DEIXEM
QUE CRESÇAM JUNTOS ATÉ A COLHEITA
A
máxima “Fazer justiça com as próprias mãos” é frequentemente recordada e
algumas vezes aplicada na sociedade contemporânea. E quando isso acontece
bastante vezes o resultado é desastroso. Fazer justiça, aplicar sentença,
atribuir responsabilidades são ações que precisam ser feitas e cuja tarefa pertence
a instituições para isso credenciadas pela sociedade. A Palavra proclamada neste
domingo aponta para o jeito como Deus age e a dimensão da sua prática de
aplicar sentenças diante dos desacertos cotidianos.
O
livro da sabedoria é como um “tapa de luva” para aqueles que se acham no
direito de apontar os defeitos e pecados alheios, o autor do livro coloca com
clareza e firmeza a quem compete os julgamentos: “Não há, além de ti,
outro Deus que
cuide de todas as coisas e a quem devas mostrar que teu julgamento não foi
injusto. Assim
procedendo, ensinaste ao teu povo que o justo deve ser humano; e a teus filhos deste a
confortadora esperança de que concedes o perdão aos pecadores”.
Já no salmo responsorial a
Igreja inteira repete a oração: “Vós, porém, sois clemente e
fiel, sois amor, paciência e perdão. Tende
pena e olhai para mim! Confirmai com vigor vosso
servo”.
São Paulo conforta os romanos
com estas palavras: “Aquele
que penetra o íntimo dos corações sabe qual é a intenção do
Espírito. Pois é sempre segundo Deus que o Espírito intercede em favor dos
santos”.
As comparações feitas por Jesus
para fazer entender o Reino de Deus e a sua justiça não poderiam ser mais
claras: “O Reino dos Céus é como um homem
que semeou boa semente no seu campo... O Reino dos Céus é como uma
semente de mostarda... O Reino dos Céus é como o fermento...” Nas três comparações resta aos ouvintes uma alternativa
inconfundível: aprenda a dar tempo ao tempo, a força da verdade se impõe por
ela mesma. Nada de querer “fazer justiça
com as próprias mãos” deixa Deus agir e na hora certa tudo será esclarecido
e recolhido o que deve ser aproveitado.
Este modelo de pessoa pode ser reconhecido na figura de
Maria, mãe de Jesus. Ela é a boa semente, pequena como um grão de mostarda e como
uma porção de fermento, mas seu estilo de vida continua ainda na atualidade arrastando
multidões.
Que ressoe hoje de novo para cada pessoa a frase que conclui
o evangelho também neste domingo: “Quem
tem ouvidos ouça!”