segunda-feira, 12 de outubro de 2009

CATEQUESE


PEDAGOGICAMENTE CORRETO


Ao axioma Lex orandi, lex credendi (a norma da oração é a norma da fé), certamente pode-se acrescentar o verbo compreender, sem diminuir a força do provérbio e a intenção que ele quer expressar.


A propósito do ano catequético nacional e das reflexões em torno da liturgia e da catequese nunca é demais recordar que a liturgia é lugar privilegiado de educação da fé. Talvez seria ainda mais apropriado usar o termo ´celebração´ em lugar da expressão liturgia, visto que facilmente esta última acaba sendo confundida com normas, ritos e regras.


Todavia compreender aquilo que se celebra será, sem sombra de dúvida, um modo de agregar sabor àquilo que é norma de oração e norma de fé. Nossas celebrações, muitas vezes, carecem de mística e de emoção e por conta disto exigem comentários e explicações. Neste sentido perdem a ritualidade deixando de ser celebrativas para serem explicativas. Obviamente deixam de comover e atrair, são repletas de ´explicações, cantorias,e outros penduricalhos´.


O lema escolhido para o ano catequético não poderia ser mais feliz quando se trata de aproximar a catequese da liturgia. “Não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e explicava as escrituras?”. O Papa Bento VXI começa a Encíclica Deus Caritas Est, com a afirmação: “Nós cremos no amor de Deus. Ao inicio do ser cristão, não há uma decisão ética ou grande idéia, mas o encontro com um acontecimento, com uma pessoa que dá à um novo horizonte e, dessa forma, o rumo decisivo”. Este conceito reafirmado em Aparecida fortalece o lema do ano catequético na sua relação com a celebração.


Enquanto na catequese, mais explicitamente nos encontros de estudo, há um esforço para transmitir conteúdos e conceitos sobre Deus, se dá a iniciação para o encontro com o Pai e o Filho no dom do Espírito Santo que se realiza na liturgia. É verdade que a celebração é completa tanto no ensinamento como no encontro na medida em que entendemos os diferentes modos de comunhão real com o Senhor, ensinados no catecismo da Igreja.


Parece importante e necessário fortalecer a compreensão de catequese como condução ao mistério, iniciação à vida comunitária, à inserção na sociedades, ao seguimento de Cristo. Naturalmente o encontro e reconhecimento da pessoa de Jesus tem sua culminância na celebração da Eucaristia onde repetimos o gesto de partir o pão mediante o qual ELE foi reconhecido pelos discípulos de Emaús.


Na medida em que nossos catequizandos compreenderem a estrutura da celebração, por meio da catequese, sentirão alegria de participar da reunião com os irmãos e irmãs onde celebram o amor de Deus realizado por Jesus Cristo que se renova em cada Eucaristia.


Se perseguirmos este objetivo nossas celebrações dispensariam comentários, explicações, cantorias, penduricalhos, e mecanismos que exijam a presença dos catequizandos na celebração da missa. Como resultado de uma catequese litúrgica acontecerão celebrações marcantes e cativantes para as quais virão e delas sairão com o mesmo sentimento dos discípulos de Emaús: “Não estava nosso coração ardendo”.


Na Arquidiocese de Curitiba o álbum litúrgico catequético é uma alternativa pedagogicamente correta e muito útil para compreender a celebração e a liturgia. Aproveitemos esta riqueza que Deus nos concede por meio desta iniciativa e caminhemos para o discipulado.

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