EU
CONFIO NO SENHOR E NADA TEMO
“O Senhor é minha força,
meu louvor a salvação, ele fez prodígios e favores, publicai as maravilhas do
Senhor”. O profeta Ezequiel faz uma parábola para contar sobre
a infidelidade do povo na relação com Deus e conta como Deus “revestiu o seu povo com roupas bordadas,
ungiu com perfume, calçou sandálias, enfeitou com joias e corou a cabeça dos
seus escolhidos como se fosse salvar uma criança das forças da morte”. O
Evangelho toca no cerne das relações familiares e mexe exatamente com a
fidelidade matrimonial. A palavra de Jesus é muito clara quando diz que só é
permitido o divórcio em caso de união ilegítima. Tal afirmação pode ser melhor
entendida nas palavras de São João Paulo II: incompreensões recíprocas, ou quando Francisco diz: “matrimônios que nunca deveriam ter existido”.
Em resumo se faltar o amor entre os esposos, termina o respeito e só uma
legislação muito rigorosa seria capaz de garantir que a unidade permanecesse
embora essa nem sempre fosse sinal de comunhão. Jesus é categórico quando
responde aos judeus sobre a lei de Moisés: Ela só deve ser aplicada quando
falta o amor, a solidariedade a responsabilidade e o perdão.
Quando
falta ingredientes básicos para uma comunhão do casal acontece o que disse São
João Paulo II: “Motivos diversos, quais
incompreensões recíprocas, incapacidade de abertura a relações interpessoais,
etc. podem conduzir dolorosamente o matrimónio válido a uma fratura muitas
vezes irreparável. Obviamente que a separação deve ser considerada remédio
extremo, depois que se tenham demonstrado vãs todas as tentativas razoáveis. A Igreja
não pode abandonar aqueles que por algum motivo procuraram uma segunda união
depois de ter feitos todos os esforços para manter o primeiro casamento, reze
por eles a Igreja, encoraje-os, mostre-se mãe misericordiosa e sustente-os na
fé e na esperança”.
Por
sua vez o Papa Francisco afirma: “Quanto
às pessoas divorciadas que vivem em segunda união é importante fazer-lhes
sentir que fazem parte da Igreja, que “não estão excomungadas” Estas
situações exigem acompanhamento e respeito de modo que ninguém se sinta
discriminada de nada participando da comunidade. Fazendo isso a Igreja acolhe aqueles
que precisaram iniciar uma nova família com o mesmo carinho como Deus fez com o
povo de Israel: “banhei-te com água
limpa, revesti-lhe com roupas bordadas, calcei uma sandália e te coroei” isso
não é um enfraquecimento da fé e das normas da Igreja, mas uma forma de agir
com misericórdia diante do sofrimento alheio. De modo que os movimentos, as
pastorais e a Igreja inteira tem o dever de acolher, ouvir e compreender
aqueles que tanto sofrem quando sua vida matrimonial passa por mares bravios e
tempestades que não se acalmam.
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