Amém.
CONFRONTAR-SE COM A SANTIDADE DE DEUS
Queridos irmãos e irmãs,
Hoje, a Palavra de Deus nos convida a considerar não apenas nossa
relação com Deus e com os outros, mas também nosso compromisso com a criação. O
tema da ecologia integral se torna especialmente relevante ao analisarmos os
textos que foram proclamados na liturgia deste domingo.
No livro de Isaías, vemos um momento de profunda revelação e chamada. O
profeta é confrontado com a santidade de Deus, “Eu vi o Senhor sentado em um
trono alto e sublime” (Is 6,1). Esse encontro o leva a reconhecer sua própria
fragilidade e a purificação necessária para se tornar um mensageiro do Senhor.
Assim como Isaías, cada um de nós é chamado a se purificar, a ser um
instrumento de paz e cuidado em um mundo que sofre cada vez mais com os danos
ambientais. Nossa consciência de quem Deus é deve nos motivar a respeitar e
amar sua criação.
No Salmo, encontramos a organização do louvor ao Senhor. “Quando eu
clamo, tu me respondes; aumentas a força da minha alma” (Sl 138,3). Esta força
é necessária para que possamos agir em defesa da nossa casa comum. A criação
não é apenas um recurso a ser explorado, mas um dom sagrado que clama por
cuidados adequados. Assim, nosso louvor a Deus deve se manifestar em ações
concretas que protejam a Terra e promovam a vida em todas as suas formas.
A carta de Paulo aos Coríntios, nos ajuda perceber a centralidade da
ressurreição de Cristo em nossa fé. Paulo nos lembra que, através da Páscoa de
Jesus, temos a certeza de que a morte não é o fim, mas uma nova vida que se
estende a toda a criação. “E se Cristo não ressuscitou, vã é a nossa fé” (1Cor
15,14). Esse fato nos convida a olhar para o mundo ao nosso redor com esperança
e responsabilidade. Devemos agir sobre a terra de forma que todas as criaturas
possam ter vida em abundância.
Finalmente, no evangelho de Lucas, vemos o chamado dos primeiros
discípulos. Jesus nos convida a lançar as redes, mesmo quando a razão humana
poderia nos levar a desistir. “Senhor, em obediência à tua palavra, lançarei as
redes” (Lc 5,5). Esse ato de fé e disposição deve ser um lembrete para nós de
que, com a orientação de Deus, somos capazes de fazer a diferença em questões
que afetam nosso meio ambiente. Ao “lançar as redes” na luta pela justiça
ecológica, confiamos que o trabalho para a preservação da criação não será em
vão.
Assim, irmãos e irmãs, que possamos nos inspirar nesses textos sagrados
e abraçar a responsabilidade de cuidar da criação. Que a visão de Isaías, o
louvor do salmista, a esperança em Cristo e o chamado de Jesus nos transformem
em verdadeiros defensores da Terra, comprometidos com uma ecologia integral que
respeita a interconexão de todas as criaturas. Que nossos corações e mãos
estejam sempre prontos para agir em prol da vida, a serviço do Reino. Amém.
COMPARTILHAR OS SONHOS DE DEUS
COM A EXISTÊNCIA HUMANA
Queridos
irmãos e irmãs, hoje somos convidados a refletir sobre a sinodalidade à luz das
leituras que proclamadas. A palavra sinodalidade nos remete a um caminho
compartilhado, onde a comunidade de fé se reúne para ouvir o Espírito Santo e
discernir os desígnios de Deus para cada para cada pessoa na relação com todos.
No
livro de Malaquias (Ml 3,1-4), Deus promete enviar um mensageiro que preparará
o caminho diante d’Ele. Este mensageiro é uma preparação não apenas para um
encontro pessoal com Deus, mas para um relacionamento comunitário. A presença
de Deus entre nós exige que nos purifiquemos e nos preparemos para acolher a
Sua graça. Aqui encontramos um chamado à transformação e à necessidade de nos
voltarmos uns para os outros: somos convidados a ser mensageiros do amor e da
justiça de Deus na comunidade.
O Salmo
23 (24), que nos convida a abrir as portas para o Rei da Glória, ressoa com a
ideia de sinodalidade. Este salmo celebra a grandeza de Deus e Sua presença em
nosso meio. Quando abrimos os nossos corações e as portas de nossas
comunidades, permitimos que a riqueza da diversidade humana e das experiências
de fé se entrelaçam, enriquecendo nosso caminho sinodal. Que possamos acolher
uns aos outros, reconhecendo as várias faces da presença de Cristo em nossas
vidas.
Na carta
aos Hebreus (Hb 2,22-32), somos lembrados que Jesus, além de ser nosso
Salvador, se fez um de nós. Ele se uniu à nossa humanidade, compartilhou nossas
dores e alegrias. Isso nos ensina sobre a verdadeira solidariedade em nosso
caminhar juntos. A sinodalidade exige que caminhemos lado a lado, aprendendo
uns com os outros, compartilhando nossas histórias e juntando nossas vozes na
construção do Reino de Deus.
Finalmente,
no Evangelho de Lucas (Lc 2,22-40), encontramos a cena da apresentação de Jesus
no templo. Simeão e Ana, pessoas de fé que aguardavam o Messias, representam a
espera comunitária e a esperança. Eles nos mostram que a fé não é uma jornada
solitária, mas um caminho que deve ser partilhado. A sinodalidade nos inspira a
estar atentos e disponíveis para reconhecer a ação de Deus nos outros, para que
juntos possamos vivenciar a alegria da presença do Senhor em nossa comunidade.
