NÃO TENHAM MEDO
Situações
que causam desconforto, solidão, abandono e preocupação ao nosso cotidiano são
frequentes e dizem respeito à maneira de fazer e de organizar a vida algumas
vezes causada pelo desequilíbrio da natureza, frequentemente pelas relações
inadequadas entres as pessoas, grupos e sociedades. A maneira como as autoridades constituídas se
comportam no exercício do governo e uma infinidade de situações é provocadora
de medo e desconforto. A liturgia da
Palavra deste domingo oferece conforto e aponta alternativas para superar essas
situações.
Jeremias
é o profeta que experimenta todos os sentimentos que ainda hoje nos assustam,
apesar disso ele não tem medo de testemunhar Deus e a sua proposta. Como
resposta declara: “O Senhor está ao meu lado,
como forte guerreiro. Cantai ao Senhor, louvai o Senhor, pois ele salvou a vida de um pobre homem”. Aprender com
Jeremias é um consolo para quem se reconhece ter recebido no batismo a missão
de profeta que é uma tarefa difícil, mas que no exercício desta missão Deus
nunca abandona aqueles que o testemunham com coragem e verdade.
São
Paulo escreve aos romanos e afirma que a fidelidade aos projetos de Deus gera
vida nova todos os dias e que nada, nenhum sofrimento, nenhum medo pode superar
a força divina que o Senhor nos concedeu por meio do seu Filho: “A transgressão de um só levou a
multidão humana à morte, mas foi de modo bem mais superior que a graça de Deus,
ou seja, o dom gratuito concedido através de um só homem, Jesus Cristo, se derramou
em abundância sobre todos”.
Enviando os discípulos em seu
nome Jesus não lhes ilude apontando facilidades e sinais extraordinários, pelo
contrário fala em perseguição, incompreensão, abandono, desconforto, situações
que causam medo. Porém, ao mesmo tempo garante a sua presença e o cuidado de
Deus para com eles repetindo três vezes: “não tenham medo, pois nada há de encoberto que não seja revelado; Não tenham medo daqueles
que matam o corpo; Não tenham medo, Vós valeis mais do que muitos pardais”.
Então, não tenhamos medo de
testemunhar para o mundo a alegria de ter encontrado Jesus e de permitir que
ele transforme a nossa vida. Isso não significa acreditar que tudo é possível e
que ser cristão não exija coragem profética, ao mesmo tempo misericórdia e
fraternidade. Ser discípulo de Jesus implica não se deixar levar pelo fanatismo
e por ofertas gratuitas. O valor extraordinário de nossa condição missionária
implica reconhecer o coração terno e paterno de Deus que é bondoso e solícito.
Que a Eucaristia, a Palavra e o testemunho dos irmãos nos ajude compreender o
amor de Deus que nos acolhe sempre que encontramos dificuldades na caminhada.
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