NA
MESA DO REINO TODOS TEM LUGAR
Nesta semana estamos celebrando pelo
Brasil afora a Semana Nacional da Pessoa com Deficiência intelectual e
múltipla. Esta data tem uma relação
muito próxima com a Campanha da Fraternidade deste ano que tratava das políticas
públicas como um direito a ser
construído por todos e para todos. O tema desta semana coloca a família como a
primeira e principal responsável pela inclusão das pessoas portadoras de alguma
deficiência: “Família e pessoa com deficiência, protagonistas na
implementação das políticas públicas.” O que tem de mais importante na
comemoração desta semana consiste em fazer a sociedade perceber que na
sociedade todos tem direito e merecem respeito e tratamento igualitário. Ora, a
Palavra de Deus proclamada na liturgia deste domingo trata exatamente do
direito e da possibilidade ampla e para todos de participar do Reino de
Deus. A pessoa com deficiência tem
direito de ser tratada de acordo com a sua
necessidade, mas isso não significa que esteja dispensada de cumprir ou
respeitar as normas e leis a que todos estão sujeitos na sociedade. Assim
também para o Reino de Deus, todos tem direito e na mesa do Pai ninguém ficará
excluído, basta renunciar o orgulho, o
egoísmo, a prepotência e ser capaz de amar
e entregar a sua vida como um serviço e como entrega.
Na primeira
leitura o profeta começa afirmando: “Assim diz o Senhor:
Eu que conheço suas obras e seus pensamentos, virei
para reunir todos os povos e línguas; eles virão e verão minha glória...
Esses enviados anunciarão às nações minha glória, e
reconduzirão, de toda parte, até meu santo
monte em Jerusalém.” Esta afirmação deixa
claro que a “comunidade de Deus” é universal e nela todos tem espaço, todos são
acolhidos sem nenhuma discriminação.
A segunda
leitura é uma palavra de estímulo falando das dificuldades próprias de cada
tempo e situação: “Já
esquecestes as palavras de encorajamento que
vos foram dirigidas como a filhos... Portanto, firmai
as mãos cansadas e os joelhos enfraquecidos; acertai
os passos dos vossos pés', para que não se
extravie o que é manco, mas antes seja curado”. A compreensão da carta aos Hebreus
é uma forma de estimular os cristãos a enfrentar com coragem os sofrimentos e
provações e ao mesmo tempo apresenta como Deus
educa, corrige e mostra o sentido das escolhas que se faz no caminho
para o Reino.
O
ensinamento sobre a porta estreita é uma maneira pedagógica de Jesus para
mostrar que não há “bilhetes reservados” para alguns, pelo contrário que a mesa
do Pai é para todos basta fazer a escolha certa e aceitar seguir Jesus e seu
ensinamento doando-se no amor total aos irmãos: “Jesus atravessava
cidades e povoados, ensinando e
prosseguindo o caminho para Jerusalém. Alguém lhe
perguntou: 'Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?' Jesus
respondeu: 'Fazei todo esforço possível para
entrar pela porta estreita”, Uma vez que a pessoa fizer a escolha e abraçar com
determinação e coragem o estilo de vida sugerido pelo Mestre a mesa está posta
para todos: “Virão
homens do oriente e do ocidente, do norte e do sul,
e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. E assim há últimos
que serão primeiros, e primeiros que
serão últimos”.
Entrar
pela “porta estreita” segundo a palavra de Jesus implica cultivar os valores da
amizade, do serviço, do amor aos outros, da entrega da vida. Ao contrário da
proposta do Evangelho, na sociedade contemporânea faz parte das perspectivas de
um grande número de pessoas “as portas largas” da felicidade imediata, da fama,
da exposição social, do dinheiro no bolso, da manipulação das consciências.
Tem-se a impressão que estas coisas definem o êxito de uma pessoa ou sociedade.
Quanto
a nós: Qual tem sido em nosso dia a escolha que fazemos? Estamos convencidos
que o acesso a Mesa do Reino nunca é uma conquista definitiva, mas algo que
Deus nos oferece a cada dia? (Sempre tem mais um lugar na mesa...)
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