Assim,
ao refletirmos sobre essas leituras, somos chamados a vivenciar a sinodalidade
no nosso dia a dia, a nos permitir ser canal de amor e comunhão, a abrir não
apenas as portas de nossos lares, mas também os nossos corações. Que possamos
sempre nos questionar: como podemos caminhar juntos? Como podemos acolher a
presença de Deus em cada um de nós e em nossos irmãos e irmãs?
Que o
Senhor nos conceda a graça de uma caminhada sinodal, onde a união e o amor
sejam a nossa eterna meta. Amém.
SOMOS UM POVO PEREGRINOS DE ESPERANÇA
Neste terceiro domingo do Tempo Comum, somos mais uma vez convidados a
nos aprofundar na Palavra de Deus que nos apresenta um forte chamado à
esperança e à ação. As leituras de hoje nos oferecem um panorama sobre a
importância da escuta da Palavra, a necessidade de unidade no Corpo de Cristo e
a vocação que temos como peregrinos de esperança.
Iniciando com a leitura de Neemias (Ne 8,2-4a.5-6.8-10), encontramos o
povo de Israel reunido para ouvir a lei de Deus. É um momento de renovação e
redescoberta da identidade, onde a Palavra é lida e explicada, levando o povo a
chorar, mas também a se alegrar, pois a palavra de Deus é viva e ativa. Neemias
diz: "A alegria do Senhor é a nossa força." Isso nos mostra que,
quando nos voltamos para Deus e sua Palavra, encontramos a verdadeira fonte de
esperança e renovação.
O Salmo 18 (19) nos lembra que as leis do Senhor são perfeitas e
alegres. Em um mundo cheio de incertezas, é fundamental que busquemos na
Palavra de Deus orientação e sabedoria. A escuta atenta da Palavra e a nossa
disposição em vivê-la são elementos cruciais para que possamos ser verdadeiros
peregrinos de esperança, levando a luz de Cristo a todos ao nosso redor.
Na epístola de Paulo aos Coríntios (1Cor 12,12-30), vemos a imagem
poderosa do Corpo de Cristo. Paulo explica que, assim como o corpo é um, embora
tenha muitas partes, assim também somos nós como Igreja. Cada um de nós é parte
desse corpo, e todos têm uma função única no plano de Deus. Em um mundo que
muitas vezes promove a divisão, somos chamados a viver em união, reconhecendo e
valorizando a diversidade de dons que Deus nos deu. É na unidade que
encontramos força e esperança para enfrentar os desafios que surgem em nosso
caminho.
O Evangelho de Lucas (Lc 1,1-4; 4,14-21), apresenta Jesus, que lê nas
sinagogas e anuncia a boa nova. Ele se apresenta como o cumprimento das
promessas de Deus, trazendo libertação e cura. A sua mensagem é radicalmente
inclusiva, e isso nos convida a refletir: como estamos nós como comunidade
cristã acolhendo os que nos rodeiam? Como podemos nos tornar instrumentos de
esperança para aqueles que estão à margem, para os que sofrem?
Hoje, ao refletirmos sobre a Palavra, somos chamados a nos perguntar:
**Como podemos, em nossa vida cotidiana, ser peregrinos de esperança?** Isso
pode ser feito através do nosso compromisso com a justiça, da promoção da paz e
da solidariedade com os marginalizados.
Que, neste domingo, possamos nos dispor a ouvir a Palavra de Deus com um
coração aberto, a viver em unidade como Igreja e a ser sinais de esperança em
nosso mundo. Que a alegria do Senhor nos fortaleça e que cada um de nós, em sua
particularidade, possa contribuir para a construção de um mundo mais justo e
fraterno.
Que Deus nos abençoe e nos guie em
nossa jornada como peregrinos de esperança. Amém.
EM DEUS, ESPERANÇA E RENOVAÇÃO
Neste segundo domingo do Tempo Comum, somos convidados a refletir sobre
a beleza e a abundância das promessas de Deus, tal como expressas nos textos
que a liturgia nos apresenta. A leitura do profeta Isaías (Is 62,1-5) traz uma
mensagem de esperança e renovação. O profeta nos fala de um tempo em que Deus
se alegrará em seu povo, e isso é descrito através de uma relação íntima e
amorosa: Deus promete que o seu povo será chamado com um novo nome e que a
alegria será abundante. Assim como um noivo se alegra com sua noiva, Deus se
alegra com seu povo. Esta é uma promessa atual, que nos lembra a dignidade e o
valor que Deus confere a cada um de nós.
O Salmo 95 (96) nos convida a cantar ao Senhor um cântico novo,
celebrando a sua majestade e a sua criação. Ao olharmos ao nosso redor, somos
chamados a reconhecer a beleza do mundo natural que nos cerca. A criação é um
presente de Deus e um reflexo de seu amor por nós. Entretanto, como podemos
cantar esse cântico novo se não cuidamos da Terra que Ele nos confiou? O que
temos feito para proteger e preservar o meio ambiente, que é um dom de Deus?
Ao refletirmos sobre essas leituras, vemos que a conexão com a Ecologia
Integral torna-se cada vez mais relevante. A Encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco nos lembra que a crise ambiental é,
antes de tudo, uma crise de relações – com Deus, entre nós e com a criação.
Precisamos urgentemente transformar nossa relação com a Terra em uma prática
que respeite e valorize a vida que nos rodeia. Devemos ser bons administradores
dos recursos naturais, promovendo a justiça ambiental e buscando maneiras
sustentáveis de viver.
