TODOS
SÃO DE CRISTO E CRISTO É DE DEUS
A liturgia deste domingo nos propõe para
a oração o Salmo 102. As assembleias reunidas rezam o salmo entre a primeira e
a segunda leitura, e uma das estrofes previstas para a celebração de hoje reza
assim: “O Senhor te perdoa toda culpa, e cura toda a tua enfermidade; da sepultura
ele salva a tua vida e te cerca de
carinho e compaixão. O Senhor é indulgente, é favorável, é paciente, é bondoso e compassivo”.
Esta
oração pode ser entendida como uma maneira de definir quem é Deus e como ele
age na relação com as pessoas. Ora,
tanto a primeira leitura, quanto o evangelho propõe um caminho para todos com
as seguintes palavras: “Sejam santos, porque eu, o Senhor seu Deus, sou santo...
portanto, sejam perfeitos como
o Pai celeste é perfeito”.
Pois
bem se este convite é dirigido a todos significa que todos são convidados a ter
as mesmas atitudes de Deus, ou seja: “perdoar
toda e qualquer ofensa, ser tolerante, paciente, bondoso, compassivo”. Em
poucas palavras para ser semelhante a Deus é necessário fazer as mesmas coisas
que ele faz.
A
tolerância, a paciência, a bondade, a compaixão a gente vai exercitando todos
os dias e em todas as circunstâncias da vida, como Jesus mesmo aconselha no
Evangelho: “Amem os seus inimigos rezem por aqueles que lhes perseguem!
Não enfrentem, nem mesmo quem é malvado...” agindo dessa maneira todos poderão ser chamados de
Filhos de Deus que não discrimina ninguém e que faz chover sobre justos e
injustos.
Reconhecer-se
santuário e morada de Deus, como recorda São Paulo na segunda leitura, implica
amar sem impor condições, entre elas acolher o pecador o que não significa
aceitar o pecado. Se alguém se considera pertencer aos discípulos de Jesus: “ser de Cristo como Cristo é de Deus Pai”
implica estar abertos à justiça do Reino, sendo capaz de uma resistência
pacífica que ponha fim ao círculo vicioso das agressões, das incompreensões, e
de toda forma de violência.
Para ser
santo como Deus não se trata de viver sob uma infinidade de regras e normas, antes
ser capaz de atitudes revolucionárias criadoras de comunhão com um amor
transbordante para com as pessoas e com o mundo. Se quisermos ser santo como
Deus é santo é necessário dar testemunho, não com palavras, mas com ações de um
amor que é cheio e de misericórdia. Ser “perfeito como o Pai é perfeito” consiste
em ser acolhedor e alegre, exercitando sempre as mãos fraternas e o coração bondoso.
Para concluir, ser santo não é questão de para normalidade ou algo para os extraterrestres,
ou alguém que caminha nas nuvens. Antes implica se misturar com os irmãos e
irmãs que sofrem mergulhados nas suas fragilidades e nos seus pecados. A
santidade é uma condição que está ao alcance de todos, como diz o Papa
Francisco: “Gosto de ver a santidade do
povo santo de Deus, nos pais e mães que trabalham para dar alimento aos seus
filhos. Isso é santidade ao pé da porta, ou classe média da santidade”. Para
alcançar esse dom, rezemos todos com fizemos no salmo:
Bendize, ó minha
alma, ao Senhor,
e todo o meu ser, seu santo nome!
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
não te esqueças de nenhum de seus favores!
e todo o meu ser, seu santo nome!
Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
não te esqueças de nenhum de seus favores!
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