EU CREIO SENHOR QUE TU ÉS O DEUS VIVO
Este
5º domingo da quaresma, como de resto os outros dias desta semana se revestem
de uma exclusividade jamais celebrada na história da humanidade. As imagens do
Papa Francisco, solitária e solidária na Praça de São Pedro na última sexta
feira fala por si mesmo e apontam para um novo tempo. A dissonância que toma
conta da sociedade nas vozes das autoridades que agem nem sempre guiadas, colocando
em primeiro lugar a dignidade da vida leva-nos crer que algo novo haverá de
surgir. Ainda que seja uma decisão jurídica do Supremo Tribunal Federal é
possível acreditar que a pedra que separa a vida da morte será removida.
A
palavra de Deus prevista para a liturgia deste domingo parece ter sido escrita
e escolhida pensando exatamente para o momento que estamos vivendo. O Profeta
Ezequiel oferece ao povo uma palavra de conforto. O resto de Israel que vivia
exilado, desesperado e sem futuro é convidado a se inserir na dinâmica da
obediência a Deus e no amor às pessoas. A condição em que se encontram é
comparada a de alguém que está no túmulo, mas Deus não os esquece e vai
transformar essa sua condição de tristeza em esperança: “Ó meu povo, vou abrir as vossas sepulturas e
conduzir-vos para a terra de Israel; e quando eu
abrir as vossas sepulturas e vos fizer sair delas,
sabereis que eu sou o Senhor”.
São
Paulo escrevendo aos romanos faz um convite para rodos os cristãos que não se
deixem agir por exclusivos interesses materiais: “Os que vivem segundo a carne não podem
agradar a Deus. Vós não viveis segundo a carne, mas segundo o Espírito”.
Essa condição é um convite a coerência com as nossas escolhas. Diante dos
desafios que o momento apresenta não se trata de escolher apenas atitudes que
levem em conta um ou outro critério, mas a condição primeira e absoluta: “embora vosso corpo esteja ferido de morte, o vosso espírito está
cheio de vida, graças à justiça”. Fazer a escolha pela vida nunca será um
caminho de destruição, pelo contrário, sempre indicará que as trevas que
rodeiam o tempo presente serão dissipadas obviamente com a força e participação
de todos.
O longo
diálogo entre Jesus, seus discípulos, os parentes do morto e os amigos
consoladores mostra que sua ação veio modificar todas as realidades humanas. Antes
afirma que a doença não é para a morte e concluí sua participação exigindo que
as pedras que separam a vida da morte sejam removidas não importando quanto
tempo naquele lugar imperam as forças da morte. Quando lhe disseram que já havia
quatro dias que Lázaro estava sepultado a resposta é inquestionável: “Tirai a pedra'! Marta, a irmã do morto,
interveio: 'Senhor, já cheira mal. Está morto há quatro dias.' Jesus lhe respondeu: 'Não te disse que, se creres,
verás a glória de Deus?' Tiraram então a pedra. E Jesus exclamou em voz forte: Lázaro vem
para fora”. Aqueles que tinham ido visitar as irmãs
reconheceram que só na sua Palavra estava a vida.
Também para nós, que
estamos vendo ser colocadas pedras para dificultar a defesa da vida somos
convidados a viver sem medo os sofrimentos do tempo presente confiantes nas
palavras que rezamos no salmo:
“No Senhor ponho a minha esperança,
espero em sua palavra.
A minh'alma espera no Senhor
mais que o vigia pela aurora”
espero em sua palavra.
A minh'alma espera no Senhor
mais que o vigia pela aurora”
Nenhum comentário:
Postar um comentário