sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

HOMILIA PARA O DIA 27 DE JANEIRO DE 2019 - ANO C - 3º DOMINGO COMUM


A PALAVRA DE DEUS É DE ALEGRIA E DE FESTA

Sobre a Jornada Mundial da Juventude no Panamá, se pode dizer que de lá o mundo respira alegria, festa, comunhão e solidariedade. O Papa Francisco falando aos participantes deste evento critica os construtores de muros e recomenda aos jovens que sejam construtores de pontes. Disse o Papa “Os construtores de muros semeiam o medo e procuram dividir”, quanto aos jovens e a Igreja disse Francisco: “A cultura do encontro é apelo e convite a termos a coragem de manter vivo um sonho comum. Sim, um sonho grande e capaz de envolver a todos. Não tenham medo de se arriscar e caminhar reafirmou o Santo Padre. Queridos jovens, esta Jornada não se revelará fonte de esperança por um documento final, uma mensagem consensual ou um programa a aplicar. Este encontro irradia esperança, graças aos vossos rostos e à oração”. Pois esta exortação do Papa é uma atualização da missão de Jesus que ele mesmo apresenta no Evangelho: Cristo como a Palavra que se faz pessoa no meio dos homens, a fim de levar a libertação e a esperança às vítimas da opressão, do sofrimento e da miséria. Sugere-se, também, que a comunidade de Jesus é a comunidade que anuncia ao mundo essa Palavra libertadora.
Na cidade onde se tinha criado Jesus atribui a si mesmo a missão que o profeta havia falado muito tempo antes: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Ele me enviou a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos e a proclamar o ano da graça do Senhor”.
Vinte séculos depois as palavras de Jesus continuam ecoando e muito particularmente sendo um programa de vida para todos os que se declaram seguidores do messias. É importante que nos perguntemos com seriedade e honestidade: “O nosso mundo continua a multiplicar e a refinar as cadeias opressoras. Porque é que a proposta libertadora de Jesus ainda não chegou a todos? Que situações hoje, à minha volta, me parecem mais dramáticas e exigem uma ação imediata?
A fidelidade ao “caminho” percorrido por Cristo é a exigência fundamental do ser cristão. Ao longo dos séculos, tem sido a defesa da dignidade do homem a preocupação fundamental da Igreja de Jesus? Preocupa-nos a libertação dos nossos irmãos escravizados? Que posso eu fazer, em concreto, para continuar no meio deles a missão libertadora de Cristo?”
Como membros de um único corpo, conforme a comparação utilizada por São Paulo na segunda leitura: “O corpo de Cristo (a Igreja) é, pois, uma comunidade de irmãos, que de Cristo recebem e partilham a vida que os une; sendo uma pluralidade de membros, com diversas funções, respeitam-se, apoiam-se, são solidários uns com os outros e amam-se. Palavras-chave para definir a teia de relações que liga este corpo de Cristo são “solidariedade”, “participação”, “corresponsabilidade”.
Não nos esqueçamos de uma verdade fundamental. A igreja é feita de membros com distintas funções para garantir o equilíbrio a comunhão e o bem comum.
Que o ensinamento do Profeta Neemias na primeira leitura sirva também para cada um de nós: “Ide para vossas casas, comei uma boa refeição, tomai bebidas doces e reparti com aqueles que não têm nada preparado. Hoje é um dia consagrado a nosso Senhor; portanto, não vos entristeçais, porque a alegria do Senhor é a vossa fortaleza”
A atualização da Palavra de Deus pode ser resumida na frase do Papa aos Jovens do Panamá: “não seja apenas um canal que une mares, mas também canal onde o sonho de Deus continua a encontrar pequenos canais para crescer e multiplicar-se”.




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