Na segunda leitura, da primeira Coríntios (1Cor 12,4-11), Paulo nos
ensina sobre a diversidade dos dons no Espírito. Ele nos lembra que cada um de
nós tem um papel a desempenhar na construção do Reino de Deus. Essa diversidade
é um reflexo da criatividade de Deus em sua criação. Assim, quando cuidamos do
meio ambiente e promovemos a justiça, estamos exercendo os dons que nos foram
dados, contribuindo para o bem comum.
Finalmente, no Evangelho de João (Jo 2,1-11), temos o milagre das bodas
de Caná, onde Jesus transforma água em vinho. Este primeiro sinal de sua vida
pública não é apenas um milagre, mas também uma revelação da abundância do
Reino de Deus. O que mais nos toca nesta passagem é que Jesus atende à
necessidade de uma festa, trazendo alegria onde havia escassez. Isso nos
convida a refletir sobre como podemos trazer essa abundância para o mundo hoje.
Assim como Jesus participou da alegria daquela festa, somos convidados a ser
portadores de alegria e esperança em um planeta que muitas vezes parece cansado
e sobrecarregado.
Hoje, eu os convido a se perguntarem: Como podemos ser parte dessa
transformação? Como podemos agir para que a alegria e a abundância criadas por
Deus sejam acessíveis a todos, especialmente àqueles que mais precisam? E como
podemos garantir que essa alegria não venha à custa da nossa Terra, mas em
harmonia com ela?
Que neste domingo, possamos renovar nosso compromisso de cuidar da
criação, de ser instrumentos da paz e da alegria, e de ser testemunhas do amor
de Deus em ação. Que possamos, verdadeiramente, cantar ao Senhor um cântico
novo, unindo nossa voz à canção da Terra, promovendo a Ecologia Integral e
vivendo em harmonia com toda a criação.
Amém.
FILHO AMADO: ESCOLHIDO E SERVIDOR
Neste domingo, celebramos o Batismo de Jesus, um evento fundamental que
inicia sua missão pública e nos convida a refletir sobre o nosso próprio
chamado. A liturgia de hoje nos apresenta textos ricos e profundos que nos
ajudam a entender a importância desse momento e o que ele representa em nossas
vidas.
No profeta Isaías (Is 42,1-4.6-7), encontramos a descrição do Servidor
do Senhor, aquele que é escolhido, amado e preenchido com o Espírito. Deus nos
lembra que ele é a luz para as nações, uma fonte de esperança e libertação.
Este versículo ressoa fortemente no contexto do nosso Ano Santo, onde somos
chamados a ser peregrinos de esperança. Assim como Jesus, ao ser batizado, se
coloca no caminho da solidariedade e do serviço, também somos convidados a nos
movimentar nessa direção, trazendo luz e esperança a um mundo que muitas vezes
se vê envolto em escuridão.
O Salmo 28 (29), que acompanhou nossa liturgia, nos recorda o poder da
voz de Deus que ressoa sobre as águas. Essa imagem fala da força e da
transformação que a água pode trazer, mas também da renovação e do reforço da
aliança entre Deus e seu povo. Não somos apenas convidados a escutar a voz de
Deus, mas a nos tornar instrumentos de sua voz neste mundo. É nossa missão,
como peregrinos, ser portadores de esperança e renovação para aqueles que nos
rodeiam.
Nos Atos dos Apóstolos (At 10,34-38), vemos como a mensagem de Jesus é
para todos, quebrando barreiras e ultrapassando divisões. Pedro nos ensina que
“em toda parte, quem respeita o Senhor e pratica a justiça é aceito por ele.”
Em nosso caminho como peregrinos, devemos ser agentes de inclusão e justiça,
reconhecendo que cada pessoa é amada por Deus e merece dignidade e respeito. A
esperança que cultivamos deve ser um reflexo dessa aceitação e amor universal.
No Evangelho de Lucas (Lc 3,15-16.21-22), testemunhamos Jesus sendo
batizado por João, um ato simbólico de identificação com a humanidade e com a
nossa fragilidade. Quando o céu se abre e o Espírito desce sobre ele, ouvimos a
voz do Pai que declara: “Este é o meu Filho querido, em quem eu coloquei a
minha confiança.” Assim como Jesus recebe essa confirmação de seu valor e
propósito, nós também somos convidados a reconhecer nosso valor diante de Deus
e a buscar nosso propósito como peregrinos de esperança.
Neste caminho, devemos perguntarmo-nos: como podemos ser luz para as
nações? Como podemos trazer esperança aos desanimados e desencorajados? Que
ações pequenas ou grandes podemos tomar e que sejam sinais de esperança em nossa
comunidade?
Que, neste domingo do Batismo de Jesus, possamos renovar nosso
compromisso de ser testemunhas da luz de Cristo, de agir com justiça e amor.
Que possamos nos inspirar no exemplo de nosso Senhor e acreditar que, juntos,
como peregrinos de esperança, seremos capazes de fazer a diferença no mundo ao
nosso redor.
Que a graça do Senhor nos acompanhe em
nossa jornada. Amém.
LUZ DO SENHOR QUE VEM SOBRE A TERRA!
Hoje
celebramos a Epifania do Senhor, um momento iluminador em que a manifestação de
Jesus como Luz do Mundo é revelada a todos os povos, simbolizada pela visita
dos Magos. Este evento não é apenas uma história antiga, mas um convite à
transformação e à consciência, particularmente na nossa relação com o mundo ao
nosso redor e com a criação que Deus nos confiou.
O profeta
Isaías nos convida, a levantar os olhos e ver a luz que brilha sobre nós. Essa
luz não é apenas para nós, mas para todos. Ela nos faz refletir sobre como
estamos respondendo ao chamado divino de ser luz no mundo, especialmente em
tempos de crise climática e social. Quando os Magos seguiram a estrela, eles
mostraram a importância de reconhecer os sinais que Deus nos dá e de agir de
acordo com eles. Será que estamos atentos aos sinais da própria terra que clama
por nosso cuidado e respeito?
