TEU
NOME, SENHOR, É TÃO BONITO
Se
você quer ver os olhos de um pai ou de uma mãe brilhar e seus lábios não conter
o sorriso é fazer um elogio aos seus filhos.
Não há pai ou mãe capaz de esconder a alegria e vibrar com o sucesso das suas
crias. Imaginemos pois, qual será a reação de Deus quando rezamos no salmo deste
domingo: “Contemplando
estes céus que tu fizestes e formastes
com dedos de artista; vendo a lua e estrelas brilhantes, perguntamos: 'Senhor, que é a pessoa humana, para dela assim vos lembrardes e a tratardes com tanto carinho? Ó Senhor nosso Deus, como é grande vosso nome por todo o universo!”
Não sem razão o salmo 8
está colocado na liturgia deste domingo como uma resposta à primeira leitura
que sugere a contemplação do Deus criador cuja bondade e amor estão inscritos
na harmonia das obras criadas cuja manifestação maior é o próprio Filho Jesus
que revelou toda a sabedoria de Deus.
O texto dos provérbios
proclamado na primeira leitura deste domingo afirma que a Sabedoria é a
primeira de todas as obras de Deus e que ela deu origem a todas as demais
criaturas. Quase três séculos mais tarde o Evangelho de João vai afirmar que
Jesus Cristo é a Palavra sábia de Deus que existia antes de tudo e que tudo foi
feito por meio dela.
A mensagem da primeira leitura
faz nos compreender a ação de um Pai providente e cuidadoso que tem um projeto
bem definido para todos e que as criaturas reconhecem e contemplam esse Pai na
beleza e na harmonia das coisas. Nessa direção vale recordar o que disse, já no
século XIX, Dostoievski: “A beleza
salvará o mundo”.
São Paulo, escreveu aos Romanos o
que lemos hoje e que é um convite a contemplar Deus que nos amou primeiro e que
enviou seu Filho para derramar sobre a humanidade todos os seus dons que garantem
vida em plenitude: “Justificados pela fé, estamos em paz com Deus, pela mediação do Senhor nosso, Jesus Cristo. Por
ele tivemos acesso, pela fé, a
esta graça, na qual estamos firmes e nos gloriamos, na esperança da glória de
Deus, porque a esperança não decepciona, e o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que
nos foi dado”.
No Evangelho a convocação parte
do próprio Jesus e faz um apelo para contemplar o amor do Pai manifestado na
sua pessoa e no dom de sua vida que acompanha com sabedoria todas as criaturas
no dom do Espírito Santo: “Tenho ainda
muitas coisas a dizer-vos, mas não sois
capazes de as compreender agora. Quando,
porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos
conduzirá à plena verdade”.
As palavras de Jesus estão dentro
do contexto do seu discurso de despedida como se estivesse deixando um testamento
e para os destinatários da sua palavra ele afirma que sua proposta continuará
na ação do Espírito Santo presente e atuante por meio das comunidades e no
coração de cada crente. O ensinamento do Espírito não é novo, pelo contrário,
continuará recordando a palavra de Jesus como uma referência na caminhada de
todos pelo mundo em todos os tempos.
Para os cristãos do nosso tempo a
liturgia deste domingo é um desafio em forma de pergunta: “Somos capazes de nos sentir provocados pela sabedoria e descobrir a
bondade de Deus por meio de suas criaturas?”.
A festa da Santíssima Trindade é uma oportunidade
para todos contemplar e louvar Deus que é amor manifestado na comunhão do Pai,
do Filho e do Espírito Santo.
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