segunda-feira, 19 de agosto de 2024

HOMILIA PARA O DIA 15 DE SETEMBOR DE 2024 - 24º DOMINGO COMUM - ANO B

 

SEGUINDO JESUS COM FÉ E AÇÃO

 

Meus queridos irmãos e irmãs, hoje a Palavra de Deus nos convida a refletir profundamente sobre o que significa seguir Jesus. Em um mundo onde as palavras às vezes parecem suficientes, somos desafiados a viver uma fé que se manifesta em ações concretas.

No Evangelho de hoje, Jesus pergunta aos seus discípulos: "E vós, quem dizeis que eu sou?" (Marcos 8, 29). Pedro, inspirado, responde: "Tu és o Cristo." Mas, logo em seguida, Jesus deixa claro que ser seu seguidor exige mais do que uma simples confissão de fé. Ele fala sobre o caminho da cruz, sobre negar a si mesmo e tomar a cruz para segui-lo. Esse chamado é exigente e nos lembra que a verdadeira fé deve ser acompanhada por ações concretas que refletem o amor e a justiça de Deus.

São Tiago, em sua carta, reforça essa mensagem dizendo: "De que adianta, irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso a fé pode salvá-lo?" (Tiago 2, 14). Ele nos alerta que a fé sem obras é morta. A fé cristã é ativa, é uma fé que se traduz em gestos de amor, de serviço e de doação.

O profeta Isaías também nos dá um exemplo de coragem e confiança em Deus. Ele fala do servo sofredor, que enfrenta humilhações e desafios, mas não desiste porque confia plenamente no Senhor. "O Senhor Deus é meu auxílio, quem ousaria condenar-me?" (Isaías 50, 9a). Essa confiança em Deus é o que nos sustenta no caminho da fé, mesmo diante das dificuldades.

A mensagem de hoje é clara: seguir Jesus implica uma fé que se traduz em ação. Não basta dizer que acreditamos, precisamos viver essa fé em nosso dia a dia. Que possamos, inspirados por essas leituras, renovar nosso compromisso de seguir Jesus de maneira autêntica, carregando nossa cruz com amor e confiança, e vivendo uma fé que transforma o mundo ao nosso redor. Amém!

 

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Essa homilia destaca a necessidade de uma fé ativa e o compromisso de seguir Jesus, utilizando passagens das leituras do dia e conectando-as à mensagem central do Evangelho.

HOMILIA PARA O DIA 08 DE SETEMBRO DE 2024 - 23º DOMINGO COMUM - ANO B

 

EFATÁ: ABRINDO O CORAÇÃO PARA A AÇÃO TRANSFORMADORA DE DEUS

 

Meus irmãos e irmãs, hoje a Palavra de Deus nos traz uma mensagem cheia de esperança e transformação. O profeta Isaías nos fala de um tempo em que o deserto vai florescer, os cegos vão enxergar, os surdos vão ouvir, e os mudos vão cantar de alegria. É uma promessa de que Deus está agindo no meio de nós, trazendo vida nova onde antes havia apenas sofrimento e dor.

No Evangelho de hoje, vemos essa promessa se cumprindo de maneira concreta. Jesus encontra um homem surdo e com dificuldade de falar. Com um gesto cheio de amor, Ele toca nos ouvidos e na língua do homem e diz: "Efatá!", que quer dizer "Abre-te!" (Marcos 7, 34). Na mesma hora, o homem começa a ouvir e a falar corretamente. Esse milagre de Jesus nos mostra que Deus sempre se preocupa com aqueles que são marginalizados, aqueles que, muitas vezes, são esquecidos pela sociedade.

São Tiago, na sua carta, nos lembra que não podemos fazer diferença entre as pessoas. Na comunidade cristã, não tem lugar para favoritismo. Todos somos iguais aos olhos de Deus, e é nosso dever acolher a todos com amor, sem distinção.


A mensagem de hoje é clara: Deus quer nos abrir os olhos, os ouvidos e o coração. Ele quer nos libertar de tudo o que nos impede de viver plenamente. Assim como Jesus abriu os ouvidos daquele homem, Ele quer abrir nosso coração para que possamos escutar sua voz e falar de seu amor ao mundo. Que possamos ser uma comunidade acolhedora, onde todos têm lugar e são valorizados.