Neste
contexto, o Salmo 71, nos fala da justiça e do cuidado pelos necessitados, nos
lembra que a verdadeira realeza de Cristo está em seu compromisso com os mais
pobres e vulneráveis. A Ecologia Integral, proposta pelo Papa Francisco no
documento Laudato Si, nos ensina que nossa
missão é ampliar a visão de justiça para incluir não apenas as relações
humanas, mas também a relação com toda a criação, reconhecendo que a degradante
exploração ambiental tem um impacto desproporcional sobre os pobres.
Por sua
vez, a Carta aos Efésios (Ef 3,2-3a.5-6) destaca que esse mistério que foi
revelado aos gentios é a união de todos como membros da mesma família. A
inclusão é fundamental! A Ecologia Integral nos convida a ver a natureza como
parte dessa família humana, de modo a criar uma sociedade onde todos, humanos e
não-humanos, têm seu valor e proteção assegurados. Podemos agir como "Magos"
em nossa sociedade, reconhecendo que a união e o respeito por todos os seres
são essenciais para a construção de um mundo mais justo.
Finalmente,
o Evangelho de Mateus (Mt 2,1-12) nos apresenta a visita dos Magos. Esses
sábios, ao reconhecerem Jesus, nos mostram como podemos buscar a verdade e a
luz, mesmo em meio a um mundo que muitas vezes parece estar nas trevas. Eles
não apenas trouxeram presentes a Jesus; trouxeram também a sabedoria de um
olhar diferente sobre o mundo. Assim como os Magos foram guiados por uma
estrela, somos chamados a ser guiados por nossas convicções e por um amor
profundo à criação de Deus.
Neste dia
da Epifania, perguntemo-nos: como podemos ser instrumentos dessa luz que brilha
no escuro? Como podemos viver de forma que reflita a justiça de Deus, não
apenas nas nossas relações humanas, mas também na forma como cuidamos da Terra?
Que possamos nos inspirar nos Magos, nos comprometendo a buscar e promover a
Ecologia Integral, cuidando do nosso planeta e dos nossos irmãos e irmãs com
amor e respeito.
Que a luz de Cristo nos guie em nossos caminhos.
Amém.
PEREGRINOS DA ESPERANÇA POR UM ANO DE PAZ
Neste
primeiro dia do ano, celebramos com alegria a Solenidade de Maria, Mãe de Deus,
e iniciamos um novo ciclo que se apresenta diante de nós. Ao caminharmos para
este novo ano, somos convidados a peregrinar na esperança, buscando um caminho
de paz para todos, para nossas famílias e o mundo.
A
primeira leitura, do livro dos Números (Nm 6,22-27), nos oferece uma benção que
resume a essência do desejo de Deus para com o seu povo. O Senhor diz a Moisés:
“Fala a Arão e a seus filhos e diz-lhes: Assim abençoareis os filhos de
Israel.” Essa bênção nos lembra que Deus é um pai que cuida, que protege e que
com sua luz ilumina nossas vidas. Ao iniciar o ano, somos convidados a receber
e a transmitir essa bênção. É um chamado para que levemos a luz divina aonde
quer que formos e que, assim, sejamos instrumentos da paz e da esperança.
O Salmo
66 (67) complementa essa mensagem, exclamando: “Que Deus nos conceda a sua
graça e a sua bênção!” Essa invocação é um convite para refletir o amor de Deus
em nossas ações, em nossos encontros e relações. A paz que tanto desejamos não
é apenas um anseio, mas uma missão que se realiza na vivência da gratuidade e
da bondade. Como peregrinos da esperança, devemos levar essa luz e essa bênção,
não apenas para nós, mas para todas as nações.
Na Carta
aos Gálatas (Gl 4,4-7), São Paulo nos lembra que, no devido tempo, Deus enviou
Seu Filho, nascido de uma mulher, para que recebêssemos a adoção de filhos.
Este é um convite poderoso e transformador: somos feitos filhos e filhas de
Deus, e essa nova identidade nos capacita a olhar o mundo com esperança. Ao
reconhecermos que somos amados e acolhidos por Deus, somos impulsionados a
viver em paz e a semear paz ao nosso redor. Esse novo ano é, portanto, uma
oportunidade de renovar nossas promessas de ser portadores dessa paz em todas
as circunstâncias da vida.
O
Evangelho de Lucas (Lc 2,16-21) nos apresenta Maria e José, que após o
nascimento de Jesus se tornam os primeiros a acolher a Boa Nova. Os pastores se
apressam a encontrar o menino, e dando nome a Jesus, estão dando início a uma
história de salvação que envolve a todos. Celebrando a Mãe de Deus neste dia,
somos lembrados da força feminina e do amor que Maria expressa em sua
maternidade. Ela é a primeira a ser peregrina da esperança, e nos convida a
segui-la nesse caminho.
Neste
novo ano que se inicia, deixemo-nos inspirar no exemplo de Maria. Escutemos a
voz que nos chama a fazer a diferença em nosso mundo. O testemunho de paz não é
apenas um desejo, mas um compromisso que requer de nós coragem e dedicação. Em
cada ato de solidariedade, em cada gesto de amor, estamos contribuindo para um
mundo mais justo e mais pacífico.
Queridos
irmãos e irmãs, ao entrarmos neste novo ano, vamos nos comprometer a sermos
verdadeiros peregrinos da esperança. Que possamos ser mensageiros da bênção de
Deus, levando paz e amor a todos com quem cruzamos em nossa jornada. Ao
olharmos para frente, que nossas vidas sejam um reflexo da luz e da esperança
que encontramos em Cristo Jesus.
