quarta-feira, 10 de junho de 2020

HOMILIA PARA O DIA 11 DE JUNHO DE 2020 - SOLENIDADE DO CORPO E SANGUE DE CRISTO -


VERDADEIRA COMIDA E VERDADEIRA BEBIDA

O texto do livro do Deuteronômio proclamado na primeira leitura de hoje parece ter sido escrito para as comunidades de hoje: “Lembra-te de todo o caminho por onde o Senhor teu Deus te conduziu estes quarenta anos, no deserto, para te humilhar e te pôr à prova, para saber o que tinhas no teu coração e para ver se observarias ou não seus mandamentos. 3Ele te humilhou, fazendo-te passar fome...” poderíamos parafrasear estas palavras dizendo: “Lembra-te da quarentena que te está sendo imposta, serve para provar sua humildade e te colocar a prova, é um tempo para observar o que tens guardado no seu coração. A humilhação do isolamento social é também causa de desemprego, de falta de trabalho, de preanuncio de fome...”
E a leitura continua: “Não te esqueças do Senhor teu Deus que te fez sair do Egito, da casa da escravidão, 15e que foi teu guia no vasto e terrível deserto, onde havia serpentes abrasadoras, escorpiões e uma terra árida e sem água nenhuma. Foi ele que fez jorrar água para ti da pedra duríssima 16e te alimentou no deserto com maná, que teus pais não conheciam”. Do mesmo modo se pode afirmar em relação ao tempo de retomada das atividades depois da quarentena: “Lembra-te que Deus está ao teu lado, é pela força de sua mão poderosa e de seu braço forte que será possível passar por este tempo de provação e dificuldade. Mesmo na mais dura provação Deus não te abandonou à tua própria sorte”.
Na sequencia desta leitura se lê a palavra de Jesus garantindo sua presença como alimento que satisfaz todas as fomes e toda a sede: ““Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo... Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. 54Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 55Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. 56Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. 57Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim aquele que me recebe como alimento viverá por causa de mim”.
Nossa resposta a esta palavra não poderia ser diferente daquela que nos sugere o Papa Francisco em sua catequese sobre a Eucaristia: “A celebração eucarística é muito mais do que um simples banquete: é precisamente o memorial da Páscoa de Jesus, o mistério da salvação. «Memorial» não significa apenas uma recordação, uma simples lembrança, mas quer dizer que cada vez que nós celebramos este Sacramento participamos no mistério da paixão, morte e ressurreição de Cristo. A Eucaristia constitui o apogeu da obra de salvação de Deus: com efeito, fazendo-se pão partido para nós, o Senhor Jesus derrama sobre nós toda a sua misericórdia e todo o seu amor, a ponto de renovar o nosso coração, a nossa existência e o nosso próprio modo de nos relacionarmos com Ele e com os irmãos... Mas a Eucaristia que eu celebro leva-me a sentir todos verdadeiramente como irmãos e irmãs? Faz crescer em mim a capacidade de me alegrar com quantos rejubilam, de chorar com quem chora? Impele-me a ir ao encontro dos pobres, dos enfermos e dos marginalizados? Ajuda-me a reconhecer neles o rosto de Jesus? Todos nós vamos à Missa porque amamos Jesus e, na Eucaristia, queremos compartilhar a sua paixão e ressurreição. Mas amamos, como deseja Jesus, os irmãos e irmãs mais necessitados? Por exemplo, nestes dias...” em que todos somos ameaçados por essa pandemia temos tido o cuidado necessário em relação a precaução e transmissão desse terrível vírus que ameaça o mundo?


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