sexta-feira, 22 de junho de 2018

HOMILIA PARA A FESTA DE SÃO JOÃO BATISTA - 24/06/2018 - 12º DO TEMPO COMUM


MISERICÓRDIA É O SEU NOME

Ninguém duvida que a Copa do Mundo é uma oportunidade de lazer, esporte, turismo, entretenimento e uma série de outras oportunidades para desenvolver relações humanas saudáveis e prazerosas. Mas é também uma oportunidade para perceber como muitas situações que não deveriam acontecer entre pessoas educadas e que se respeitam tivessem lugar. Entre elas vale lembrar o episódio do grupo de brasileiros que usou das redes sociais para divulgar uma situação de absoluto desrespeito humano quando constrangeram publicamente uma pessoa de outra nacionalidade e que não conhecia o nosso idioma. Sem sombra de dúvida isso é o que se pode chamar numa linguagem litúrgica de “falta de misericórdia”.
Pois é de misericórdia que trata a Palavra de Deus neste dia em que se recorda também o nascimento do maior profeta que a religião cristã reconhece. João Batista tem um significado tão especial para a Igreja Ele é o único santo no calendário que se celebra o dia do nascimento e o dia da sua morte. O nome João significa: “Deus é misericórdia”. Filho de um casal de velhos cujas esperanças de paternidade já haviam se extinguido por força da sua idade e de outras condições humanas. O pai que era sacerdote do Templo de Jerusalém se comportava como um fiel cumpridor da lei em decorrência disso muitas vezes serviu de instrumento de opressão e de ações que não usavam da misericórdia para com as pessoas.
Neste contexto Deus mostra sua presença e seu amor, enche de alegria a casa de Zacarias e de Isabel ao mesmo tempo que faz a vizinhança exultar de admiração: “Todos se perguntavam: O que vai ser deste menino? ”. Quando Zacarias duvidou da ação de Deus ficou sem poder falar até o nascimento da criança neste tempo ouviu Maria proclamar a bondade de Deus quando cantou: “O poderoso fez obras grandiosas e santo é o seu nome, sua misericórdia se estende por todas as gerações daqueles que o amam”.
Em João Batista se confirma o que o profeta tinha anunciado 700 anos antes: “Nações marinhas, ouvi-me, povos distantes, prestai atenção: o Senhor chamou-me antes de eu nascer, desde o ventre de minha mãe ele tinha na mente o meu nome; fez de minha palavra uma espada afiada, protegeu-me à sombra de sua mão e fez de mim uma flecha aguçada, escondida em sua aljava, e disse-me: Tu és o meu Servo, Israel, em quem serei glorificado”.
Na esteira da fé herdada dos antepassados também a Igreja hoje se alegra porque sabe que Deus reconhece a fundo o coração de todos, sabe que as pessoas de hoje são tecidas pelo cuidado de Deus desde o ventre materno. Recordar João Batista não é simplesmente fazer a repetição de uma história, pelo contrário é pedir a graça de não se deixar macular pela falta de caridade, mas de agir com misericórdia para com todos.
Como Igreja em assembleia de oração todos são convidados a renovar o compromisso de respeito para com todas as pessoas em todos os lugares, ao mesmo tempo que se faz uma experiência da misericórdia de Deus pedir a força e a graça de ser para todos “Sal da terra e luz do mundo” como sinais de Deus em todas as relações humanas.


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