Então, meus irmãos, vamos viver essa Palavra, deixando que Jesus toque nossa vida, para que sejamos instrumentos de sua paz e amor. Amém!

 

HOMILIA PARA O DIA 01 DE SETEMBRO DE 2024 - 22º DOMINGO COMUM - ANO B

 

VIVENDO A PALAVRA DE DEUS:

UMA FÉ ENRAIZADA NO CORAÇÃO

 

Queridos irmãos e irmãs, hoje somos convidados a refletir sobre a importância de viver a Palavra de Deus com sinceridade e integridade. As leituras que ouvimos nos mostram como Deus deseja que sua Lei seja vivida não apenas de forma externa, mas profundamente enraizada em nossos corações.

No livro do Deuteronômio, Moisés exorta o povo de Israel a observar fielmente os mandamentos do Senhor. Ele lembra ao povo que as leis e decretos de Deus não são um fardo, mas um caminho para a vida plena e abençoada. A obediência à Palavra de Deus faz com que o povo de Israel se destaque entre as nações, mostrando a sabedoria e a proximidade de Deus em suas vidas. Moisés nos ensina que o verdadeiro sentido da Lei é guiar o coração do povo para Deus, em uma relação de amor e fidelidade.

No Evangelho de Marcos, Jesus confronta os fariseus e escribas, que criticavam seus discípulos por não seguirem as tradições de purificação. Jesus aproveita esse momento para nos ensinar uma lição fundamental: o que realmente importa não é a observância externa das tradições, mas a pureza interior. Ele nos alerta que o mal não vem de fora, mas do que sai do nosso coração. Orgulho, inveja, maldade e outras atitudes pecaminosas nascem dentro de nós, e é isso que nos afasta de Deus.

Meus irmãos, a mensagem de hoje nos chama a refletir sobre nossa própria prática da fé. Estamos vivendo a Palavra de Deus com sinceridade, permitindo que ela transforme nosso coração, ou estamos apenas cumprindo rituais e tradições externas? Deus deseja que sua Lei esteja viva em nós, que ela guie nossos pensamentos, palavras e ações, levando-nos a uma vida de verdadeira comunhão com Ele.

Que possamos, a partir dessa reflexão, renovar nosso compromisso de viver a fé de maneira autêntica e profunda, permitindo que a Palavra de Deus ilumine e transforme nosso interior. Assim, seremos verdadeiramente testemunhas do amor de Deus no mundo. Amém.

 

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

HOMILIA PARA O DIA 25 DE AGOSTO DE 2024 - 21º DOMINGO COMUM - ANO B

 

ESCOLHER OS VALORES DURADOUROS

“Nós somos a soma das nossas decisões". Esta frase do roteiro de um filme do final dos anos 1980, se presta para ajudar a compreender a Palavra de Deus para esse domingo que nos inspira a compreender que a vida é feita de decisões e que elas serão muito mais significativas quando derem pleno sentido para a nossa existência.
Na primeira leitura Josué reúne a comunidade e lhe apresenta os fatos que aconteceram ao longo da sua jornada. Diante de tudo o que acaba de descrever Josué apresenta a sua escolha: “Se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir: se aos deuses a quem vossos pais serviram na Mesopotâmia, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor". A decisão, neste caso não é difícil. Ao longo da história as pessoas haviam experimentado a ação de Deus em seu favor. Só lhes falta a coragem de tomar uma decisão que não seja modificada ao sabor dos ventos. E finalmente todos respondem: “Longe de nós abandonarmos o Senhor, para servir a deuses estranhos”.

Paulo faz uma comparação entre a escolha por Cristo e as escolhas humanas. Ambas têm consequências que exigem compromisso e determinação. Não se pode hoje fazer uma coisa e amanhã outra. Maridos respeitem suas esposas! Esposas amem os seus maridos. Esta é a relação de Cristo com a Igreja e com o mundo. Toda forma de obediência só tem sentido se tiver referência a Cristo e a sua palavra, tudo o resto é falatório inútil.

E no Evangelho Jesus reforça a compreensão que Josué já havia apresentado na primeira leitura. Uma parte dos que o seguiam não haviam entendido ainda a dinâmica do Reino: “Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?" Mas Jesus não coloca panos quentes relativizando a sua doutrina: “Isto vos escandaliza? E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes? O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada. É por isso que vos disse: ninguém pode vir a mim a não ser que lhe seja concedido pelo Pai". E quando alguns resolvem modificar suas decisões, de novo Jesus reafirma: “Vós também vos quereis ir embora?" Diante desta provocação, Pedro toma a palavra para confirmar em nome de todos: “A quem iremos, Senhor?  Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus".

