GUARDAI-ME, Ó DEUS, PORQUE EM VÓS ME REFUGIO!
A
liturgia da missa, tem entre suas aclamações de fé, uma delas que diz assim: “Anunciamos Senhor a vossa morte e
proclamamos a vossa ressurreição, Vinde Senhor Jesus”. Esta manifestação reúne, em poucas palavras,
todo o “Mistério da fé” em Jesus
Cristo.
Esta
manifestação precisa ser sempre mais bem entendida à luz de toda a Sagrada
Escritura. O profeta Daniel, na primeira leitura, faz uma afirmação
extraordinária que em tudo tem a ver com a aclamação que se faz na missa. “Naquele tempo, se
levantará o grande príncipe, defensor dos filhos de teu
povo; muitos dos que dormem no pó da terra, despertarão. Os que tiverem sido sábios, brilharão
como o firmamento; e os que tiverem ensinado a muitos homens os caminhos da
virtude, brilharão como as estrelas, por toda a eternidade”.
O
verdadeiro sábio e o que ensina o caminho da vida é aquele que a comunidade
cristã proclama a ressurreição e que a carta aos Hebreus afirma ser o “Cristo
que depois de ter oferecido um sacrifício único pelos pecados,
sentou-se para sempre à direita de Deus”. E que Marcos no Evangelho declara
que tudo passará: “O céu e a terra passarão, mas
as minhas palavras não passarão. Quanto àquele dia e
hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu,
nem o Filho, mas somente o Pai”.
Tanto a
aclamação da fé, que se faz na missa, como as leituras deste domingo se resumem
em três verbos: “Clamar,
responder e libertar”. É por isso que o Papa Francisco convida
todos os cristãos para que tenham a mesma atitude de Deus. Ou seja, diante
daqueles que Clamam, responder e libertar. É neste contexto que se situa a
celebração do “Dia do Pobre”, estes
infelizes que clamam a Deus e que somente nele encontram seu refúgio. Na sua
mensagem para este dia o Francisco faz um desafio e afirma: “Num Dia como este, somos chamados a
fazer um sério exame de consciência para compreender se somos verdadeiramente
capazes de escutar os pobres. O Dia Mundial dos Pobres pretende ser uma pequena
resposta, dirigida pela Igreja inteira dispersa por todo o mundo, aos pobres de
todo o género e de todo o lugar a fim de não pensarem que o seu clamor caíra em
saco sem fundo. Provavelmente, é como uma gota de água no deserto da pobreza; e,
contudo, pode ser um sinal de solidariedade para quantos passam necessidade a
fim de sentirem a presença ativa dum irmão ou duma irmã”.
Convido
os irmãos bispos, os sacerdotes e de modo particular os diáconos, a quem foram
impostas as mãos para o serviço dos pobres (cf. At 6, 1-7), juntamente com as
pessoas consagradas e tantos leigos e leigas que, nas paróquias, associações e
movimentos, tornam palpável a resposta da Igreja ao clamor dos pobres, a viver
este Dia Mundial como um momento privilegiado de nova evangelização. Os pobres
evangelizam-nos, ajudando-nos a descobrir cada dia a beleza do Evangelho. Não
deixemos cair em saco sem fundo esta oportunidade de graça. Neste dia,
sintamo-nos todos devedores para com eles, a fim de que, estendendo
reciprocamente as mãos uns para os outros, se realize o encontro salvífico que
sustenta a fé, torna concreta a caridade e habilita a esperança a prosseguir
segura no caminho rumo ao Senhor que vem.
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