sexta-feira, 1 de maio de 2020

HOMILIA PARA O DIA 03 DE MAIO DE 2020 - DOMINGO DO BOM PASTOR - ANO A


HABITAREI NA CASA DO SENHOR

A nossa geração nunca teve oportunidade de refletir com profundidade e exigência a importância e papel das portas na vida das pessoas. Abrir e fechar portas, permanecer do lado de dentro ou do lado de fora de uma porta nunca foi tão importante como nestes dias isolamento social. É neste contexto que chegamos ao quarto domingo da páscoa cuja liturgia da Palavra nos apresenta Jesus como o bom pastor. No Evangelho proclamado neste domingo Jesus constrói uma relação muito estreita entre o pastor, sua missão e a porta e sua função.
Jesus se declara conhecedor do seu rebanho e se apresenta como alguém que sabe abrir e fechar a porta garantindo a todos duas condições fundamentais para a vida das pessoas e que se resumem em segurança e liberdade.
Vivendo a experiência do isolamento social e do cuidado com a transmissão do vírus quem compreende a função da porta saberá muito bem a hora de abrir e de fechar de viver em segurança e ao mesmo tempo em liberdade. A proposta de Jesus quer garantir vida plena aos seus amados é uma escolha que implica respeitar a liberdade e viver com responsabilidade: “Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. A esse o porteiro abre, e as ovelhas escutam a sua voz; ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz para fora. E, depois de fazer sair todas as que são suas, caminha à sua frente, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz”. Peçamos a graça de compreender e viver a experiência do necessário discernimento entre a voz do verdadeiro pastor, a função de porteiro que muitas vezes nos é atribuída e a condição de rebanho que ao mesmo tempo precisa de liberdade e de segurança.
Discernimento é a mesma coisa que Pedro pede tanto no texto dos Atos dos Apóstolos quanto o autor da carta que se proclama na segunda leitura: “Quando ouviram isso, eles ficaram com o coração aflito, e perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: “Irmãos, o que devemos fazer?” Pedro respondeu: “Convertei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para o perdão dos vossos pecados. E vós recebereis o dom do Espírito Santo. Pois a promessa é para vós e vossos filhos, e para todos aqueles que estão longe, todos aqueles que o Senhor nosso Deus chamar para si”.
E na segunda leitura: “Caríssimos: Também Cristo sofreu por vós deixando-vos um exemplo, a fim de que sigais os seus passos. Sobre a cruz, carregou nossos pecados em seu próprio corpo, a fim de que, mortos para os pecados, vivamos para a justiça. Por suas feridas fostes curados. Andáveis como ovelhas desgarradas, mas agora voltastes ao pastor e guarda de vossas vidas”.
Discernir a função e o papel que cada pessoa tem ora como pastor, ora como parte do rebanho, ora como encarregado, ora na função de porta permite melhor compreender a oração que se faz no salmo deste domingo e que rezamos com muita frequência em nosso dia a dia: O Senhor é o pastor que me conduz;/ para as águas repousantes me encaminha. — O Senhor é o pastor que me conduz;/ não me falta coisa alguma./ Pelos prados e campinas verdejantes ele me leva a descansar./ Para as águas repousantes me encaminha,/ e restaura as minhas forças. — Ele me guia no caminho mais seguro,/ pela honra do seu nome./ Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso,/ nenhum mal eu temerei;/ estais comigo com bastão e com cajado;/ eles me dão a segurança!







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