sexta-feira, 3 de abril de 2020

HOMILIA PARA O DIA 05 DE ABRIL DE 2020 - DOMINGO DE RAMOS - ANO A


O SENHOR É MEU AUXÍLIO

Estamos já acostumados percorrer os quarenta dias da quaresma como uma caminhada que tem por meta chegar à Pascoa. Todo processo tem sempre suas dificuldades e particularidades e neste ano as provações foram potencializadas com as medidas de isolamento social e as perspectivas de conviver com as ameaças da pandemia e as consequências da reclusão.
Para quem tem objetivos claros essa caminhada é desafiadora ao mesmo tempo em que estimulante no sentido de não se deixar abater pelas contrariedades próprias da situação. É neste contexto que se pode ler e rezar a Palavra de Deus proclamada na liturgia da Igreja.
Por conta das medidas que impedem a aglomeração de pessoas diversas iniciativas foram tomadas para celebrar o domingo de ramos. Cumprindo o que prevê a liturgia não serão realizadas procissões com a bênção dos ramos, mas no Brasil inteiro está sendo sugerido que as pessoas coloquem um ramo na porta de suas casas o qual será abençoado na intenção dos pastores de cada comunidade local.
Os ramos, uma vez abençoados são a lembrança da vitória de Jesus Cristo sobre todas as forças da morte e prova de que com Ele também nós sairemos vitoriosos depois de todas as provações.
Na primeira leitura, depois de descrever todas os sofrimentos a que está sujeito um servo anônimo, Isaias conclui com uma palavra de esperança: “Mas o Senhor Deus é meu Auxiliador, por isso não me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei que não sairei humilhado”. Em resumo o que o profeta deixa claro é que a confiança em Deus é capaz de superar todos as contrariedades e fazer vencedores aqueles que a Ele se confiam.
São Paulo não esconde sua admiração pela comunidade de Filipos, mas deixa claro que eles precisam adequar suas atitudes às de Jesus: “Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na terra e abaixo da terra, e toda língua proclame: 'Jesus Cristo é o Senhor'”.
A longa narrativa da paixão, com detalhes que só Mateus descreve, tem por objetivo deixar claro que Jesus foi inocentemente condenado.  Proclamar este texto na mesma ocasião em que se celebra a entrada solene em Jerusalém é um convite para contemplar sua vida inteira feita serviço, doação e libertação para todos. A atitude de Jesus mostra como é possível superar todas as formas de egoísmo e de escravidão transformando a existência em amor que nada guarda para si, mas se faz dom total para os outros. Ainda que isso seja reconhecido somente depois de longo sofrimento: “Desde o meio-dia até às três horas da tarde, houve escuridão sobre toda a terra. E eis que a cortina do santuário rasgou-se de alto a baixo, em duas partes, a terra tremeu e as pedras se partiram. Os túmulos se abriram e muitos corpos dos santos falecidos ressuscitaram! Saindo dos túmulos, depois da ressurreição de Jesus, apareceram na Cidade Santa e foram vistos por muitas pessoas. O oficial e os soldados que estavam com ele guardando Jesus, ao notarem o terremoto e tudo que havia acontecido, ficaram com muito medo e disseram: 'Ele era mesmo Filho de Deus!”
As leituras da paixão que se leem durante a semana santa fazem reviver a escolha de Jesus ao assumir a condição humana, menos o pecado. E nesta situação repartir com a humanidade os sofrimentos até o final dos tempos dando sequência a uma história de amor que só terá fim na vitória final.
Que as orações, o Jejum, a esmola e a penitência da semana santa nos ajudem a fazer da nossa vida uma doação séria e comprometida com a vida e a saúde de todas as pessoas. Viu, sentiu compaixão e cuidou!


Nenhum comentário:

Postar um comentário