ENTRAR
NO BARCO COM JESUS
Na
histórica visita do Papa aos Emirados Árabes, durante a missa com milhares de
pessoas Francisco fez um pedido que é ao mesmo tempo um desafio para os
cristãos daquele país: “Sejam felizes construtores da paz”. Recordando São
Francisco, reiterou o Papa: “O Cristão parte armado apenas com sua fé humilde e
seu amor concreto”. Estas palavras são,
de alguma maneira a atualização das leituras proclamadas na liturgia deste
domingo.
O
profeta Isaias se apresenta de uma forma simples
e questionadora, como o modelo de um homem que é sensível aos apelos de Deus e
que tem a coragem de aceitar ser enviado. Ele tem consciência que a sua
vocação é obra de Deus e que aceitar essa missão é a maneira mais correta de
ser disponível ao projeto que o criador tem para a humanidade: “Tocou-me com
ele na boca e disse-me: Isto tocou os teus lábios: desapareceu o
teu pecado, foi perdoada a tua culpa. Ouvi então a voz do Senhor, que
dizia: Quem enviarei? Quem irá por nós? Eu respondi: Eis-me aqui:
podeis enviar-me.
São Paulo convida os cristãos de Corinto e discernir o que
significa acreditar na ressurreição e quais as implicações para o cristão que
aceita esta verdade. Ou seja, compreender como Jesus enfrentou os desafios do
seu tempo implica também para o cristão contemporâneo dar testemunho da ressurreição
de Jesus com todas as exigências que esta proclamação de fé traz para o dia a
dia de todas as pessoas em todos os lugares. Os discípulos foram transformados
de uma maneira extraordinária quando vivenciaram a ressurreição de Jesus, este
fato pode se dar também com aqueles que na atualidade acreditam nesta verdade: “pela
graça de Deus sou aquilo que sou e a graça que Ele me deu não foi inútil”.
O Evangelho apresenta uma espécie de fio condutor para
aqueles aceitam seguir Jesus. Lançar as redes mais em águas mais profundas
consiste em ter coragem de enfrentar as tempestades do mar que muitas vezes
resultam em trabalho infrutífero. Em contrapartida ao mar, que representava
para os judeus o lugar dos monstros e do perigo, Jesus chama os primeiros discípulos
para ser pescadores de homens. Convite que pode ser compreendido como tarefa
para realizar uma obra de libertação das pessoas presas às forças do “mar” que
lhes rouba a felicidade, afogando-os na opressão, no egoísmo, no sofrimento e
no medo. Aquele que aceita esta tarefa aceita a missão de facilitar que todas
as pessoas sejam livres de tudo aquilo que impede a felicidade.
É neste sentido que as Palavras do Papa nos Emirados Árabes
pode ser também um convite para cada pessoa em todas as partes: “Sejam felizes,
sejam oásis de paz. Andem apenas armados com sua fé humilde e seu amor
concreto.
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