sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

HOMILIA PARA O DIA 09 DE MARÇO DE 2025 - PRIMEIRO DOMINGO DA QUARESMA 2025 -

 

A Fraternidade e a Ecologia Integral

Queridos irmãos e irmãs, é com alegria que nos reunimos hoje para refletir sobre as Sagradas Escrituras e o tema da Campanha da Fraternidade deste ano, que nos convida a refletir sobre a Ecologia Integral.

 A primeira leitura, de Deuteronômio 26, nos lembra da importância de reconhecer as bênçãos que recebemos de Deus. O povo é instruído a levar os primeiros frutos da terra e a apresentar diante do altar. Este gesto de gratidão nos desafia a pensar como também podemos reconhecer e agradecer a Deus por todas as maravilhas da criação. A natureza, com sua beleza exuberante, é um presente divino, e precisamos cuidar dela como um verdadeiro gesto de amor a Deus e ao próximo.

 Na carta de São Paulo aos Romanos, capítulo 10, somos chamados a professar a nossa fé de modo que ela possa nos impulsionar a agir em prol do bem comum. "Se alguém invocar o nome do Senhor, será salvo." Essa invocação requer que não apenas pensemos em nós mesmos, mas que também atuemos em defesa dos que não têm voz, dos que sofrem com as consequências da degradação ambiental. O chamado à salvação é, de fato, um chamado à solidariedade e à fraternidade com toda a criação.

 No evangelho de Lucas 4, encontramos a narrativa da tentação de Jesus. Aqui, Jesus, cheio do Espírito Santo, enfrenta as tentações do maligno. Ele nos ensina que a verdadeira força está em desistir das necessidades egoístas e em nos voltarmos para a vontade do Pai. A tentação nos convida a sucumbir ao individualismo e à exploração desenfreada dos recursos naturais. Contudo, Jesus nos modela um caminho que deve ser de resistência e compromisso com a justiça e a paz, recordando que somos parte de uma grande família, a criação de Deus, que merece ser cuidada e respeitada.

 Neste contexto da campanha da fraternidade, somos convocados a um chamado de conversão. A ecologia integral não trata somente da preservação do meio ambiente, mas da construção de relações justas e fraternas em todos os níveis: social, econômica e ambiental. O olhar fraterno que temos sobre a criação deve também se estender àqueles que mais sofrem com as crises ambientais — os pobres, os marginalizados, os que dependem do ecossistema para viver.

 Como podemos, então, responder a esse chamado? Primeiro, cultivando uma atitude de gratidão e cuidado em relação ao que nos rodeia. Segundo, buscando formas de agir em solidariedade com aqueles que são impactados pela degradação ambiental, defendendo políticas que promovam a justiça social e ambiental. E por fim, vivendo uma espiritualidade que nos une à criação, entendendo que ao cuidar da Terra, estamos cuidando de nossos irmãos e irmãs.

 Que ao nos alimentarmos da Palavra de Deus, possamos nos inspirar a sermos agentes de transformação e de amor, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, fraterna e atenta aos clamores da criação. Que Deus nos abençoe nessa missão! Amém.

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