EM DEUS, ESPERANÇA E RENOVAÇÃO
Neste segundo domingo do Tempo Comum, somos convidados a refletir sobre
a beleza e a abundância das promessas de Deus, tal como expressas nos textos
que a liturgia nos apresenta. A leitura do profeta Isaías (Is 62,1-5) traz uma
mensagem de esperança e renovação. O profeta nos fala de um tempo em que Deus
se alegrará em seu povo, e isso é descrito através de uma relação íntima e
amorosa: Deus promete que o seu povo será chamado com um novo nome e que a
alegria será abundante. Assim como um noivo se alegra com sua noiva, Deus se
alegra com seu povo. Esta é uma promessa atual, que nos lembra a dignidade e o
valor que Deus confere a cada um de nós.
O Salmo 95 (96) nos convida a cantar ao Senhor um cântico novo,
celebrando a sua majestade e a sua criação. Ao olharmos ao nosso redor, somos
chamados a reconhecer a beleza do mundo natural que nos cerca. A criação é um
presente de Deus e um reflexo de seu amor por nós. Entretanto, como podemos
cantar esse cântico novo se não cuidamos da Terra que Ele nos confiou? O que
temos feito para proteger e preservar o meio ambiente, que é um dom de Deus?
Ao refletirmos sobre essas leituras, vemos que a conexão com a Ecologia
Integral torna-se cada vez mais relevante. A Encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco nos lembra que a crise ambiental é,
antes de tudo, uma crise de relações – com Deus, entre nós e com a criação.
Precisamos urgentemente transformar nossa relação com a Terra em uma prática
que respeite e valorize a vida que nos rodeia. Devemos ser bons administradores
dos recursos naturais, promovendo a justiça ambiental e buscando maneiras
sustentáveis de viver.
Na segunda leitura, da primeira Coríntios (1Cor 12,4-11), Paulo nos
ensina sobre a diversidade dos dons no Espírito. Ele nos lembra que cada um de
nós tem um papel a desempenhar na construção do Reino de Deus. Essa diversidade
é um reflexo da criatividade de Deus em sua criação. Assim, quando cuidamos do
meio ambiente e promovemos a justiça, estamos exercendo os dons que nos foram
dados, contribuindo para o bem comum.
Finalmente, no Evangelho de João (Jo 2,1-11), temos o milagre das bodas
de Caná, onde Jesus transforma água em vinho. Este primeiro sinal de sua vida
pública não é apenas um milagre, mas também uma revelação da abundância do
Reino de Deus. O que mais nos toca nesta passagem é que Jesus atende à
necessidade de uma festa, trazendo alegria onde havia escassez. Isso nos
convida a refletir sobre como podemos trazer essa abundância para o mundo hoje.
Assim como Jesus participou da alegria daquela festa, somos convidados a ser
portadores de alegria e esperança em um planeta que muitas vezes parece cansado
e sobrecarregado.
Hoje, eu os convido a se perguntarem: Como podemos ser parte dessa
transformação? Como podemos agir para que a alegria e a abundância criadas por
Deus sejam acessíveis a todos, especialmente àqueles que mais precisam? E como
podemos garantir que essa alegria não venha à custa da nossa Terra, mas em
harmonia com ela?
Que neste domingo, possamos renovar nosso compromisso de cuidar da
criação, de ser instrumentos da paz e da alegria, e de ser testemunhas do amor
de Deus em ação. Que possamos, verdadeiramente, cantar ao Senhor um cântico
novo, unindo nossa voz à canção da Terra, promovendo a Ecologia Integral e
vivendo em harmonia com toda a criação.
Amém.
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