O
SENHOR É MEU AUXÍLIO
Estamos
já acostumados percorrer os quarenta dias da quaresma como uma caminhada que
tem por meta chegar à Pascoa. Todo processo tem sempre suas dificuldades e
particularidades e neste ano as provações foram potencializadas com as medidas
de isolamento social e as perspectivas de conviver com as ameaças da pandemia e
as consequências da reclusão.
Para
quem tem objetivos claros essa caminhada é desafiadora ao mesmo tempo em que
estimulante no sentido de não se deixar abater pelas contrariedades próprias da
situação. É neste contexto que se pode ler e rezar a Palavra de Deus proclamada
na liturgia da Igreja.
Por
conta das medidas que impedem a aglomeração de pessoas diversas iniciativas
foram tomadas para celebrar o domingo de ramos. Cumprindo o que prevê a
liturgia não serão realizadas procissões com a bênção dos ramos, mas no Brasil
inteiro está sendo sugerido que as pessoas coloquem um ramo na porta de suas
casas o qual será abençoado na intenção dos pastores de cada comunidade local.
Os
ramos, uma vez abençoados são a lembrança da vitória de Jesus Cristo sobre
todas as forças da morte e prova de que com Ele também nós sairemos vitoriosos
depois de todas as provações.
Na
primeira leitura, depois de descrever todas os sofrimentos a que está sujeito
um servo anônimo, Isaias conclui com uma palavra de esperança: “Mas o Senhor Deus é meu Auxiliador,
por isso não
me deixei abater o ânimo, conservei o rosto impassível como pedra, porque sei
que não sairei humilhado”. Em resumo o que o profeta deixa claro é que a
confiança em Deus é capaz de superar todos as contrariedades e fazer vencedores
aqueles que a Ele se confiam.
São
Paulo não esconde sua admiração pela comunidade de Filipos, mas deixa claro que
eles precisam adequar suas atitudes às de Jesus: “Jesus Cristo, existindo em condição divina, não fez do ser igual a Deus
Por isso, Deus
o exaltou acima de tudo e lhe deu o Nome que está acima de todo nome. Assim, ao nome de Jesus, todo joelho se dobre no céu, na
terra e abaixo da terra, e toda língua proclame: 'Jesus Cristo é o Senhor'”.
A
longa narrativa da paixão, com detalhes que só Mateus descreve, tem por
objetivo deixar claro que Jesus foi inocentemente condenado. Proclamar este texto na mesma ocasião em que
se celebra a entrada solene em Jerusalém é um convite para contemplar sua vida
inteira feita serviço, doação e libertação para todos. A atitude de Jesus
mostra como é possível superar todas as formas de egoísmo e de escravidão
transformando a existência em amor que nada guarda para si, mas se faz dom
total para os outros. Ainda que isso seja reconhecido somente depois de longo
sofrimento: “Desde o
meio-dia até às três horas da tarde, houve escuridão sobre toda a terra. E eis que a cortina do santuário rasgou-se de alto a baixo, em
duas partes, a terra tremeu e as pedras se partiram. Os túmulos se abriram e muitos corpos dos santos
falecidos ressuscitaram! Saindo dos túmulos, depois da ressurreição de Jesus, apareceram na Cidade Santa e
foram vistos por muitas pessoas. O oficial e os soldados que estavam com ele guardando
Jesus, ao notarem o terremoto e tudo que havia acontecido, ficaram com muito
medo e disseram: 'Ele era mesmo Filho de Deus!”
As leituras da paixão
que se leem durante a semana santa fazem reviver a escolha de Jesus ao assumir
a condição humana, menos o pecado. E nesta situação repartir com a humanidade
os sofrimentos até o final dos tempos dando sequência a uma história de amor
que só terá fim na vitória final.
Que as orações, o
Jejum, a esmola e a penitência da semana santa nos ajudem a fazer da nossa vida
uma doação séria e comprometida com a vida e a saúde de todas as pessoas. Viu,
sentiu compaixão e cuidou!
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