DAI-NOS,
SENHOR A PAZ!
Todos temos alguma experiência de despedida, ou de palavras que marcaram
as nossas relações de amizade. Diferente das conversas nas redes sociais que
erroneamente se chamam amizade, as relações humanas com significado são
marcadas por momentos de compromisso e oportunidade de continuidade.
O Evangelho de hoje é a continuação do último domingo, estamos no
contexto da ceia de despedida e Jesus apresenta o estatuto da nova comunidade
cujo fundamento é o Amor. Nessa condição Jesus confirma sua presença na
caminhada futura dos discípulos, Ele garante que se manterá em comunhão e
reafirma sua presença por meio do advogado que é o Espírito Santo!
O Advogado que o Pai vai mandar será uma presença dinâmica, que continua
a fazer memória e a ler as propostas para os novos desafios que irão se apresentar
ao longo do caminho. O texto se conclui com uma promessa que não se caracteriza
por uma despedida de pouca importância, pelo contrário trata-se de uma palavra
que pretende lhes garantir serenidade e segurança: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; mas não a dou como o mundo. Não
se perturbe nem se intimide o vosso coração. Ouvistes que eu vos disse: Vou, mas voltarei a vós”.
A comunhão com o Pai e com Jesus não acontece por um conjunto de ritos,
de fórmulas, de normas, de regras e leis, mas por um caminho de entrega e
doação, para comungar com Jesus e com o Pai a pessoa precisa deixar o seu
egoísmo e fazer da sua vida um dom aos demais.
A saudação de Jesus nos pede
um olhar sereno e uma ação em favor da paz, um olhar que não se deixa
amedrontar, mas que se abra para que Deus habite em todos os lugares. O
Advogado será nosso auxílio quando se trata de viver como Ele viveu!
A primeira leitura é um retrato do que são as nossas comunidades e da
vida da Igreja em todos os tempos. Em todas as circunstâncias e todos os tempos
os desafios das comunidades e das pessoas são incontáveis, mas animados e
guiados pelo Espírito desde muito cedo os cristãos aprenderam a discernir o que
é importante e necessário, daquilo que é acessório e secundário.
Depois de longas considerações em modo sinodal os discípulos concluem: “Porque decidimos, o Espírito Santo
e nós, não
vos impor nenhum fardo, além destas coisas indispensáveis”
A decisão da comunidade dos
apóstolos precisa iluminar a Igreja contemporânea no que se refere a ritos,
práticas e costumes que se tornaram obsoletos a fim de facilitar que Cristo
continue sendo conhecido no mundo sem que fiquemos presos a esquemas e modos de
pensar que não fazem sintonia com a realidade do mundo que nos rodeia. O que é
essencial é Cristo e sua proposta, deixemos o Espírito falar em nós e na
Igreja.
A segunda leitura
apresenta a meta final da Igreja e dos cristãos, citando sempre o número doze e
seus múltiplos o autor quer deixar claro que todos, sustentados no testemunho
de todos os apóstolos e por toda a primeira comunidade será de comunhão plena e
felicidade total. Nesta nova cidade que vamos construindo guiados pelo advogado
do Pai todos terão lugar. Na nova cidade as mediações humanas não são
importantes, porque: “A cidade não precisa de sol, nem
de lua que a iluminem, pois, a glória de Deus é a sua luz e a sua lâmpada é o
Cordeiro”.
É nesta convicção que nós cantamos
com o salmista:
Que as nações vos glorifiquem, ó Senhor, que todas as
nações vos glorifiquem!
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