Que
Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe, interceda por nós e nos guie neste ano que se
inicia, fazendo com que todos possamos viver em verdadeira paz e harmonia.
Amém.
FAMÍLIA: BELEZA E PROFUNDIDADE DO AMOR
Hoje,
celebramos a Festa da Sagrada Família, um dia que nos convida a contemplar a
beleza e a profundidade do amor. Reunidos como comunidade, somos lembrados de
que, assim como a Sagrada Família de Nazaré, também somos peregrinos em busca
de esperança e significado em nossa jornada.
As
leituras de hoje nos oferecem orientações valiosas sobre o papel da família na
vivência da fé e na construção de um mundo mais justo e amoroso. No livro do
Eclesiástico (3,3-7.14-17), somos apresentados à importância da família como um
espaço privilegiado de aprendizagem, respeito e amor. “Quem honra seu pai, tem
longos dias de vida.” As relações familiares, alicerçadas no respeito mútuo,
são fundamentais para cultivar a esperança. Vivemos em um mundo que muitas
vezes está repleto de conflitos e divisões, mas a família é chamada a ser um
porto seguro, onde cada um pode se sentir amado e acolhido.
Na Carta
aos Colossenses (3,12-21), encontramos uma linda exortação para que as famílias
vivam em harmonia, permeadas por compaixão, bondade, humildade e paciência. Ao
nos lembrarmos de que somos todos participantes de uma única família –somos
desafiados a ser portadores desse amor por onde quer que caminhemos. Como
peregrinos de esperança, temos a responsabilidade de levar essa mensagem de
amor e solidariedade além das paredes de nossa casa. É um convite a vivermos os
valores do Reino de Deus, onde a união e a paz são fundamentais.
O
Evangelho segundo Lucas (2,41-52) nos apresenta um belo retrato da Sagrada
Família em ação. José, Maria e Jesus vão a Jerusalém para a festa da Páscoa, e
é nesse contexto que encontramos Jesus dialogando com os doutores da Lei. Esta
passagem nos mostra que, mesmo em meio às peregrinações da vida, é fundamental
dedicar um tempo para o diálogo e a busca do conhecimento. A Sagrada Família
também enfrentou desafios e incertezas, mas manteve sempre o foco no amor de
Deus e na missão que lhes foi confiada. Da mesma forma, somos convidados a
buscar a presença de Deus em nossa própria jornada, mesmo quando nos sentimos
perdidos ou desorientados.
Ser
peregrinos de esperança é reconhecer que, como a Sagrada Família, estamos em
constante movimento em direção à plenitude da vida que Deus nos propõe. Isso
nos pede que sejamos resilientes diante das dificuldades, que cultivemos a
paciência e que busquemos sempre o diálogo, tal como encontramos em Jesus, que
dialogou e aprendeu em meio às suas experiências.
Hoje,
todos somos convidados a refletir sobre nossas próprias famílias. Como podemos trazer
a esperança para as relações que vivemos? Que ações concretas podemos tomar
para honrar e fortalecer nossos laços familiares? Que possamos nos lembrar de
que cada um de nós é chamado a ser um portador da luz de Cristo em nossas
relações, promovendo a paz e o amor que o Senhor nos ensina.
Que a
Sagrada Família nos inspire e nos guie nessa caminhada, aprendendo uns com os
outros na construção de um lar e de uma comunidade onde todos se sintam amados
e acolhidos. E, como peregrinos de esperança, levemos essa mensagem de amor e
fé ao mundo, em cada passo de nossa jornada.
Amém.
NATAL: TAPEÇARIA DE ESPERANÇA E DE LUZ
Na
celebração do Natal, refletimos sobre a beleza e a importância do nascimento de
nosso Salvador, Jesus Cristo. As leituras de hoje nos oferecem uma rica
tapeçaria de esperança, e de luz e a realização das promessas de Deus.
Em Isaías
52,7-10, somos convidados a nos alegrar com a proclamação da boa nova. “Como
são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz!” A vinda de
Jesus é o cumprimento da promessa de Deus que não se distancia de sua criação,
mas que se faz presente entre nós. Ele é a paz que tantos buscam em um mundo
repleto de conflitos e incertezas. Neste Natal, somos chamados a sermos
mensageiros da paz em nossas vidas, em nossas comunidades e em nossos lares.
Na carta
aos Hebreus (1,1-6), encontramos a profunda revelação de que Deus falou através
dos profetas, mas agora fala de maneira suprema por meio de Seu Filho. Aqui
percebemos um aspecto fundamental da sinodalidade: a escuta e a resposta ao
chamado divino. Assim como Deus se faz ouvir constantemente, também nós somos
convidados a ouvir uns aos outros, a dialogar em comunidade, buscando a vontade
de Deus em nossas vidas. A sinodalidade nos ensina que ser igreja é caminhar
juntos, em comunhão, nos fortalecendo mutuamente na fé e no amor.
O
Evangelho de João (1,1-18) nos ilumina com a verdade que “o Verbo se fez carne
e habitou entre nós”. Este mistério do Natal é a própria encarnação do amor de
Deus. A luz que brilha nas trevas é a luz que nos chama a não apenas receber,
mas também a refletir. Em um mundo que muitas vezes parece sombrio, somos
convidados a ser luz, a deixar que a presença de Cristo em nós ilumine o
caminho para os outros.
