sexta-feira, 19 de março de 2021

HOMILIA PARA O DIA 21 DE MARÇO DE 2021 - 5º DOMINGO DA QUARESMA - ANO B

 

SEGUIR E SERVIR, DUAS FACES DA MESMA MOEDA

Acordo de cavalheiro, contrato de parceria, cooperação mútua , ações conjuntas, medidas articuladas, são expressões que ganharam força nos últimos meses em todos os segmentos da sociedade.  As instituições, as igrejas, os empresários, os sindicatos, o poder público, sabem muito bem que quando se somam as forças e se foca em um objetivo comum as ações costumam ser mais eficazes e duradouras.

Essa prática não é uma invenção da nossa época e nem uma solução mágica desenvolvida em algum laboratório de alta tecnologia contemporânea.  É desta situação que se pode compreender a Palavra de Deus neste 5º domingo da quaresma.

O profeta Jeremias, que exerceu sua missão em torno dos anos 600 antes de Cristo, fala exatamente de cooperação mútua, contrato de parceria: “Eis que virão dias, diz o Senhor, em que concluirei com a casa de Israel e a casa de Judá uma nova aliança; hei de inscrevê-la em seu coração; serei seu Deus e eles serão meu povo, perdoarei sua maldade, e não mais lembrarei o seu pecado”.  Naturalmente que quem recebe uma proposta de cooperação desta envergadura precisa dar uma contrapartida, que no caso significa pensar e agir de acordo com essas propostas trata-se de se deixar transformar a partir do coração. Não são regras, normas, leis, prescrições que vão garantir a parceria, mas a determinação e a coragem para um novo estilo de vida, que vai se realizar plenamente na pessoa de Jesus.

A carta aos Hebreus faz conhecer a humanidade de Jesus que se solidariza com os sofredores do seu tempo e se concretiza no diálogo e na comunhão com as diferenças e os diferentes: “Cristo, nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e súplicas, com forte clamor e lágrimas, aprendeu o que significa a obediência a Deus, tornou-se causa de salvação eterna”.  O jeito de ser e agir de Jesus são um caminho possível para todos também para os nossos desafiadores dias e exigentes necessidades contemporâneas.

Ver Jesus, sem sombra de dúvida é uma coisa extraordinária, quando os discípulos apresentam o pedido dos estrangeiros: “gostaríamos de ver Jesus” a resposta é pronta e imediata. Jesus não se furta da possibilidade de se dar a conhecer, entretanto deixa claro que “ver” implica muito mais do que um encontro casual, antes se completa com duas ações expressas nos dois verbos: Seguir e servir!

Todo aquele que deseja ver Jesus é desafiado a fazer a mesma experiência que ele fez: “Se o grão de trigo que cai na terra não morre,
ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz muito fruto. Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém me quer servir, siga-me”.

A proposta de Jesus implica estabelecer um acordo de cooperação, uma parceria de ajuda mútua doar a vida e servindo as pessoas num diálogo fraterno e num compromisso de unidade na diversidade. Não trancar-se somente em si e nas suas verdades, antes abrir os olhos e o coração para que todos possam reconhecer em nós e em nossas ações que também podem ver e encontrar Jesus que liberta e salva toda a humanidade.

(Concluir com o hino da Campanha da Fraternidade)

 

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