COM MARIA, PEREGRINOS DA ESPERANÇA!
Neste
quarto domingo do Advento, celebramos a proximidade do Natal, um tempo de
espera e de preparação, mas também um tempo de esperança renovada. As leituras
de hoje nos convidam a aprofundar o significado da promessa da encarnação de
Cristo e a maneira como podemos vivê-la em nossas vidas.
Na
primeira leitura, o profeta Miquéias, nos apresenta a mensagem que ressoa em
muitos corações: "Tu, Belém pequena cidade de Judá, de ti sairá aquele que
será o governante em Israel." Esta profecia nos lembra que, mesmo em sua
fragilidade e insignificância, Belém se tornará o berço do Salvador. É uma
linda confirmação de que Deus não se importa com a grandeza aparente, mas com a
disposição do coração. Em um mundo que valoriza tanto os grandes feitos e os heróis,
somos chamados a reconhecer que a esperança pode brotar dos lugares mais
humildes e das situações mais inesperadas.
Na
segunda leitura, da Carta aos Hebreus, encontramos uma afirmação poderosa:
"Por isso, ao entrar no mundo, Cristo diz: 'Sacrifícios e ofertas não
quiseste, mas um corpo me formaste'." Aqui, o autor nos lembra que o
verdadeiro sacrifício é a entrega total de si mesmo a Deus. Jesus, ao assumir a
nossa humanidade, traz à tona a ideia do peregrino por excelência, aquele que
caminha entre nós, que se faz próximo da nossa realidade. Ele é o sinal
absoluto da esperança que se encarna em meio à fragilidade da condição humana.
No
Evangelho de Lucas, temos a visita de Maria a sua prima Isabel. Maria, com seu
coração cheio de esperança e fé, reconhece o chamado de Deus em sua vida e vai
apressadamente ajudar Isabel. É uma bela imagem de como a verdadeira esperança nos
leva à ação. Isso é ser peregrino da esperança: reconhecer a presença de Deus
em nossas vidas e levá-la aos outros. Quando Maria chega à casa de Isabel, a
criança em seu ventre salta de alegria. É como se o próprio Cristo, já em
gestação, trouxesse uma nova esperança àquela casa.
A
caminhada de Maria até a casa de Isabel é um símbolo da nossa própria
peregrinação. Ela nos ensina que a verdadeira esperança nos leva a caminhar com
prontidão, mesmo diante das incertezas, porque confiamos que Deus está conosco.
Como Maria, somos chamados a ser portadores de Cristo para os outros,
especialmente para aqueles que mais necessitam de consolo e esperança
Neste
Advento, somos convidados a nos tornar peregrinos da esperança. Assim como
Maria, somos convidados a nos colocar a disposição, a acolher a presença de
Deus e fazer dela uma realidade, não só em nossas vidas, mas também na vida dos
que nos cercam. Somos chamados a ir ao encontro dos que estão em necessidade, a
compartilhar nossa fé e a transmitir alegria, porque a esperança não é apenas
um sentimento, mas uma ação concreta.
Assim,
como Maria, sejamos capazes de levar Cristo ao mundo. Nossa fé deve se traduzir
em ações concretas de amor e solidariedade. Que nossa espiritualidade do
Advento nos transforme em mensageiros da paz e da esperança, refletindo a luz
de Cristo em nossos lares, comunidades e no mundo.
Nossa
jornada é muitas vezes repleta de dificuldades e incertezas, mas assim como
Belém, nossa própria vida pode parecer pequena diante das grandes expectativas
e desafios do mundo. No entanto, é exatamente nesse espaço de fragilidade que
Deus vem ao nosso encontro, transformando o insignificante em algo
extraordinário.
Neste
último domingo do Advento, renovemos nosso compromisso de peregrinos da
esperança. Que ao nos aproximarmos do Natal, nossos corações se abram para
acolher a paz e a alegria que vêm com a vinda de Cristo. Que a nossa fé nos
impulsione a viver em serviço, como Maria, sempre prontos a levar uma palavra
de amor e esperança a todos ao nosso redor.
Que o
Senhor nos abençoe e nos conduza neste caminho de preparação para o Natal e
para o Ano Santo que encontremos em Jesus e nas pessoas a razão da nossa
esperança.
Amém.
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