Ao
refletirmos sobre estas leituras, é importante também lembrar do Documento
Final do Sínodo sobre Sinodalidade, que nos recorda a importância de construir
uma Igreja em saída, uma Igreja que não tenha medo de se encontrar com o outro,
que seja inclusiva e acolhedora. Assim como o nascimento de Cristo trouxe um
novo tempo, somos chamados a ser agentes de renovação em nossas comunidades de
fé, a escutar as vozes que clamam por atenção e participação.
Nesse dia
de Natal, que possamos acolher Jesus em nossos corações, renovando nosso
compromisso de nos tornarmos mensageiros da paz, da luz e do amor. Que nossas
vidas sejam um reflexo da simplicidade e da grandeza do mistério da encarnação.
Que a alegria do Natal nos inspire a caminhar juntos, na sinodalidade,
construindo uma Igreja mais fraterna e inclusiva, sempre com os olhos voltados
para Aquele que é a nossa verdadeira luz.
Amém.
COM MARIA, PEREGRINOS DA ESPERANÇA!
Neste
quarto domingo do Advento, celebramos a proximidade do Natal, um tempo de
espera e de preparação, mas também um tempo de esperança renovada. As leituras
de hoje nos convidam a aprofundar o significado da promessa da encarnação de
Cristo e a maneira como podemos vivê-la em nossas vidas.
Na
primeira leitura, o profeta Miquéias, nos apresenta a mensagem que ressoa em
muitos corações: "Tu, Belém pequena cidade de Judá, de ti sairá aquele que
será o governante em Israel." Esta profecia nos lembra que, mesmo em sua
fragilidade e insignificância, Belém se tornará o berço do Salvador. É uma
linda confirmação de que Deus não se importa com a grandeza aparente, mas com a
disposição do coração. Em um mundo que valoriza tanto os grandes feitos e os heróis,
somos chamados a reconhecer que a esperança pode brotar dos lugares mais
humildes e das situações mais inesperadas.
Na
segunda leitura, da Carta aos Hebreus, encontramos uma afirmação poderosa:
"Por isso, ao entrar no mundo, Cristo diz: 'Sacrifícios e ofertas não
quiseste, mas um corpo me formaste'." Aqui, o autor nos lembra que o
verdadeiro sacrifício é a entrega total de si mesmo a Deus. Jesus, ao assumir a
nossa humanidade, traz à tona a ideia do peregrino por excelência, aquele que
caminha entre nós, que se faz próximo da nossa realidade. Ele é o sinal
absoluto da esperança que se encarna em meio à fragilidade da condição humana.
No
Evangelho de Lucas, temos a visita de Maria a sua prima Isabel. Maria, com seu
coração cheio de esperança e fé, reconhece o chamado de Deus em sua vida e vai
apressadamente ajudar Isabel. É uma bela imagem de como a verdadeira esperança nos
leva à ação. Isso é ser peregrino da esperança: reconhecer a presença de Deus
em nossas vidas e levá-la aos outros. Quando Maria chega à casa de Isabel, a
criança em seu ventre salta de alegria. É como se o próprio Cristo, já em
gestação, trouxesse uma nova esperança àquela casa.
A
caminhada de Maria até a casa de Isabel é um símbolo da nossa própria
peregrinação. Ela nos ensina que a verdadeira esperança nos leva a caminhar com
prontidão, mesmo diante das incertezas, porque confiamos que Deus está conosco.
Como Maria, somos chamados a ser portadores de Cristo para os outros,
especialmente para aqueles que mais necessitam de consolo e esperança
Neste
Advento, somos convidados a nos tornar peregrinos da esperança. Assim como
Maria, somos convidados a nos colocar a disposição, a acolher a presença de
Deus e fazer dela uma realidade, não só em nossas vidas, mas também na vida dos
que nos cercam. Somos chamados a ir ao encontro dos que estão em necessidade, a
compartilhar nossa fé e a transmitir alegria, porque a esperança não é apenas
um sentimento, mas uma ação concreta.
Assim,
como Maria, sejamos capazes de levar Cristo ao mundo. Nossa fé deve se traduzir
em ações concretas de amor e solidariedade. Que nossa espiritualidade do
Advento nos transforme em mensageiros da paz e da esperança, refletindo a luz
de Cristo em nossos lares, comunidades e no mundo.
Nossa
jornada é muitas vezes repleta de dificuldades e incertezas, mas assim como
Belém, nossa própria vida pode parecer pequena diante das grandes expectativas
e desafios do mundo. No entanto, é exatamente nesse espaço de fragilidade que
Deus vem ao nosso encontro, transformando o insignificante em algo
extraordinário.
Neste
último domingo do Advento, renovemos nosso compromisso de peregrinos da
esperança. Que ao nos aproximarmos do Natal, nossos corações se abram para
acolher a paz e a alegria que vêm com a vinda de Cristo. Que a nossa fé nos
impulsione a viver em serviço, como Maria, sempre prontos a levar uma palavra
de amor e esperança a todos ao nosso redor.
Que o
Senhor nos abençoe e nos conduza neste caminho de preparação para o Natal e
para o Ano Santo que encontremos em Jesus e nas pessoas a razão da nossa
esperança.
Amém.
ALEGRAI-VOS
SEMPRE NO SENHOR!
Queridos
irmãos e irmãs, neste 3º Domingo do Advento, conhecido como o "Domingo da
Alegria", a liturgia nos convida a renovar nossa esperança e a nos
alegrar, pois a vinda do Senhor está próxima. As leituras de hoje nos conduzem
a refletir sobre o que significa preparar o caminho para o Senhor e como
podemos nos dispor para acolhê-lo em nossas vidas.
