SEGUIR
E SERVIR, DUAS FACES DA MESMA MOEDA
Acordo
de cavalheiro, contrato de parceria, cooperação mútua , ações conjuntas, medidas
articuladas, são expressões que ganharam força nos últimos meses em todos os
segmentos da sociedade. As instituições,
as igrejas, os empresários, os sindicatos, o poder público, sabem muito bem que
quando se somam as forças e se foca em um objetivo comum as ações costumam ser
mais eficazes e duradouras.
Essa
prática não é uma invenção da nossa época e nem uma solução mágica desenvolvida
em algum laboratório de alta tecnologia contemporânea. É desta situação que se pode compreender a
Palavra de Deus neste 5º domingo da quaresma.
O
profeta Jeremias, que exerceu sua missão em torno dos anos 600 antes de Cristo,
fala exatamente de cooperação mútua, contrato de parceria: “Eis que virão dias, diz o Senhor, em que concluirei com a casa de Israel e a casa de Judá uma nova aliança;
hei de inscrevê-la em seu coração; serei seu Deus e eles serão meu povo, perdoarei
sua maldade, e não mais lembrarei o seu pecado”. Naturalmente
que quem recebe uma proposta de cooperação desta envergadura precisa dar uma
contrapartida, que no caso significa pensar e agir de acordo com essas
propostas trata-se de se deixar transformar a partir do coração. Não são
regras, normas, leis, prescrições que vão garantir a parceria, mas a
determinação e a coragem para um novo estilo de vida, que vai se realizar
plenamente na pessoa de Jesus.
A carta aos Hebreus faz conhecer
a humanidade de Jesus que se solidariza com os sofredores do seu tempo e se
concretiza no diálogo e na comunhão com as diferenças e os diferentes: “Cristo,
nos dias de sua vida terrestre, dirigiu preces e
súplicas, com forte clamor e lágrimas, aprendeu o que
significa a obediência a Deus, tornou-se causa de salvação eterna”. O jeito de ser e
agir de Jesus são um caminho possível para todos também para os nossos desafiadores
dias e exigentes necessidades contemporâneas.
Ver Jesus, sem sombra de dúvida é uma coisa extraordinária, quando
os discípulos apresentam o pedido dos estrangeiros: “gostaríamos de ver Jesus” a resposta é pronta e imediata. Jesus não
se furta da possibilidade de se dar a conhecer, entretanto deixa claro que “ver”
implica muito mais do que um encontro casual, antes se completa com duas ações
expressas nos dois verbos: Seguir e servir!
Todo aquele que deseja ver Jesus é desafiado a fazer a mesma
experiência que ele fez: “Se o grão de trigo que cai na terra não morre,
ele continua só um grão de trigo; mas se morre, então produz
muito fruto. Quem se apega à sua vida, perde-a; mas quem faz pouca conta de sua vida neste mundo conservá-la-á
para a vida eterna. Se alguém me quer servir,
siga-me”.
A proposta de Jesus implica estabelecer um acordo de
cooperação, uma parceria de ajuda mútua doar a vida e servindo as pessoas num
diálogo fraterno e num compromisso de unidade na diversidade. Não trancar-se
somente em si e nas suas verdades, antes abrir os olhos e o coração para que
todos possam reconhecer em nós e em nossas ações que também podem ver e
encontrar Jesus que liberta e salva toda a humanidade.
(Concluir com o hino da Campanha da Fraternidade)
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