ESTÁ
CHEGANDO O SALVADOR
O contraste dia e
noite, luz e trevas, claridade e escuridão são situações cotidianas que
dispensam grandes comentários. Todos temos preferência pela segurança do dia,
pela claridade da luz e assim por diante. Mas é fato também que a noite, as
trevas, a escuridão fazem parte do nosso dia a dia. Frequentemente usamos a
expressão “noites escuras” no sentido que também São João da Cruz escreveu para
fazer referência aos sofrimentos e provações que a vida nos submete e que nem
sempre temos forças para enfrentar ou “dar a volta por cima”.
Para o povo de Israel
a espera de um messias que fosse “luz nas longas noites da sua existência” se
estendeu por muitas gerações e os profetas tentaram lhes animar e devolver a
esperança quando tudo parecia perdido. As leituras da Palavra de Deus nesta
noite são também para nós um conforto e alento para os difíceis dias que
estamos vivendo.
“Eis que o Senhor fez-se ouvir até às extremidades da terra.
Eis que está chegando o teu salvador, com a recompensa já em suas mãos e o
prêmio à sua disposição”. A este anuncio do profeta, como os pastores daquele tempo
nós também respondemos: “Brilha hoje uma luz sobre nós, pois nasceu para nós o
Senhor”.
E que muito mais tarde São Paulo
faz questão de proclamar: “Manifestou-se a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor pelos homens: Ele salvou-nos não por causa dos atos de justiça que tivéssemos praticado, mas por sua misericórdia”.
Porém para reconhecer o Messias e a enxergar a sua luz que
brilha nas noites escuras da vida é preciso que tenhamos a disposição e a
coragem dos pastores: “Vamos a Belém, ver este acontecimento que o
Senhor nos revelou.' Os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido, deitado na
manjedoura. Tendo-o
visto, contaram
o que lhes fora dito sobre o menino. E todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam”
Acolher Jesus, celebrar o nascimento implica empenhar todos
os esforços para que a paz, a justiça, a fraternidade, a comunhão e todas as
alegrias e esperanças que o seu nascimento trouxeram torne-se realidade no meio
de nós.
Que o natal nos ensine a não ser indiferentes com o
sofrimento e a dor alheia, mas antes nos faça inquietos construtores e
responsáveis para que a sociedade contemporânea em todas as suas ações e atitudes
sintam-se participantes e integradas no Reinado de Deus.
A presença de Jesus no mundo deve ser experimentada por todos
e fazer encher os olhos, o coração e a vida de felicidade. Nosso jeito de
organizar a sociedade e as relações devem manifestar nossa aceitação da
proposta de Deus como rezamos no salmo:
Uma
luz já se levanta para os justos,*
e a alegria, para os retos corações.
Homens justos, alegrai-vos no Senhor,*
celebrai e bendizei seu santo nome!
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