A
primeira leitura, do profeta Sofonias (Sf 3,14-18a), nos apresenta um convite à
alegria. O profeta anuncia que Deus está no meio do seu povo, pronto para
libertá-lo e trazer a salvação. O Senhor se alegra conosco e renova a nossa
vida com o seu amor. Essa promessa é fonte de esperança, mesmo em meio às
dificuldades que enfrentamos. Essa alegria não é superficial, mas enraizada na
confiança de que Deus está agindo em nossa história.
No
Evangelho de Lucas (Lc 3,10-18), vemos o povo se aproximar de João Batista com
uma pergunta crucial: "E nós, que devemos fazer?" Esse questionamento
nos move a olhar para nossa própria vida e identificar as mudanças necessárias
para preparar o caminho do Senhor. João nos oferece três respostas que
continuam profundamente atuais.
Primeiro,
ele nos chama a sair do egoísmo e aprender a partilhar. Quando perguntado pelo
povo o que fazer, João responde: "Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem
não tem, e quem tiver comida, faça o mesmo." A partilha é o primeiro passo
para nos abrirmos ao outro e reconhecermos as necessidades dos nossos irmãos.
Em um mundo marcado pelo individualismo, João nos lembra que o verdadeiro
caminho do cristão é o da generosidade.
O
segundo aspecto que o Evangelho nos propõe é a justiça. João Batista adverte os
cobradores de impostos e os soldados sobre a necessidade de abandonar a
exploração e a imoralidade. Ele diz: "Não cobreis mais do que foi
estabelecido" e "Não tomeis à força dinheiro de ninguém". Essas
palavras nos desafiam a viver de maneira honesta e justa em todas as nossas
relações, sem buscar vantagem própria à custa do próximo.
O
terceiro ponto é a renúncia à violência e à prepotência. João instrui os
soldados a não usarem sua autoridade para oprimir ou explorar os outros.
Respeitar a dignidade dos nossos irmãos é fundamental para preparar o caminho
do Senhor. Somos chamados a tratar todos com respeito, especialmente aqueles
que muitas vezes são marginalizados ou vulneráveis.
A
grande questão que o Evangelho nos apresenta é a transformação pessoal. Não
basta esperar passivamente pela vinda do Senhor; é necessário operar uma
mudança interior, movida pelo Espírito de Deus. São Paulo, na segunda leitura
(Fl 4,4-7), nos exorta a nos alegrarmos sempre no Senhor, a vivermos sem
ansiedade e a confiarmos na paz que vem de Deus. Essa paz só é possível quando
vivemos de acordo com o Evangelho, quando permitimos que o Espírito nos transforme.
Queridos
irmãos, o Advento é um tempo de expectativa, mas também de ação. A pergunta
"E nós, que devemos fazer?" ecoa em nossos corações hoje, nos
convidando a uma conversão profunda. Partilhar, ser justos e respeitar o
próximo são caminhos concretos para acolher o Senhor que vem. Ele quer entrar
em nossas vidas, transformar nossos corações e nos conduzir à verdadeira
alegria e paz.
Que
neste Domingo da Alegria, possamos renovar nossa confiança no Senhor que está
próximo. Que nosso “sim” a Ele se manifeste em gestos concretos de amor,
justiça e respeito, e que, com o coração aberto e transformado, possamos ser
portadores da alegria e da paz que só Deus pode nos dar. Amém.
CANTAI
AO SENHOR DEUS UM CANTO NOVO!
Hoje
celebramos a Solenidade da Imaculada Conceição, um momento especial em que a
Igreja nos convida a refletir sobre a resposta que damos aos desafios de Deus.
A figura de Maria, escolhida para ser a mãe do Salvador, destaca-se como modelo
de fé, de disponibilidade e de total entrega à vontade divina. As leituras nos
ajudam a entender melhor essa entrega e a reconhecer a profundidade do
"sim" de Maria.
Na
primeira leitura, do livro do Gênesis (Gn 3,9-15.20), encontramos o relato da
queda de Adão e Eva. Diante do pecado original, a humanidade se vê afastada de
Deus, mergulhada no orgulho e na desobediência. Adão e Eva, ao desobedecerem,
escolhem seguir seus próprios planos, distanciando-se do projeto de amor que
Deus tinha para eles. No entanto, mesmo em meio à queda, Deus já anuncia uma
esperança: “Estabelecerei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua
descendência e a descendência dela”. Essa mulher, de quem viria a descendência
que venceria o mal, é Maria. Ela seria, desde sua concepção, preservada do
pecado, preparando o caminho para o Salvador.
No
Salmo (Sl 97,1-4), cantamos com alegria as maravilhas que Deus fez ao longo da
história. Ele sempre esteve presente, conduzindo a humanidade com misericórdia
e amor, preparando o terreno para o nascimento de Jesus. Maria, a “cheia de
graça”, foi agraciada de forma singular para que, por meio dela, o Filho de
Deus pudesse entrar no mundo e inaugurar a era de salvação.
A carta
aos Efésios (Ef 1,3-6.11-12) reforça essa ideia de eleição. Paulo nos lembra
que todos nós, desde antes da criação do mundo, fomos escolhidos por Deus para
sermos santos e irrepreensíveis diante Dele. Maria é o exemplo perfeito dessa
escolha divina. Ela foi predestinada para uma missão única: ser a mãe do
Redentor. E, ao contrário de Adão e Eva, que se afastaram de Deus, Maria
correspondeu com generosidade e confiança ao plano divino, vivendo plenamente
sua vocação.
O
Evangelho de Lucas (Lc 1,26-38) nos apresenta a cena da Anunciação. O anjo
Gabriel aparece a Maria com uma mensagem inesperada: Deus a escolheu para ser a
mãe do Messias. A resposta de Maria ao chamado de Deus é de uma grandeza
extraordinária. Ela poderia ter se deixado dominar pelo medo, pelo orgulho ou
pelo desejo de manter sua vida conforme seus próprios planos. Mas, ao
contrário, Maria escolheu o caminho da humildade e da confiança absoluta.
