ALIANÇA
QUE GERA COMUNHÃO
Na
próxima terça feira o Papa Francisco chega na República do Panamá, na América
Central, onde participará da Jornada Mundial da Juventude. Dom José Domingo,
Arcebispo Panamenho está acolhendo os 200 mil jovens de 115 países e o Papa
Francisco com a seguinte afirmação: “Aqui
está uma Igreja jovem, alegre, autêntica, multiétnica, pluricultural, com uma
fé viva, com compromisso de anunciar o Evangelho”. Esta definição da Igreja
daquele país tem tudo a ver com as leituras da Palavra de Deus proclamadas na
liturgia deste domingo.
Em
outras palavras São Paulo afirmou aos coríntios a mesma coisa: “Há
diversidade de dons espirituais, mas o Espírito é o mesmo. Há
diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há
diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos.
Em cada um se manifestam os dons do Espírito para o bem comum”. São Paulo deixa bem claro que as diferenças
de cada pessoa e de cada comunidade ganham importância quando em relação com o
mesmo e único Deus. Não existem dons e carismas mais importantes e necessários,
mas todos precisam ser reflexos a Trindade e espaços de comunhão.
O profeta Isaias falou ao povo que acabava de retornar do
Exílio e afirma que Deus refez com eles sua aliança e que todo o povo será
tratado com uma jovem esposa recebendo todo cuidado e atenção de modo que possa
manifestar a alegria de pertencer ao único Deus.
A conhecidíssima história das Bodas de Caná pede sempre uma
nova interpretação. No contexto da Jornada Mundial da Juventude parece
importante destacar três personagens do Evangelho que, de alguma maneira, estão
presentes ou deveriam estar presentes na vida da Igreja e das comunidades e que
permitem perceber a ação de Deus no meio do seu povo.
Uma autêntica festividade precisa estar regada de um bom
vinho. A falta dele mostra como a aliança se tornou estéril e improdutiva. As
talhas estão vazias e, portanto, não servem para nada, trata-se de um aparato
inútil. Na linguagem de Isaias que declarou o encontro de Deus com seu povo
como uma festa de casamento, as talhas vazias significam que a festa prevista
por Deus não está completa, se tornou estéril e sem vida.
Neste contexto de esterilidade aparecem os três personagens a
ser compreendidos no evangelho. Em primeiro lugar está a Mãe que percebe a
situação intolerável e desprovida de alegria da festa de casamento quando falta
o vinho da autenticidade, da jovialidade, da alegria e do compromisso.
A segunda figura são os chefes do povo de Israel,
representados pelo chefe da mesa. Estes acomodados na sua condição não percebem
e nem se preocupam com a esterilidade e o com fim da festa.
Finalmente estão aqueles que servem. Dispostos a colaborar
com o Messias e prontos para fazer “tudo
o que Ele disser”. São eles que enchem as talhas, que levam ao chefe da
mesa, que devolvem a alegria aos convidados.
As bodas de Caná se constituem no programa de Jesus para devolver
a alegria, o amor e a festa do encontro entre Deus e a humanidade.
Iluminados pela Palavra de Deus e inspirados pela declaração
do bispo do Panamá: “Aqui está uma Igreja jovem, alegre,
autêntica, multiétnica, pluricultural, com uma fé viva, com compromisso de
anunciar o Evangelho” é importante que também cada pessoa se
pergunte: A minha participação na Igreja se identifica com quem: Maria
Preocupada com a falta de vinho e do verdadeiro encontro entre Deus e a
humanidade? Com o chefe da mesa preocupado com as regras, as normas, as leis, as
rubricas, de uma religião estéril e vazia ou com os serventes dispostos a “fazer tudo o que ele disser”.
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