ENCONTRAR-SE
COM JESUS CRISTO VIVO
Uma
das coisas mais sofridas neste tempo de isolamento social tem sido a
impossibilidade de encontrar pessoas. Por mais que as tecnologias de informação
e comunicação nos colocaram em contato intenso, falta o dinamismo do encontro
pessoal e caloroso das relações familiares e sociais. O Papa Bento XVI, durante
a conferência de Aparecida declarou: “A fé não nasce de uma grande ideia, mas de
um encontro vivo com Jesus vivo”. E
de fato isso é o que percebemos no trecho do evangelho desse domingo que narra a sequência do
encontro de Jesus com Nicodemos. Nicodemos, embora fazendo parte do grupo dos
fariseus fosse às escondidas ver Jesus e desse encontro nasce toda a catequese e a liturgia sobre a intenção de Deus: “Deus enviou o seu Filho ao mundo para que o
mundo seja salvo por ele”. Como Nicodemos, também nós somos
convidados a encontrar Jesus e aprender com Ele o caminho da entrega e do dom
da vida.
A catequese que Jesus transmite a
Nicodemos comparando-se com a serpente
levantada no deserto por Moisés aponta para a busca mais extraordinária de todo
o ser humano: “A salvação e a vida eterna”. Esta conquista a pessoa não realiza
simplesmente por declarações racionais de fé, mas aprendendo com Jesus a
encarar as cruzes e os sofrimentos que a vida lhe apresenta. Não ter medo de ir
ao encontro de Jesus e de mudar as próprias referências que muitas vezes ainda
hoje estão em busca de soluções fáceis e imediatas. Encontrar Jesus e nele crer
implica em um novo nascimento.
Novo nascimento que já tinha sido
proposto ao povo do Antigo Testamento.
Quando se escolhe os próprios caminhos o horizonte que se descortina é a
própria morte, porém quando se decide voltar para Deus abre-se aí a possibilidade
de recomeçar e refazer a vida por um caminho de esperança como se vê no final
da primeira leitura: “O Senhor, Deus do céu, encarregou-me de lhe construir um
templo em Jerusalém, que está no país de Judá. Quem dentre vós todos, pertence
ao seu povo? Que o Senhor, seu Deus, esteja com ele, e que se ponha a caminho”. O Deus de Israel não compactou
com o pecado do seu povo, mas foi compassivo com a sua gente e deste encontro
surge uma nova cidade e um novo templo.
Paulo garante a comunidade de
Éfeso que o amor de Deus por suas criaturas é incondicional e desmedido e por
meio desse amor garante a todos um mundo novo de felicidade sem fim e que se
descortina ao final de nossa breve existência terrena: “Deus é rico em misericórdia. Por causa do grande amor com que nos amou, quando
estávamos mortos por causa das nossas faltas, ele nos deu a vida com Cristo. É por graça que vós sois salvos! Deus
nos ressuscitou com Cristo e nos fez sentar
nos céus em virtude de nossa união com Jesus Cristo. Assim,
pela bondade, que nos demonstrou em Jesus Cristo Deus quis mostrar, através dos séculos futuros, a incomparável riqueza
da sua graça”.
Por tudo isso é que rezamos no
Salmo: “Que se prenda a minha língua ao céu da boca, se de ti Jerusalém, eu me esquecer”!
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