Uma das situações que aborrece qualquer pessoa é a falta de seriedade em
relação aquilo que promete. Por exemplo, você agenda uma visita fica esperando
e a pessoa não aparece; você compra um produto e no dia marcado o produto não
chega; você faz um orçamento e na execução do serviço lhe apresentam outro
valor. Em todas essas situações o que está em jogo é a seriedade e lealdade nas
palavras. A Bíblia é o livro que contém a Palavra de Deus, e precisamente se dia
A PALAVRA, porque Deus não é uma pessoa de muitas palavras.
A fala do profeta Isaias neste domingo não poderia
ser mais animadora e cheia de ternura: “Meus
pensamentos não são como os vossos pensamentos e vossos caminhos não são
como os meus caminhos, diz o Senhor”. Tudo
o que está nas mãos de Deus supera infinitamente todas as capacidades humanas.
A palavra do profeta se resume: “Fidelidade, lealdade, coerência”.
Por isso mesmo a Igreja inteira
reza, respondendo à Palavra do profeta: “Misericórdia e piedade é o
Senhor, ele é amor, é paciência, é compaixão. O Senhor é muito bom
para com todos, sua ternura abraça toda criatura”.
São Paulo, preso e apenas
esperando sua execução, faz um balanço de toda a sua vida e de todas as suas
ações e conclui com um convite que merece ser aplicado ao dia a dia de todas as
pessoas: “Só uma coisa importa: vivei à altura do Evangelho de Cristo”.
Como em outras ocasiões, na
parábola do bom patrão Jesus mostra como sua vida está em sintonia com as
preocupações do seu tempo e do seu povo. Ele tinha clareza da falta de trabalho
e oportunidade que deixava muitas pessoas à margem da sociedade. A prática do
patrão não se limita a partir do certo e do errado a da concordância com a lei.
O evangelho confirma o que disse o profeta: “meus pensamentos não são como
os vossos pensamentos...” A pessoa justa, segundo a medida do coração
de Jesus não se acomoda enquanto todos não estiverem incluídos no seu projeto e
mais importante do que pagar com justiça aos trabalhadores é pagar o suficiente
para que todos tenham o necessário para sua sobrevivência e a dignidade da sua
família.
Jesus desmonta a ideia de direitos
e méritos, ele identifica a inveja daqueles que se acham melhores que os
demais. Na dinâmica do reino não tem espaço para disputas mesquinhas sobre
quanto alguém faz supostamente pelo outro. Jesus de novo propõe a qualidade da
ação mais do que a quantidade. O pagamento de uma diária
igual, mais do que um valor numérico é uma maneira que Jesus tem para dizer:
Deus não faz diferença entre as pessoas.
Reunidos em Assembleia de oração em súplica e ação
de graças todos os que cremo no Cristo. Reunidos rezamos a elevamos louvores e
agradecimentos pedindo por todos e com todos que a justiça de Deus aconteça em
todos os lugares e com a colaboração de todos.
A liturgia convida a todos e a
cada pessoa em particular a se deixar moldar pela Palavra de Deus de modo que
pela prática dos conselhos evangélicos seja possível a construção de uma
sociedade sempre mais autêntica, humana e fraterna.