Diante do anúncio do anjo, sua resposta é simples e cheia de fé: “Eis aqui a
serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra”.
Este
“sim” de Maria é a chave da nossa celebração hoje. Enquanto Adão e Eva disseram
“não” à vontade de Deus, buscando autonomia e auto-suficiência, Maria disse
“sim”, entregando-se inteiramente ao projeto divino. Ela reconhece-se como
"serva do Senhor", uma expressão que vai além da humildade. No Antigo
Testamento, ser “servo do Senhor” é um título de honra reservado àqueles que
Deus escolhe para realizar uma missão especial. Maria aceita essa escolha com
uma entrega total, confiando que Deus a conduziria em cada passo.
A
Solenidade da Imaculada Conceição nos ensina a importância de estarmos abertos
e disponíveis ao plano de Deus em nossas vidas. Muitas vezes, somos tentados a
seguir nossos próprios caminhos, a buscar segurança nas nossas decisões e a
resistir ao chamado divino. Mas Maria nos mostra que a verdadeira plenitude
está em confiar nos desígnios de Deus, mesmo quando eles parecem desafiadores
ou inesperados.
Hoje,
somos convidados a aprender com o exemplo de Maria. Assim como ela, também nós
fomos escolhidos por Deus. Fomos chamados a sermos seus servos, a colaborar com
Ele na construção do Reino de justiça e de paz. Maria é o grande exemplo de
como devemos responder a esse chamado: com humildade, fé e total
disponibilidade.
Que,
nesta celebração, possamos renovar nosso “sim” a Deus. Que possamos, à
semelhança de Maria, abrir nosso coração para acolher os planos divinos e
permitir que, por meio de nós, a salvação e a vida plena cheguem ao mundo.
Maria, a Imaculada, nos ensina que a obediência e a entrega a Deus são o
caminho seguro para a verdadeira felicidade e para a plenitude da vida.
Que o
exemplo de Maria nos inspire a viver como verdadeiros servos do Senhor, dizendo
“sim” ao Seu chamado a cada dia.
JUSTIÇA
E PAZ SE ABRAÇÃRÃO
No
primeiro domingo do Advento, a Igreja nos convida a entrar num tempo de espera
e preparação para a vinda de Jesus, o Messias prometido. Este tempo não é
simplesmente uma preparação para o Natal, mas para acolhermos a libertação que
Jesus nos traz em toda sua plenitude. As leituras de hoje nos falam de uma
esperança que ultrapassa as dificuldades e desafios do presente, abrindo-nos
para a promessa de um mundo novo, onde justiça e paz habitarão.
No
Evangelho de Lucas (21,25-28.34-36), Jesus nos apresenta um cenário que, à
primeira vista, pode parecer assustador. Ele fala de sinais no sol, na lua e
nas estrelas, e de angústia entre as nações. São imagens fortes, mas que não
devem ser entendidas como uma descrição literal do fim do mundo. Ao contrário,
Jesus usa essa linguagem para nos alertar e nos despertar para a realidade de
que Deus está agindo na história, mesmo em meio às tribulações.
Jesus
nos diz: “Levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”.
Não é um convite ao medo, mas à esperança. Ele nos pede para estarmos atentos,
vigilantes, porque a vinda do Filho do Homem está próxima. E o que significa
essa vinda? É o próprio Jesus entrando em nossas vidas, trazendo o projeto de
um mundo novo, onde não haverá mais escravidão, sofrimento ou injustiça.
O
profeta Jeremias, na primeira leitura (Jr 33,14-16), já anunciava essa
esperança: Deus cumprirá a promessa que fez ao seu povo. Ele enviará um
descendente de Davi, um rei justo, que governará com justiça e fará prevalecer
o direito. Essa promessa se cumpre em Jesus, o Rei que vem para libertar, não
pela força das armas ou do poder político, mas pelo amor e pela misericórdia.
A
segunda leitura, da Primeira Carta aos Tessalonicenses (1Ts 3,12-4,2), nos
convida a uma atitude ativa diante dessa espera. Paulo nos chama a crescer no
amor e a viver de maneira irrepreensível, preparando-nos para o encontro com o
Senhor. Não se trata de uma espera passiva, mas de uma preparação ativa, na
construção da justiça e da paz no mundo em que vivemos.
O
Advento é, portanto, um tempo de expectativa e de vigilância, mas também de
ação. A mensagem de Jesus é clara: Ele virá, e com Ele, o mundo velho, marcado
pelo egoísmo e pela opressão, será transformado. Nascerá um novo mundo, onde
experimentaremos a plenitude da vida e da alegria.
Mas é
preciso estarmos atentos. O Senhor nos chama a reconhecer os seus sinais e a
responder ao seu apelo. E quais são esses sinais hoje? São as oportunidades
diárias de construir um mundo mais justo, mais fraterno, mais próximo do Reino
de Deus. Cada gesto de amor, de solidariedade, de compaixão, é uma forma de
acolher Jesus que vem.
Neste
primeiro domingo do Advento, a liturgia nos convida a levantar a cabeça, a
renovar nossa esperança e a nos comprometer com a construção do Reino de Deus,
um reino de justiça, paz e liberdade. Que, durante este tempo de preparação,
possamos abrir nosso coração para acolher Jesus, o Rei que vem, e colaborar com
Ele na edificação de um mundo novo, onde a vida em plenitude será realidade
para todos.