CONSTRUIR
COMUNHÃO E UNIDADE
Poucas
coisas são mais significativas em nosso cotidiano do que participar de
campanhas solidárias para diminuir o sofrimento das pessoas. Neste tempo de
pandemia foi possível experimentar de maneira mais intensa experiência de
ajuda-mútua e caridade fraterna. Ao mesmo tempo em que a pandemia teve uma
duração maior do que as autoridades sanitárias previam inicialmente aos poucos
as pessoas foram tomadas de certo cansaço e quase desilusão dando espaços para
discussões sobre fatos e situações de pouca importância. Ora, isso que acontece
conosco é muito semelhante à experiência da comunidade de Corinto para quem São
Paulo escreve a carta que é a segunda leitura desse domingo.
Os
coríntios eram fervorosos na oração, mas não servem de exemplo quando se refere
à vivência da fraternidade e da comunhão: “Irmãos: Ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor a
não ser no Espírito Santo. Há diversidade de dons, mas um mesmo é o
Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes
atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos. A cada um é dada a
manifestação do Espírito em vista do bem comum”. Estas palavras de
Paulo caem como uma luva em nossas mãos à medida que também nós nos
consideramos “o umbigo do mundo”, a “última bolacha do pacote” os “escolhidos e
iluminados” e tratamos aqueles que não fazem parte do nosso grupo como se fosse
gente de segunda categoria.
Na
mesma proporção em que vivenciamos coisas boas e bonitas neste tempo de
pandemia, também somos atormentados por uma série de situações que fogem ao
nosso controle e ameaçam o futuro das nossas comunidades e da sociedade como um
todo. Nesse contexto, Jesus se revela a nós, como para os discípulos no
Evangelho de hoje: “Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da
semana, estando fechadas, por medo
dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou
e pondo-se no meio deles, mostrou-lhes as mãos e o
lado” Fazendo-se reconhecer
lhes dá uma vacina de ânimo que transforma a aquele minúsculo e medroso grupo
na Igreja que deitou raízes pelo mundo inteiro: “A paz esteja com vocês”! Ora, como os discípulos de outrora, também
nós muitas vezes somos medrosos e nos fechamos em nosso pequeno mundo e em
nossas grandes verdades.
Esquecemo-nos que nossa condição de cristãos é
definida por uma vida dada, partilhada e fortalecida pelo sopro do Espírito
Santo que nos impulsiona a transformar nossas fraquezas e limitações em serviço
capaz de derrotar nossa covardia e desilusão fazendo-nos sonhar com um mundo
novo.
O
dom do Espírito Santo deve nos fazer proclamar como os cristãos dos Atos dos
Apóstolos: Somos gente de todas as partes e com muitos modos de pensar e agir
não importa de onde viemos e para onde vamos, importa que nos deixemos guiar
pelo Espírito Santo.
O
Espírito é luz que alumia, convoca e envia a Igreja em missão, renova a
esperança e anuncia o dia da festa e da libertação.
Creio
no Espírito Santo que renova o homem com a liturgia creio no Espírito Santo que
mata a fome na Eucaristia.
Há
um povo faminto ao meu lado sedento de paz, com fome de amor, não falte a justa
partilha na mesa do pobre o pão do Senhor.
Ele
ajuda fazer a história recriando a vida faz um mundo novo, e faz na Igreja a
memória de olhos abertos pra fome do povo.
https://www.youtube.com/watch?v=-6YvFBtmZCA
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