SOMOS O SEU
POVO E SEU REBANHO
Dentre os
inúmeros ditados para falar sobre a relação entre mãe e filho, um deles diz
assim: “Por um filho, a mãe chora, ri e
move o mundo”. Nesta relação de amor incondicional estão três verbos:
Escutar, conhecer e seguir!
Pois essa
relação entre mãe e filho, é a lição que se pode tirar da Palavra de Deus nesse
domingo. Jesus, enviado por Deus Pai, no cotidiano da sua existência terrena
cultivou em relação às pessoas do seu tempo todos os sentimentos que uma mãe
tem com seus filhos.
Jesus, também
estabeleceu uma relação de cuidado com todas as pessoas como uma mãe com seus
filhos. A intensidade dessa relação também pode ser definida nas três atitudes:
Escutar, conhecer e seguir!
A
comparação que Jesus faz com as ovelhas pode ser também entendida como a figura
de um líder. O bom pastor, o verdadeiro líder, a boa mãe, o bom pai, não impõe,
não manipula, mas se faz amar e respeitar pelo reconhecimento das suas ações: “As minhas ovelhas escutam a minha voz,
eu as conheço e elas me seguem. Eu dou-lhes a vida eterna. Meu Pai,
que me deu estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão
do Pai”.
A ideia
central do Evangelho sugere a compreensão de equipe, grupo, comunidade,
somatório, partilha. Um rebanho não é feito de ovelhas isoladas, perdidas,
desgarradas, excluídas. Na relação de liderança e paternidade não há lugar para
distinção de pessoas, preferências e de privilégios. A todos é dirigido o mesmo
convite e lhes são dadas as mesmas oportunidades. A única exigência se resume
nas três palavras: Escutar, conhecer e seguir!
Na
condição de seguidores de Jesus todos temos os mesmos desafios e responsabilidades
que consistem em suprimir do nosso convívio a intolerância, a arrogância, o
ódio, a discriminação, a exclusão e no seu lugar construir pontes que garantam
a comunhão e a acolhida de todos.
A primeira
leitura relata as primeiras atividades dos apóstolos para tornar conhecida a
proposta de Jesus, conforme ouvimos no Evangelho. Entretanto, entre as pessoas,
cuja comparação pode ser feita com o rebanho, existia “ovelhas”, “líderes”, “coordenadores”
autossuficientes, instalados nas suas certezas, não abertos a novidade ao
acolhimento. No outro lado da moeda estão aqueles que, embora, sendo frágeis e
imperfeitos estão dispostos a escutar, conhecer e seguir!
Quando os
apóstolos se apresentaram a esses últimos: “Os pagãos ficaram muito contentes, quando ouviram isso, e glorificavam a
palavra do Senhor. Todos os que eram destinados à vida eterna, abraçaram a fé”.
De
um lado estão aqueles que se acham melhores, mais merecedores e que imaginavam
Deus como uma propriedade privada. Instalados no seu orgulho, nas suas leis bem
definidas e que receberam dos apóstolos a repreensão: “Ao verem aquela multidão, os judeus ficaram cheios de inveja e,
com blasfêmias, opunham-se ao que Paulo dizia. Então, com muita coragem, Paulo e Barnabé declararam: 'Era
preciso anunciar a palavra de Deus primeiro a vós. Mas, como a rejeitais e vos
considerais indignos da vida eterna, sabei que vamos dirigir-nos aos pagãos”.
Os judeus
representam aqueles cristãos que se acomodam ao uma religião feita de hábitos,
devoções, ritos, fórmulas, normas, e que muitas vezes não está aberta a acolher
com simplicidade, alegria e entusiasmo. Nos esquecemos que o Evangelho é uma palavra
de acolhida e de alegria destinado a todos como descreve a segunda leitura: “Eu, João, vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos,
povos e línguas, e que ninguém podia contar. Estavam de pé diante do trono e do
Cordeiro; trajavam vestes brancas e traziam palmas na mão. Então um dos anciãos me disse: 'Esses são os que vieram da grande
tribulação’. Lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro”.
Também nós
fazemos experiência de alegria, de esperança, de comunhão, de entreajuda, mas
também de incompreensão, medo, sofrimento, desespero pessimismo. O texto do
apocalipse nos traz uma mensagem de esperança cujo autor é Deus que tem por
suas criaturas o mesmo cuidado que as mães têm com seus filhos. O nosso Deus age
como se fosse uma mãe: “Por um filho, chora, ri e
move o mundo”
Por isso
nós rezamos com firmeza:
O Senhor, só ele é Deus,
somos o seu povo e seu rebanho.
Sim, é bom o Senhor e nosso Deus,
sua bondade perdura para sempre,
seu amor é fiel eternamente!
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