terça-feira, 3 de maio de 2022

HOMILIA PARA O DIA 08 DE MAIO DE 2022 - 4º DOMINGO DA PÁSCOA - O BOM PASTOR - ANO C

 

SOMOS O SEU POVO E SEU REBANHO

Dentre os inúmeros ditados para falar sobre a relação entre mãe e filho, um deles diz assim: “Por um filho, a mãe chora, ri e move o mundo”. Nesta relação de amor incondicional estão três verbos: Escutar, conhecer e seguir!

Pois essa relação entre mãe e filho, é a lição que se pode tirar da Palavra de Deus nesse domingo. Jesus, enviado por Deus Pai, no cotidiano da sua existência terrena cultivou em relação às pessoas do seu tempo todos os sentimentos que uma mãe tem com seus filhos.

Jesus, também estabeleceu uma relação de cuidado com todas as pessoas como uma mãe com seus filhos. A intensidade dessa relação também pode ser definida nas três atitudes: Escutar, conhecer e seguir!

A comparação que Jesus faz com as ovelhas pode ser também entendida como a figura de um líder. O bom pastor, o verdadeiro líder, a boa mãe, o bom pai, não impõe, não manipula, mas se faz amar e respeitar pelo reconhecimento das suas ações: “As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu dou-lhes a vida eterna. Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai”.

A ideia central do Evangelho sugere a compreensão de equipe, grupo, comunidade, somatório, partilha. Um rebanho não é feito de ovelhas isoladas, perdidas, desgarradas, excluídas. Na relação de liderança e paternidade não há lugar para distinção de pessoas, preferências e de privilégios. A todos é dirigido o mesmo convite e lhes são dadas as mesmas oportunidades. A única exigência se resume nas três palavras: Escutar, conhecer e seguir!

Na condição de seguidores de Jesus todos temos os mesmos desafios e responsabilidades que consistem em suprimir do nosso convívio a intolerância, a arrogância, o ódio, a discriminação, a exclusão e no seu lugar construir pontes que garantam a comunhão e a acolhida de todos.

A primeira leitura relata as primeiras atividades dos apóstolos para tornar conhecida a proposta de Jesus, conforme ouvimos no Evangelho. Entretanto, entre as pessoas, cuja comparação pode ser feita com o rebanho, existia “ovelhas”, “líderes”, “coordenadores” autossuficientes, instalados nas suas certezas, não abertos a novidade ao acolhimento. No outro lado da moeda estão aqueles que, embora, sendo frágeis e imperfeitos estão dispostos a escutar, conhecer e seguir!

Quando os apóstolos se apresentaram a esses últimos: “Os pagãos ficaram muito contentes, quando ouviram isso, e glorificavam a palavra do Senhor. Todos os que eram destinados à vida eterna, abraçaram a fé”.

De um lado estão aqueles que se acham melhores, mais merecedores e que imaginavam Deus como uma propriedade privada. Instalados no seu orgulho, nas suas leis bem definidas e que receberam dos apóstolos a repreensão: “Ao verem aquela multidão, os judeus ficaram cheios de inveja e, com blasfêmias, opunham-se ao que Paulo dizia. Então, com muita coragem, Paulo e Barnabé declararam: 'Era preciso anunciar a palavra de Deus primeiro a vós. Mas, como a rejeitais e vos considerais indignos da vida eterna, sabei que vamos dirigir-nos aos pagãos”.

Os judeus representam aqueles cristãos que se acomodam ao uma religião feita de hábitos, devoções, ritos, fórmulas, normas, e que muitas vezes não está aberta a acolher com simplicidade, alegria e entusiasmo. Nos esquecemos que o Evangelho é uma palavra de acolhida e de alegria destinado a todos como descreve a segunda leitura: “Eu, João, vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar. Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro; trajavam vestes brancas e traziam palmas na mão. Então um dos anciãos me disse: 'Esses são os que vieram da grande tribulação’. Lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro”.

Também nós fazemos experiência de alegria, de esperança, de comunhão, de entreajuda, mas também de incompreensão, medo, sofrimento, desespero pessimismo. O texto do apocalipse nos traz uma mensagem de esperança cujo autor é Deus que tem por suas criaturas o mesmo cuidado que as mães têm com seus filhos. O nosso Deus age como se fosse uma mãe: “Por um filho, chora, ri e move o mundo”

Por isso nós rezamos com firmeza:

O Senhor, só ele é Deus,
somos o seu povo e seu rebanho.

Sim, é bom o Senhor e nosso Deus,
sua bondade perdura para sempre,
seu amor é fiel eternamente!

Nenhum comentário:

Postar um comentário