quinta-feira, 24 de março de 2011

HOMILIA PARA O DIA 27 DE MARÇO 2011


TERCEIRO DOMINGO DA QUARESMA

Leituras:  Ex 17,3-7; Sl 94,1-2.6-7.8-9 (R. 8);
 Rm 5,1-2.5-8; Jo 4,5-42
“Os mananciais do planeta estão secando rapidamente, o que vai se somar ao crescimento populacional, à poluição e ao aquecimento global, resultando na diminuição da quantidade de água disponível para cada pessoa no mundo. A quantidade per capita no mundo vem caindo desde 1970. Segundo alerta relatório das Nações Unidas, a escassez da água vai afetar diretamente a qualidade de vida. Atualmente já são 2 bilhões de pessoas enfrentando a falta de água, a previsão é que em 2025 este número dobre. Em cem anos o consumo de água cresceu 6 vezes, taxa duas vezes maior que o crescimento demográfico” (http://educacao.uol.com.br/geografia/escassez-de-agua-quais-as-areas-mais-atingidas.jhtm.)
Noticias com este teor são abundantes em todas em todas as mídias sociais. Dentre as necessidades humanas mais elementares, uma delas é  saciar-se com água de boa qualidade. Além da necessidade física de água o ser humano criou um sem número de outras necessidades e simbologias que indicam a preciosidade deste bem.
Na Igreja a água está associada ao batismo, ao perdão dos pecados, à vida nova e assim por diante.  A Palavra de Deus proclamada agora a pouco, parte da necessidade humana de água e aponta para a saciedade espiritual que se dá pelo reconhecimento de Deus e do seu projeto.
Assim no evangelho temos a narração de um encontro inusitado e incomum de Jesus com uma mulher. Quebrando dois tabus da sociedade de outrora, Jesus fala com uma mulher que é também Samaritana.  No meio do diálogo sobre a sede de água surge o extraordinário reconhecimento sobre quem é Jesus e quem é a mulher. Quais sãos as possibilidades de um e as necessidades do outro.
Reconhecendo que o líquido precioso do poço de Jacó é imprescindível para a vida das pessoas Jesus provoca na sua interlocutora uma atitude de confiança. Ao mesmo tempo em que admite sua fragilidade em relação ao seu estilo de vida, a mulher também se abre para a novidade trazida por aquele que se faz reconhecer messias. Mediante a pergunta: Onde é o lugar para a verdadeira adoração ao Pai, Jesus responde ajudando a mulher reconhecer que Deus está em todos os lugares onde as pessoas aceitam uma nova forma de viver e de se relacionar entre si e com a obra criada.
Em resumo, a garantia de vida digna depende da aceitação de Jesus como um dom do Pai para o mundo.  E isso a mulher faz muito bem: “Venham ver um homem que me disse tudo o que eu fiz. Será que ele não é o messias?”
A mulher samaritana, cujo nome não aparece no evangelho é a repetição da situação vivida pelo povo de Israel e narrada na primeira leitura. Mesmo experimentando a liberdade da escravidão, mesmo tendo sido alimentado com o maná no deserto, experimenta uma crise de confiança e duvida da presença de Deus entre eles.
Situação completamente diferente é a que narra o texto de São Paulo aos Romanos: A fé em Jesus Cristo garante a paz com Deus! Por isso mesmo nós também rezamos no salmo: “não fecheis os corações, ajoelhemos ante o Deus que nos criou”.
Concretamente, diante da transformação porque passa o mundo, somos convidados nesta quaresma à penitência e à conversão: “ajoelhemo-nos ante o Deus que nos criou deixemo-nos ensinar e moldemos nossa vida para o respeito com “a criação que geme em dores de parto” e cujas conseqüências são abundantemente sentidas e das quais temos boa parte de responsabilidade.
“Senhor dá-nos água viva para que não tenhamos mais sede!”

Um comentário:

  1. Oá, parece incrível, mas te encontrei por aqui, que bom. Abraço, parabéns pelo blog. Pe. Paulo Luciani

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