NÃO
FIQUEM DEVENDO NADA A NINGUÉM
A última frase da carta de São Paulo proclamada na
liturgia deste domingo diz assim: “O amor não faz nenhum mal contra o
próximo. Portanto, o amor é o cumprimento
perfeito da Lei”. Ele faz esta
afirmação depois de recordar os mandamentos que traduzidos para a atualidade
significa preocupar-se com o bem estar de todos.
Uma das exigências contemporâneas
consiste em superar a indiferença e cuidar do próximo. Tanto a primeira leitura
quanto o evangelho apresentam uma maneira de prestar atenção e de cuidar das
pessoas.
Ao sugerir a correção
fraterna como um caminho necessário os dois textos permitem entender que se
trata de ganhar as pessoas para a vida e não ganhar das pessoas.
Amar e cuidar implica na
capacidade de incluir, recuperar, procurar e buscar. O êxito desta tarefa nunca
é uma atitude solitária, antes conta sempre com a participação da comunidade
que abre espaço e se abre para o perdão e a vida fraterna como se canta no
salmo:
“Vinde adoremos e prostremo-nos por terra,
e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
Porque ele é o nosso Deus, nosso Pastor,
e nós somos o seu povo e seu rebanho,
as ovelhas que conduz com sua mão”.
A figura descrita na
primeira leitura não se trata de uma pessoa que está vigiando a vida alheia.
Pelo contrário, o profeta, faz uma analogia com a responsabilidade das forças
de segurança numa cidade cuja finalidade é perceber e vigiar para que nada ali
aconteça em dissonância com os projetos de Deus e com o aviltamento da
dignidade das pessoas. Ou seja, diante do sofrimento e das ameaças contra a
vida aquele que ama não pode ficar indiferente.
Na mesma direção Jesus
insiste no Evangelho na missão que todos temos para estabelecer um diálogo
fraterno e acolhedor que não condene o pecador, mas que facilite sua reinserção
na sociedade por meio do amor misericordioso e compassivo. É nisto que se resumem
todos os mandamentos e que São Paulo afirma ser a única dívida realmente
importante e que devemos tratar de saldá-la sem demora: “Não fiqueis devendo nada a
ninguém, a não ser o amor mútuo, -
pois quem ama o próximo está cumprindo a Lei”.
Peçamos a graça de
transformar nossas famílias, nossas comunidades, e todas as nossas relações em oportunidades
para que se possam ver as marcas do amor. De tal modo que todos proclamem: “Vejam como eles se amam”.
Reunidos fisicamente, ou
pelas redes sociais somos alimentados pela Palavra, pela Eucaristia e pela Oração
comunitária e solidária. Juntos vamos construindo um lugar onde as pessoas seguem
Jesus Cristo superam seus erros e fraquezas ganhando sempre mais irmãos ao longo
do caminho e de cada circunstância. Então sim podemos cantar de novo:
“Vinde, exultemos de alegria no Senhor,
aclamemos o Rochedo que nos salva!
Ao seu encontro caminhemos com louvores,
e com cantos de alegria o celebremos”.
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