A mensagem da Palavra de Deus deste domingo não é uma simples prova de teimosia e resiliência, mas a convicção de que só caminho do amor, do serviço, da partilha, da entrega, é o único caminho por onde é possível chegar à Vida plena.

Que se realize em nós o que rezamos: “Dai ao vosso povo amar o que ordenais e esperar o que prometeis, para que instabilidade deste mundo fizemos os nossos corações onde se encontram as verdadeiras alegrias”.

 

 

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

HOMILIA PARA O DIA 18 DE AGOSTO DE 2024 - SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE MARIA - ANO B

 Maria, Mãe que Acolhe e Sustenta Nossa Jornada

A última imagem que temos de Maria nas Escrituras é aquela em que ela, em profunda comunhão com os apóstolos, persevera na oração. Ali, junto com as mulheres que seguiram Jesus, Maria permanece firme, refletindo a força da fé e o amor de uma mãe.

Após esse momento, a comunidade cristã se forma e começa a contar uma história cheia de mistério e devoção: a "dormição de Maria", um fato que, mais tarde, a Igreja reconheceria como a Assunção de Maria ao céu. Mas como podemos entender esse mistério? Como a Mãe de Jesus já experimenta aquilo que um dia todos provaremos? Podemos imaginar Jesus cuidando de sua mãe como um filho zeloso que, ao acolher sua mãe idosa em sua morada, lhe oferece o melhor lugar, onde ela está protegida e segura. É esse amor filial que celebramos na solenidade da Assunção.

A primeira leitura nos revela o cuidado divino com a mulher vestida de sol: “A mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar.” Assim como Deus protegeu Maria, Ele também nos guarda e nos guia em nossa jornada.

São Paulo nos recorda que Cristo é o primogênito dos ressuscitados: “Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram.” E quem poderia estar mais perto de Cristo do que sua própria Mãe? Maria, que sempre esteve ao lado de Jesus, é a primeira entre os que pertencem a Ele.

Maria, em sua simplicidade e serviço, nos ensina a ternura, a generosidade e o amor. Ela, que foi ao encontro de Isabel, nos mostra o caminho da caridade. Com Maria, aprendemos a rezar com gratidão ao Pai: “A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque olhou para a humildade de sua serva.”

Maria viveu em plena obediência a Deus, e é por essa fidelidade, mais do que pela maternidade física, que ela faz parte da família de Jesus. Como Ele mesmo disse: “Minha mãe e meus irmãos são todos os que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus.”

Hoje, rezamos com fé: “Dai-nos viver atentos às coisas do alto, para que, um dia, possamos participar da mesma glória de Maria.”

Que essa mensagem nos inspire a seguir o exemplo de Maria, acolhendo com amor e obediência a vontade de Deus em nossas vidas.

sexta-feira, 9 de agosto de 2024

HOMILIA PARA O DIA 11 DE AGOSTO DE 2024 - 19º DOMINGO COMUM - ANO B

 

Da Rotina Vazia à Vida em Abundância:

O Chamado de Jesus

Nos últimos domingos estamos refletindo textos do Evangelho segundo São João cuja ênfase está na relação entre comida que o organismo necessita para viver bem e a verdadeira comida que é Jesus o Pão da Vida.

Na primeira leitura o profeta Elias experimenta a solidão e o desânimo situações características também para o nosso cotidiano. Não consegue perceber uma luz para os seus problemas e pede a morte. Elias é o modelo da fragilidade humana. Entretanto o que fica claro no texto é que Deus não abandona as pessoas. Deus não retira as dificuldades do caminho, mas Ele sustenta e reanima o profeta para continuar sua missão. Também nós não tenhamos medo Ele está sempre atento quando as nossas forças não correspondem aos desafios que a vida apresenta.

Paulo nos sugere viver de maneira diferente daqueles que não conhecem a Palavra de Deus. Para os filhos de Deus não cabe o azedume, a irritação, a raiva, a maldade, o insulto, e um lista enorme de outros vícios. Quando essas atitudes governam o nosso coração facilmente ferimos as pessoas criando divisão e tristeza. Paulo nos convida a fazer um esforço nos revestindo dos sentimentos de reconciliação, de paz e de unidade.

