RENOVAR-SE CONSTANTEMENTE
É
inerente da condição humana buscar soluções rápidas e muitas vezes simplórias
para problemas e exigências que, na maioria das vezes, exige planejamento,
perseverança e organização coletiva. Entre nós é famoso o “jeitinho brasileiro”
de resolver as coisas pelo caminho mais curto, mais fácil e mais rápido ainda
que nem sempre mais correto nem tampouco mais honesto.
Prestando
bem atenção na história do povo de Deus é possível perceber como o “jeitinho”
não é uma coisa exclusivamente brasileira, pelo contrário aparece presente em
diversas culturas e arraigado na história. Tanto a primeira leitura como o
Evangelho deste domingo tratam desta situação.
A
longa e exigente caminhada para a terra prometida a que o povo de Israel foi
submetido não foi uma ação assimilada com facilidade por todos e durante todo o
tempo. Por diversas vezes perderam o entusiasmo e pensavam em soluções simples,
rápidas e que tudo se desse por um caminho mais curto, como num passe de
mágica.
A
primeira leitura trata do problema da fome, diante da qual o povo não exita de encontrar
culpados e preferir outras soluções: “Quem dera que tivéssemos morrido escravos
no Egito, quando nos sentávamos junto às panelas
de carne e comíamos pão com fartura”.
Apesar disso Moisés não perde a esperança e lhes apresenta uma alternativa que
implica em solução definitiva e não apenas um paliativo para a fome momentânea.
Recolher o maná na quantidade suficiente para continuar a caminhada, não
acumular e ser capaz de repartir.
O mesmo fato acontece com
Jesus e a multidão que o seguia. Aproximaram-se dele com uma pergunta
interesseira: “Mestre quando chegaste
aqui”. Jesus não se detém nesta resposta mas aponta o limite da busca e do
interesse pelo qual as multidões o seguiam: “Em
verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais,
mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. Esforçai-vos
não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento
que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará”.
E o esforço para buscar o
alimento que não se acaba está na palavra de São Paulo, na segunda leitura: “Eis
pois o que eu digo e atesto no Senhor: não continueis a
viver como vivem os pagãos, cuja inteligência os leva para o nada. Renunciando
à vossa existência passada, despojai-vos do
homem velho, que se corrompe sob o efeito das paixões enganadoras, e
renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade. Revesti o homem novo, criado
à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade”.
Revestir-se como uma
pessoa nova não é algo que se faz uma vez na vida, pelo contrário ele começa no
dia do batismo e vai se repetindo por todo o sempre. Ledo engano procurar o
batismo porque é tradição de nossos pais, ou costume das comunidades. A nossa adesão a Jesus deve partir de uma profunda convicção
de que só Ele é o “pão” que nos dá vida. Deus vem, todos os dias, ao
encontro das pessoas e os convida escutar a Palavra de Jesus ensinando-lhes os
caminhos do amor, da partilha, do serviço. Convém que nos familiarizemos com os
métodos e os caminhos de Deus.
Deus seja louvado! 🙏🙏
ResponderExcluir