CRISTO REI CARIDOSO, AMOROSO E COMPASSIVO
É
bastante comum entre nós usar a expressão: “Em
time que está ganhando não se mexe...” esta frase tem um significado mais
profundo para dizer que “Se alguma coisa
está dando certo, deixa como esta porque mudar pode dar errado”. Mais ou menos essa sensação tinha o povo de
Israel em relação ao reinado de Davi. Com ele Israel viveu um tempo de
felicidade, de abundância, de paz que nunca seria esquecido nem mesmo pelas
gerações futuras. Nos séculos seguintes quando as coisas já não tinham o mesmo
brilho o povo começou a sonhar com o retorno da era da felicidade e a
restauração do Reino de Davi. Diante desta expectativa os profetas prometeram
que Deus iria intervir em favor de Israel e faria nascer da descendência de
Davi um Rei com as mesmas características, porém, muito mais poderoso,
diferente de Davi o seu descendente instalaria um reinado que nunca teria fim.
Um rei que iriar concretizar o sonho dos Israelitas.
A
instalação do Reino esperado foi experimentado pela comunidade dos Colossenses
para quem São Paulo escreve a segunda leitura: “Com alegria
dai graças ao Pai, que vos tornou capazes de participar da
luz, que é a herança dos santos. Ele nos
libertou do poder das trevas e nos recebeu
no reino de seu Filho amado, por quem
temos a redenção, o perdão dos pecados. Ele é a
imagem do Deus invisível...” Afirmar que Cristo é a imagem de Deus invisível significa
aceitar que em tudo Ele é igual ao Pai inclusive no jeito de ser e de fazer
todas as coisas e que nele é Deus mesmo quem se dá a conhecer mostrando a
eficácia do seu Reinado.
Na cruz de Jesus o centro de todas as atenções é a frase que
Pilatos ordenou colocar no alto da cruz: “Jesus
de Nazaré o Rei dos Judeus”. Mas que Rei é este cujo trono é uma cruz? Ele
é o rei que governa a partir da cruz instalando um Reino de serviço, de amor,
de entrega. Enquanto alguns o insultam e dele fazem pouco caso Jesus garante ao
ladrão arrependido: “Hoje mesmo estarás
comigo no paraíso”. A expressão não traz em si um significado cronológico,
pelo contrário, indica que a salvação definitiva e o Reino que não terá fim vai
se concretizando a partir da cruz. Na cruz é possível reconhecer a realeza de
Jesus que se pode experimentar no perdão, na renovação, na vida plena que está
ao alcance de todos os que acolhem a salvação.
Celebrar a Festa de Cristo Rei do Universo não é celebrar um
Deus forte, dominador que se impõe e que assusta, mas implica celebrar um Deus
que serve, que acolhe e que reina nos corações com a força desarmada do amor. A
cruz se torna um ponto de chegada, um trono no qual Deus que serve instala seu
reinado através do amor e da entrega da própria vida.
Certamente a Igreja precisa aprender sempre e de novo exercer
sua missão como instituição que serve antes de dominar e decidir e se
apresentar cheia de honras e de poder. Na vida pessoal todos são convidados a
aprender do Rei da Cruz a deixar de lado as pretensões ridículas de honra, de
glória, de títulos, de aplausos. O Reinado de Cristo é um convite a deixar de
lado nossas manias de grandezas, nossas invejas mesquinhas, nossas rivalidades
que em lugar de promover e dignificar destroem e denigrem a vida dos outros.
Celebrar Cristo Rei do Universo consiste em trabalhar por uma vida de comunhão
e de liberdade. Daí sim será correto rezar como se faz no salmo: “Que alegria quando me disseram, vamos à casa
do Senhor”.
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