terça-feira, 10 de dezembro de 2024

HOMILIA PARA O DIA 19 DE JANEIRO DE 2025 - SEGUNDO DOMINGO COMUM - ANO C

 

EM DEUS, ESPERANÇA E RENOVAÇÃO

 

Neste segundo domingo do Tempo Comum, somos convidados a refletir sobre a beleza e a abundância das promessas de Deus, tal como expressas nos textos que a liturgia nos apresenta. A leitura do profeta Isaías (Is 62,1-5) traz uma mensagem de esperança e renovação. O profeta nos fala de um tempo em que Deus se alegrará em seu povo, e isso é descrito através de uma relação íntima e amorosa: Deus promete que o seu povo será chamado com um novo nome e que a alegria será abundante. Assim como um noivo se alegra com sua noiva, Deus se alegra com seu povo. Esta é uma promessa atual, que nos lembra a dignidade e o valor que Deus confere a cada um de nós.

O Salmo 95 (96) nos convida a cantar ao Senhor um cântico novo, celebrando a sua majestade e a sua criação. Ao olharmos ao nosso redor, somos chamados a reconhecer a beleza do mundo natural que nos cerca. A criação é um presente de Deus e um reflexo de seu amor por nós. Entretanto, como podemos cantar esse cântico novo se não cuidamos da Terra que Ele nos confiou? O que temos feito para proteger e preservar o meio ambiente, que é um dom de Deus?

Ao refletirmos sobre essas leituras, vemos que a conexão com a Ecologia Integral torna-se cada vez mais relevante. A Encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco nos lembra que a crise ambiental é, antes de tudo, uma crise de relações – com Deus, entre nós e com a criação. Precisamos urgentemente transformar nossa relação com a Terra em uma prática que respeite e valorize a vida que nos rodeia. Devemos ser bons administradores dos recursos naturais, promovendo a justiça ambiental e buscando maneiras sustentáveis de viver.

Na segunda leitura, da primeira Coríntios (1Cor 12,4-11), Paulo nos ensina sobre a diversidade dos dons no Espírito. Ele nos lembra que cada um de nós tem um papel a desempenhar na construção do Reino de Deus. Essa diversidade é um reflexo da criatividade de Deus em sua criação. Assim, quando cuidamos do meio ambiente e promovemos a justiça, estamos exercendo os dons que nos foram dados, contribuindo para o bem comum.

Finalmente, no Evangelho de João (Jo 2,1-11), temos o milagre das bodas de Caná, onde Jesus transforma água em vinho. Este primeiro sinal de sua vida pública não é apenas um milagre, mas também uma revelação da abundância do Reino de Deus. O que mais nos toca nesta passagem é que Jesus atende à necessidade de uma festa, trazendo alegria onde havia escassez. Isso nos convida a refletir sobre como podemos trazer essa abundância para o mundo hoje. Assim como Jesus participou da alegria daquela festa, somos convidados a ser portadores de alegria e esperança em um planeta que muitas vezes parece cansado e sobrecarregado.

Hoje, eu os convido a se perguntarem: Como podemos ser parte dessa transformação? Como podemos agir para que a alegria e a abundância criadas por Deus sejam acessíveis a todos, especialmente àqueles que mais precisam? E como podemos garantir que essa alegria não venha à custa da nossa Terra, mas em harmonia com ela?

Que neste domingo, possamos renovar nosso compromisso de cuidar da criação, de ser instrumentos da paz e da alegria, e de ser testemunhas do amor de Deus em ação. Que possamos, verdadeiramente, cantar ao Senhor um cântico novo, unindo nossa voz à canção da Terra, promovendo a Ecologia Integral e vivendo em harmonia com toda a criação.

 

Amém.

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