quarta-feira, 18 de maio de 2022

HOMILIA PARA O DIA 22 DE MAIO DE 2022 - 6º DOMINGO DA PÁSCOA - ANO C

 

DAI-NOS, SENHOR A PAZ!

Todos temos alguma experiência de despedida, ou de palavras que marcaram as nossas relações de amizade. Diferente das conversas nas redes sociais que erroneamente se chamam amizade, as relações humanas com significado são marcadas por momentos de compromisso e oportunidade de continuidade.

O Evangelho de hoje é a continuação do último domingo, estamos no contexto da ceia de despedida e Jesus apresenta o estatuto da nova comunidade cujo fundamento é o Amor. Nessa condição Jesus confirma sua presença na caminhada futura dos discípulos, Ele garante que se manterá em comunhão e reafirma sua presença por meio do advogado que é o Espírito Santo!

O Advogado que o Pai vai mandar será uma presença dinâmica, que continua a fazer memória e a ler as propostas para os novos desafios que irão se apresentar ao longo do caminho. O texto se conclui com uma promessa que não se caracteriza por uma despedida de pouca importância, pelo contrário trata-se de uma palavra que pretende lhes garantir serenidade e segurança: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não se perturbe nem se intimide o vosso coração. Ouvistes que eu vos disse: Vou, mas voltarei a vós”.

A comunhão com o Pai e com Jesus não acontece por um conjunto de ritos, de fórmulas, de normas, de regras e leis, mas por um caminho de entrega e doação, para comungar com Jesus e com o Pai a pessoa precisa deixar o seu egoísmo e fazer da sua vida um dom aos demais.

 A saudação de Jesus nos pede um olhar sereno e uma ação em favor da paz, um olhar que não se deixa amedrontar, mas que se abra para que Deus habite em todos os lugares. O Advogado será nosso auxílio quando se trata de viver como Ele viveu!

A primeira leitura é um retrato do que são as nossas comunidades e da vida da Igreja em todos os tempos. Em todas as circunstâncias e todos os tempos os desafios das comunidades e das pessoas são incontáveis, mas animados e guiados pelo Espírito desde muito cedo os cristãos aprenderam a discernir o que é importante e necessário, daquilo que é acessório e secundário.

Depois de longas considerações em modo sinodal os discípulos concluem: “Porque decidimos, o Espírito Santo e nós, não vos impor nenhum fardo, além destas coisas indispensáveis”

A decisão da comunidade dos apóstolos precisa iluminar a Igreja contemporânea no que se refere a ritos, práticas e costumes que se tornaram obsoletos a fim de facilitar que Cristo continue sendo conhecido no mundo sem que fiquemos presos a esquemas e modos de pensar que não fazem sintonia com a realidade do mundo que nos rodeia. O que é essencial é Cristo e sua proposta, deixemos o Espírito falar em nós e na Igreja.

 A segunda leitura apresenta a meta final da Igreja e dos cristãos, citando sempre o número doze e seus múltiplos o autor quer deixar claro que todos, sustentados no testemunho de todos os apóstolos e por toda a primeira comunidade será de comunhão plena e felicidade total. Nesta nova cidade que vamos construindo guiados pelo advogado do Pai todos terão lugar. Na nova cidade as mediações humanas não são importantes, porque: “A cidade não precisa de sol, nem de lua que a iluminem, pois, a glória de Deus é a sua luz e a sua lâmpada é o Cordeiro”.

É nesta convicção que nós cantamos com o salmista:

Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, que todas as nações vos glorifiquem!

 

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