VOU AGORA, LEVANTAR-ME, VOLTO À
CASA DO MEU PAI
Não resta dúvida que ao longo da
vida todos tivemos a oportunidade de presenciar alguma cena de reconciliação
que certamente nos deixou impressionados e porque não até intrigados. É também
verdade que não faltaram ocasiões também nas quais nos sentimos “um verme”
diminuídos em nossa dignidade e sem coragem de levantar e retomar o caminho. As
teorias contemporâneas de autoajuda usam a expressão “resiliência” quando se
trata de levantar com determinação e coragem a partir dos próprios fracassos. Ninguém
dúvida também que tanto nos fracassos pessoais como nas cenas de reconciliação que
se tenha presenciado existe a participação e cumplicidade de outras pessoas.
Pois é sobre perdão, reconciliação,
cumplicidade que trata a Palavra de Deus deste domingo. As três leituras e o
salmo são de uma clareza extraordinária para fazer perceber a lógica do amor de
Deus. Na relação com suas criaturas Deus amar de modo incondicional e
indescritível. Nem o pecado interrompe ou nos afasta do amor de Deus.
A primeira leitura é uma
recuperação do contratado feito entre Deus e o seu povo por meio de Moisés que
lhes trouxe as tabuas da lei. Um dos preceitos da aliança consistia em não
fazer imagens de Deus de nenhuma maneira. Não porque Deus não goste de imagens,
mas, porque a sua extraordinária misericórdia, bondade e grandeza não podem ser
expressas de nenhuma maneira. Exatamente no mesmo contexto onde haviam selado a
aliança o povo se deixou vencer pela sua fraqueza e como não podia representar
o seu Senhor se prostra diante de um bezerro de ouro.
Diante dessa incoerência Deus se
irrita e está disposto a romper a aliança: “Vejo que este é um povo de cabeça dura. Deixa que minha cólera se inflame contra eles”. Eis que, mais uma vez, a
intermediação de Moisés permite restabelecer a relação amorosa entre as partes:
“Por que, ó Senhor, se
inflama a tua cólera contra o teu povo, que fizeste sair do Egito com grande
poder e mão forte? Lembra-te
de teus servos Abraão, Isaac e Israel, com os quais te comprometeste, por juramento, dizendo: 'Tornarei
os vossos descendentes tão numerosos como as estrelas do céu”. A leitura termina
com a afirmação: “E
o Senhor desistiu do mal que havia ameaçado fazer ao seu povo”.
Paulo, na segunda leitura reitera sua
absoluta confiança no amor de Deus que se tornou conhecido na pessoa de Jesus
Cristo. Paulo tem certeza que amor de Deus é incondicional e se derrama de modo
abundante sobre todos, também sobre os pecadores transformando-os em gente
nova: “Agradeço
àquele que me deu força, Cristo Jesus, nosso Senhor, pela confiança que teve em mim ao
designar-me para o seu serviço, a mim, que antes blasfemava, perseguia e insultava. Mas encontrei misericórdia, porque
agia com a ignorância de quem não tem fé. Transbordou a graça de nosso Senhor com a fé e o amor que há em Cristo
Jesus... Segura e
digna de ser acolhida por todos é esta palavra: Cristo veio ao mundo para salvar os pecadores”.
A história do Filho Pródigo não
poderia ser mais sugestiva para compreender a dimensão do amor de Deus. Ele se
faz conhecer como um pai que espera o regresso do filho inconsequente, que o abraça
e o faz reentrar em casa: “este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado”.
Se quisermos tirar uma lição infalível
da Palavra de Deus deste domingo certamente se poderá dizer sem medo de errar:
O amor de Deus é incondicional, Deus ama apesar do pecado. Nesta certeza podemos rezar como o salmista:
Tende piedade, ó meu
Deus, misericórdia!*
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
4Lavai-me todo inteiro do pecado,*
e apagai completamente a minha culpa! R.
12Criai em mim um coração que seja puro,*
dai-me de novo um espírito decidido.
13ó Senhor, não me afasteis de vossa face,*
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito! R.
17Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar,*
e minha boca anunciará vosso louvor!
19Meu sacrifício é minha alma penitente,*
não desprezeis um coração arrependido!
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
4Lavai-me todo inteiro do pecado,*
e apagai completamente a minha culpa! R.
12Criai em mim um coração que seja puro,*
dai-me de novo um espírito decidido.
13ó Senhor, não me afasteis de vossa face,*
nem retireis de mim o vosso Santo Espírito! R.
17Abri meus lábios, ó Senhor, para cantar,*
e minha boca anunciará vosso louvor!
19Meu sacrifício é minha alma penitente,*
não desprezeis um coração arrependido!
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