VERDADEIRA
COMIDA E VERDADEIRA BEBIDA
O texto do livro do Deuteronômio
proclamado na primeira leitura de hoje parece ter sido escrito para as
comunidades de hoje: “Lembra-te
de todo o caminho por onde o Senhor teu Deus te conduziu estes quarenta anos,
no deserto, para te humilhar e te pôr à prova, para saber o que tinhas no teu
coração e para ver se observarias ou não seus mandamentos. 3Ele te humilhou,
fazendo-te passar fome...” poderíamos parafrasear estas palavras
dizendo: “Lembra-te da quarentena que te está sendo imposta, serve para provar
sua humildade e te colocar a prova, é um tempo para observar o que tens
guardado no seu coração. A humilhação do isolamento social é também causa de
desemprego, de falta de trabalho, de preanuncio de fome...”
E a leitura continua: “Não te esqueças do Senhor teu Deus que
te fez sair do Egito, da casa da escravidão, 15e que foi teu guia no vasto e terrível deserto, onde havia
serpentes abrasadoras, escorpiões e uma terra árida e sem água nenhuma. Foi ele
que fez jorrar água para ti da pedra duríssima 16e te alimentou no
deserto com maná, que teus pais não conheciam”. Do mesmo modo se pode afirmar
em relação ao tempo de retomada das atividades depois da quarentena: “Lembra-te
que Deus está ao teu lado, é pela força de sua mão poderosa e de seu braço
forte que será possível passar por este tempo de provação e dificuldade. Mesmo
na mais dura provação Deus não te abandonou à tua própria sorte”.
Na sequencia desta leitura se lê a palavra de Jesus
garantindo sua presença como alimento que satisfaz todas as fomes e toda a
sede: ““Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá
eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo... Em
verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do homem e não
beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. 54Quem come a minha
carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último
dia. 55Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue,
verdadeira bebida. 56Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim
e eu nele. 57Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai,
assim aquele que me recebe como alimento viverá por causa de mim”.
Nossa resposta a esta palavra não poderia ser diferente
daquela que nos sugere o Papa Francisco em sua catequese sobre a Eucaristia: “A celebração eucarística é
muito mais do que um simples banquete: é precisamente o memorial da Páscoa de
Jesus, o mistério da salvação. «Memorial» não significa apenas uma recordação,
uma simples lembrança, mas quer dizer que cada vez que nós celebramos este
Sacramento participamos no mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo.
A Eucaristia constitui o apogeu da obra de salvação de Deus: com efeito,
fazendo-se pão partido para nós, o Senhor Jesus derrama sobre nós toda a sua
misericórdia e todo o seu amor, a ponto de renovar o nosso coração, a nossa
existência e o nosso próprio modo de nos relacionarmos com Ele e com os irmãos...
Mas a Eucaristia que eu celebro leva-me a sentir todos verdadeiramente como
irmãos e irmãs? Faz crescer em mim a capacidade de me alegrar com quantos
rejubilam, de chorar com quem chora? Impele-me a ir ao encontro dos pobres, dos
enfermos e dos marginalizados? Ajuda-me a reconhecer neles o rosto de Jesus?
Todos nós vamos à Missa porque amamos Jesus e, na Eucaristia, queremos
compartilhar a sua paixão e ressurreição. Mas amamos, como deseja Jesus, os
irmãos e irmãs mais necessitados? Por exemplo, nestes dias...” em que
todos somos ameaçados por essa pandemia temos tido o cuidado necessário em
relação a precaução e transmissão desse terrível vírus que ameaça o mundo?
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