sexta-feira, 6 de setembro de 2019

HOMILIA PARA O DIA 08 DE SETEMBRO DE 2019 - 23º DO TEMPO COMUM - ANO C


SEM MEDO DE ESCOLHER O DISCIPULADO
As Exigências do mundo contemporâneo desafiam todos a desenvolver um espirito de empreendedorismo. As pessoas, as empresas e as instituições são valorizadas e respeitadas à medida que forem capazes de ter “foco”, ou seja clareza da sua missão e da sua visão de mundo, de sociedade, de futuro e assim por diante. Costuma-se dizer que é preciso ser proativo em relação a todas demandas que se apresentam no dia a dia. Em outras palavras se diz que não basta ser bombeiro para apagar incêndio, mas antes precisa prevenir que não aconteçam. Pois bem, é sobre essas questões que se refere a Palavra de Deus proclamada neste domingo.
As leituras são um convite a perceber as exigências e implicações para a vida de uma pessoa, sociedade ou comunidade que queira escolher o caminho do “Reino”. Essa decisão implica em renuncias e dedicação pela causa abraçada. O texto da primeira leitura começa com uma pergunta que deixou perplexas todas as gerações: “Qual o homem que pode conhecer os desígnios de Deus? Acaso alguém teria conhecido o teu desígnio, sem que lhe desses Sabedoria e do alto lhe enviasses teu santo Espírito? Só assim se tornaram retos os caminhos dos que estão na terra, e os homens aprenderam o que te agrada, e pela Sabedoria foram salvos”. Em outras palavras significa compreender que conhecer Deus e seus caminhos exige “foco, força e fé”. Só em Deus e com Ele será possível a felicidade plena e encontrar o verdadeiro sentido para a vida.
Ao seu amigo Filêmon, São Paulo recorda a importância do amor e do perdão como única condição para superar as desigualdades e intransigências em relação às pessoas e suas escolhas: “Caríssimo: faço-te um pedido em favor do meu filho que fiz nascer para Cristo na prisão, Onésimo. Eu o estou mandando de volta para ti. Ele é como se fosse o meu próprio coração”. As palavras do apóstolo deixam mais do que claro que na relação com as pessoas e com a vida em geral só há uma atitude que não se esgota nunca: “o amor deverá ser a suprema e insubstituível norma para dirigir os comportamentos e decisões em todas as circunstâncias da vida. O amor tem consequências práticas que não podem ser deixadas e segundo plano”.
No Evangelho Jesus esclarece como as decisões baseadas no amor não podem ser egoístas e preocupadas apenas no pequeno mundo das escolhas pessoais. O caminho do discipulado tem como “foco” o Reino e esta alternativa deve colocar no lugar certo o amor para com as pessoas em particular e o amor que alcança o interesse de todos. Muito além dos interesses e esquemas pessoais quem se decide amar deverá fazê-lo verdadeiramente ou nem vale a pena começar.
Neste sentido merecem ser recordadas as palavras do Papa Francisco em uma de suas audiências de quarta-feira na Praça de São Pedro: “Vamos pedir a graça de não ser cristãos mornos, cristãos de meia tigela que deixam esfriar o pirão”.
A proposta de Jesus não é demagógica, cheia de promessas fáceis para atrair multidões a qualquer preço. Aceitar a Palavra de Jesus implica adesão séria, exigência radical, nada de colocar panos quentes ou ser bombeiro só para apagar incêndios.
Que sejamos pessoas com a determinação e abertura que se canta no salmo deste domingo:
Ensinai-nos a contar os nossos dias,
para chegarmos à sabedoria do coração.
Voltai, Senhor! Até quando...
Tende piedade dos vossos servos.

Saciai-nos desde a manhã com a vossa bondade,
para nos alegrarmos e exultarmos todos os dias.
Desça sobre nós a graça do Senhor nosso Deus.
Confirmai, Senhor, a obra das nossas mãos.


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