CERCAR-SE DE CARINHO E COMPAIXÃO
Não é difícil
perceber como todas as nossas forças, capacidades, sabedoria, recursos
econômicos, e mil outras formas de se considerar capaz para resolver todos os
problemas e superar todas as provações e provocações que a vida nos oferece
caem por terra. Por conta da nossa
suposta onipotência vamos criando soluções que nada solucionam ou como se diz
popularmente “estamos enxugando gelo”, e as alternativas que parecem estar ao
alcance da mão nunca chegam. É nestes momentos que a palavra de São Paulo, na
segunda leitura deste domingo, parece ter sido escrito para o nosso tempo: “Ninguém dentre nós vive para si mesmo ou morre para si mesmo. Se estamos
vivos, é para o Senhor que vivemos; se morremos,
é para o Senhor que morremos. Portanto, vivos ou mortos, pertencemos ao Senhor”.
A mensagem que Paulo deixa para todos se resume em poucas
palavras: “a única coisa importante e
decisiva é Jesus Cristo, sua palavra, seu ensinamento, seu jeito de ver e fazer
as coisas, é a Ele que pertencemos”.
Internalizar essa verdade e viver para Cristo é um processo
que a gente vai fazendo ao longo da vida, não é uma solução que encontramos num
passe de mágica. Viver com menor sofrimento as debilidades que a vida nos
apronta ou que nós aprontamos para a vida implica sabedoria que o autor da
primeira leitura foi muito feliz ao nos dizer: “O rancor e a
raiva são coisas detestáveis... Se alguém guarda raiva... Se não tem
compaixão, como poderá pedir perdão dos seus pecados?” Quanto mais dificuldades colocamos para perdoar, maiores
serão os sofrimentos aos quais nós mesmos estamos sujeitos. E isso fica obvio
no texto do Evangelho.
“Senhor, quantas vezes devo perdoar, se
meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?'... Não te digo até
sete vezes, mas até setenta vezes sete”. E na sequência conta a parábola de alguém que
foi perdoado e não soube perdoar. O
texto do evangelho deixa muito claras duas atitudes fundamentais para quem se
reconhece e percebe que não é o dono nem de si mesmo: perdoar e reconciliar.
Não há outra coisa capaz de nos conduzir para soluções duradouras e
felizes. Agir nas relações humanas com o
coração de Deus é uma condição sem a qual não vamos a lugar nenhum. É isso que
rezamos no salmo sugerido para esse domingo:
O Senhor é bondoso, compassivo e carinhoso.
1Bendize, ó minha alma, ao Senhor,
e todo o meu ser, seu santo nome!
2Bendize, ó minha alma, ao Senhor,*
não te esqueças de nenhum de seus favores!
3Pois ele te perdoa toda culpa,*
e cura toda a tua enfermidade;
4da sepultura ele salva a tua vida*
e te cerca de carinho e compaixão.
9Não fica sempre repetindo as suas queixas,*
nem guarda eternamente o seu rancor.
10Não nos trata como exigem nossas faltas,*
nem nos pune em proporção às nossas culpas.
11Quanto os céus por sobre a terra se elevam,*
tanto é grande o seu amor aos que o temem;
12quanto dista o nascente do poente,*
tanto afasta para longe nossos crimes.
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