No Evangelho, Jesus não perde seu tempo discutindo com seus interlocutores sobre sua origem divina, percebendo quanto algumas pessoas estavam longe de Deus, com o coração fechado, presos em suas rotinas religiosas e vazias de sentido ele deixa claro que sua presença é maior que os rituais e tradições. Ele oferece o pão da Vida eterna, o alimento que sacia mais do que o organismo físico. Para reconhecer esse saudável alimento não é preciso mais do que sintonia com o Pai para poder reconhecer o Filho.

Declarando que “Ele é o pão da Vida” fica claro que sua missão é garantir vida em abundância e que por meio dele todos podemos encontrar a vida definitiva. Que nossa oração, transforme nossa existência resiliência, alegria e certeza que podemos continuar caminhando juntos porque estamos na estrada certa.

 

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

HOMILIA PARA O DIA 04 DE AGOSTO DE 2024 - 18º DOMINGO COMUM - ANO B

 

EM JESUS RECEBEMOS MAIS DO QUE O PÃO DE CADA DIA!

 

Sem amor ninguém vive Há um ditado que diz Só um grande amor Só um grande amor faz a gente feliz!

Que o corpo humano necessita ser nutrido e ter suas necessidades biológicas satisfeitas ninguém duvida. E um dos sentimentos mais dolorosos é assistir cenas de pessoas passando necessidades básicas e frequentemente procurando comida nos cestos e depósitos de lixo. Mas é certo também que não basta dar de comer e saciar a fome do corpo. Nesse contexto ganha sentido as inúmeras canções folclóricas e populares que também tratam de outras necessidades humanas além do atendimento fisiológico.

É sobre a satisfação de outras necessidades humanas que se desenrola a Palavra de Deus neste domingo. Por traz da fome que o povo experimentava na travessia do deserto existia outra carência que nem sempre sabiam manifestar. Ao reclamar pela falta de comida, sentiam ainda mais a falta da presença de Deus. Para dar conta da longa travessia o povo não reconheceu a mão da Deus que os alimentou e por isso não se sentiu nem satisfeito na sua fome de pão, nem na sua fome de vida!

No Evangelho Jesus toca na questão da insensibilidade dos seus conterrâneos que não tinha percebido a sua verdadeira fome: “Quando o encontraram no outro lado do mar,
perguntaram-lhe: ‘Rabi, quando chegaste aqui?' Jesus respondeu: "Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará”.  Jesus lhes ajuda a perceber que devem enxergar mais longe do que os olhos veem e o estômago sente. A existência humana ultrapassa a satisfação do estômago, dizer isso não é fazer pouco caso da fome que assola milhões pelo mundo a fora. Comer para atender as necessidades corporais é indiscutível, mas não se pode permanecer apenas nessa dimensão e por isso ele se apresenta como verdadeira comida e bebida:
Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca mais terá fome, e o que crê em mim nunca mais terá sede” (Jo 6,35). Reconhecer que as necessidades humanas são muito maiores que a fome de pão é a lição deixada por Jesus nesse domingo.

E São Paulo na carta aos Efésios confirma que somente compreender que Jesus é o único e verdadeiro pão da vida será a condição para a felicidade completa. Encontrar-se com Ele e aceitar sua Palavra e seu ensinamento exige uma mudança radical no jeito de ver e fazer todas a coisas: “Renunciando à vossa existência passada, despojai-vos do homem velho, que se corrompe sob o efeito das paixões enganadoras, e renovai o vosso espírito e a vossa mentalidade. Revesti o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade”.

Também para nós caminhantes no século XXI experimentamos provações e privações, carências e fomes mas temos muitas outras necessidades cuja saciedade não se dará somente com o pão de cada dia, somos desafiados a deixar nossa zona de conforto e reconhecer Deus que nos acompanha com carinho paterno oferecendo-nos um alimento muito mais nutritivo do que o maná do deserto e a satisfação das necessidades corporais. Todos somos convidados a deixar o comodismo e a tranquilidade nas quais facilmente nos instalamos e buscar o verdadeiro alimento que dá a vida duradoura e plena. Lições de amor, partilha, generosidade e serviço são muitas vezes uma refeição mais nutritiva e duradoura e que todos temos para dar e todos precisamos receber.