POR
VOSSA JUSTIÇA, SALVAI-NOS SENHOR
Se
pudéssemos apertar os meios de comunicação nesta semana teríamos um punhado de
barro, alguns litros de lágrimas, e muita conversa fiada com respostas e
soluções e procura de culpados. Nesta semana a Igreja lembrou a figura de São
João Bosco de quem se pode lembrar uma máxima que não foi dita por ele nem
sequer em contexto semelhante ao que se está vivendo, mas que se pode
perfeitamente aplicar ao fato do noticiário desta semana: “Mais vale prevenir do que remediar”.
Todas
as respostas e perguntadas levantadas por conta do desastre ambiental de
Brumadinho cabem no Hino ao Amor que se proclama na segunda leitura deste
domingo: “Ainda
que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade,
sou como bronze que ressoa ou como címbalo que retine. A caridade não
é inconveniente, não procura o próprio interesse; não se alegra com a
injustiça, mas alegra-se com a verdade”. Proclamar que se ama isso ou aquilo, essa ou aquela
pessoa e não ter ações concretas é conversa fiada.
E foi para não fazer conversa fiada que Deus fez surgir
profetas no meio do povo como se vê na vocação de Jeremias: “Antes de te formar no ventre materno, Eu te
escolhi; antes que saísses do seio de tua mãe, Eu te consagrei e
te constituí profeta entre as nações. Não temas diante deles, hoje
mesmo faço de ti uma cidade fortificada, uma coluna de ferro e uma
muralha de bronze, diante de todo este país, dos reis de Judá e dos seus
chefes, diante dos sacerdotes e do povo da terra”. E Jeremias
leva a sério sua missão diante de todas as dificuldades não desiste enquanto o
projeto de Deus não se torna realidade no meio do seu povo.
A mesma coisa acontece com Jesus. Ao anunciar a razão de sua
vinda no texto do evangelho de domingo passado. “Anunciar a boa notícia aos pobres, libertar os oprimidos e proclamar um
ano de graça do Senhor”. Jesus se expõe para as autoridades do seu tempo
que imediatamente o rejeitam porque preferem um messias milagreiro e não alguém
que aponte caminhos alternativos e soluções que não sejam espetáculos aos olhos
humanos. De novo os entendidos em leis estão focam de novo na mesma questão: “Procuram uma maneira de eliminar Jesus do
meio do povo”. Mas o evangelho termina dizendo: “Mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho”.
Para os cristãos e para todos na sociedade contemporânea vale
a recomendação de São Paulo, se alguém quer viver o amor tenha atitudes simples
e cotidianas: “não se irrita, não guarda
ressentimento; alegra-se com a verdade; tudo desculpa, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta. A caridade é paciente, a caridade é benigna;
não é invejosa, não é altiva nem orgulhosa”
Um cristão de verdade não se esquece que foi ungido como
profeta à imagem de Cristo e que está consciente da vocação a que Deus o chamo
e que mais do que a boca de Deus somos os braços dele para praticar a caridade,
como dizia Santa Tereza de Calcutá: “São
mais santas as mãos que ajudam do que os lábios que rezam”.
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