FERIDO
POR NOSSOS PECADOS
Algumas expressões do
nosso vocabulário são ao mesmo tempo singelas e profundas. Poucas palavras dizem mais do que belos
discursos. Entre as frases corriqueiras se pode citar: “Fulano não tem boca pra
nada...”; “Beltrano é um próximo...” “Cicrano não é capaz de fazer mal a uma
formiga...” Todas elas refletem o espírito de passividade com que algumas pessoas
reagem diante do sofrimento e das provocações que a vida lhes oferece.
Em outras palavras é
assim que o profeta Isaias descreve um anônimo capaz de suportar todas as
provações e sofrimentos: “Ei-lo, o meu Servo será bem sucedido; sua ascensão será ao mais alto grau. Assim como muitos ficaram pasmados ao vê-lo - tão desfigurado ele estava que não parecia ser um homem ou ter aspecto
humano”. O profeta ainda usa outras
palavras para reafirmar a mansidão deste servo: Maltratado, Atormentado,
eliminado, golpeado. E depois de todas essas provações Isaias conclui: “Meu Servo, o justo, fará justos inúmeros
homens, carregando sobre si suas culpas”.
Esta profecia se cumpre muito tempo depois na pessoa de Jesus
quando diante de todas as acusações injustas ele se cala e deixa que seus
algozes completem o que haviam planejado.
O que foi feito com Jesus é reconhecido muito mais tarde como
ação de Deus para tornar melhor e mais pura a vida de todos como se lê na carta
aos Hebreus: “Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência
a Deus por aquilo que ele sofreu. Mas, na consumação
de sua vida, tornou-se causa de salvação eterna para todos os que lhe
obedecem”.
Nesta sexta feira da paixão o mundo cristão faz memória deste
extraordinário acontecimento e o faz sem esquecer ou deixar de lado a dor, a
paixão e a morte de tantas pessoas que continuam sendo crucificadas por todas
as formas de violência praticadas voluntariamente por seus semelhantes.
Neste tempo de reclusão social peçamos que o Senhor Jesus, por
sua cruz, que a humanidade aprenda o que significa solidariedade e comunhão.
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