sexta-feira, 3 de agosto de 2018

HOMILIA PARA O DIA 05 DE AGOSTO DE 2018 - 18º COMUM - ANO B


RENOVAR-SE CONSTANTEMENTE

É inerente da condição humana buscar soluções rápidas e muitas vezes simplórias para problemas e exigências que, na maioria das vezes, exige planejamento, perseverança e organização coletiva. Entre nós é famoso o “jeitinho brasileiro” de resolver as coisas pelo caminho mais curto, mais fácil e mais rápido ainda que nem sempre mais correto nem tampouco mais honesto.
Prestando bem atenção na história do povo de Deus é possível perceber como o “jeitinho” não é uma coisa exclusivamente brasileira, pelo contrário aparece presente em diversas culturas e arraigado na história. Tanto a primeira leitura como o Evangelho deste domingo tratam desta situação.
A longa e exigente caminhada para a terra prometida a que o povo de Israel foi submetido não foi uma ação assimilada com facilidade por todos e durante todo o tempo. Por diversas vezes perderam o entusiasmo e pensavam em soluções simples, rápidas e que tudo se desse por um caminho mais curto, como num passe de mágica.
A primeira leitura trata do problema da fome, diante da qual o povo não exita de encontrar culpados e preferir outras soluções: “Quem dera que tivéssemos morrido escravos no Egito, quando nos sentávamos junto às panelas de carne e comíamos pão com fartura”. Apesar disso Moisés não perde a esperança e lhes apresenta uma alternativa que implica em solução definitiva e não apenas um paliativo para a fome momentânea. Recolher o maná na quantidade suficiente para continuar a caminhada, não acumular e ser capaz de repartir.
O mesmo fato acontece com Jesus e a multidão que o seguia. Aproximaram-se dele com uma pergunta interesseira: “Mestre quando chegaste aqui”. Jesus não se detém nesta resposta mas aponta o limite da busca e do interesse pelo qual as multidões o seguiam: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará”.
E o esforço para buscar o alimento que não se acaba está na palavra de São Paulo, na segunda leitura: “Eis pois o que eu digo e atesto no Senhor: não continueis a viver como vivem os pagãos, cuja inteligência os leva para o nada. Renunciando à vossa existência passada, despojai-vos do homem velho, que se corrompe sob o efeito das paixões enganadoras, e renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade. Revesti o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade”.
Revestir-se como uma pessoa nova não é algo que se faz uma vez na vida, pelo contrário ele começa no dia do batismo e vai se repetindo por todo o sempre. Ledo engano procurar o batismo porque é tradição de nossos pais, ou costume das comunidades. A nossa adesão a Jesus deve partir de uma profunda convicção de que só Ele é o “pão” que nos dá vida. Deus vem, todos os dias, ao encontro das pessoas e os convida escutar a Palavra de Jesus ensinando-lhes os caminhos do amor, da partilha, do serviço. Convém que nos familiarizemos com os métodos e os caminhos de Deus.

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