quinta-feira, 20 de maio de 2021

HOMILIA PARA O DIA 23 DE MAIO DE 2021 - DOMINGO DE PENTECOSTES - ANO B

 

CONSTRUIR COMUNHÃO E UNIDADE

Poucas coisas são mais significativas em nosso cotidiano do que participar de campanhas solidárias para diminuir o sofrimento das pessoas. Neste tempo de pandemia foi possível experimentar de maneira mais intensa experiência de ajuda-mútua e caridade fraterna. Ao mesmo tempo em que a pandemia teve uma duração maior do que as autoridades sanitárias previam inicialmente aos poucos as pessoas foram tomadas de certo cansaço e quase desilusão dando espaços para discussões sobre fatos e situações de pouca importância. Ora, isso que acontece conosco é muito semelhante à experiência da comunidade de Corinto para quem São Paulo escreve a carta que é a segunda leitura desse domingo.

Os coríntios eram fervorosos na oração, mas não servem de exemplo quando se refere à vivência da fraternidade e da comunhão: Irmãos: Ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor a não ser no Espírito Santo. Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum”. Estas palavras de Paulo caem como uma luva em nossas mãos à medida que também nós nos consideramos “o umbigo do mundo”, a “última bolacha do pacote” os “escolhidos e iluminados” e tratamos aqueles que não fazem parte do nosso grupo como se fosse gente de segunda categoria.

Na mesma proporção em que vivenciamos coisas boas e bonitas neste tempo de pandemia, também somos atormentados por uma série de situações que fogem ao nosso controle e ameaçam o futuro das nossas comunidades e da sociedade como um todo. Nesse contexto, Jesus se revela a nós, como para os discípulos no Evangelho de hoje: “Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e pondo-se no meio deles, mostrou-lhes as mãos e o lado” Fazendo-se reconhecer lhes dá uma vacina de ânimo que transforma a aquele minúsculo e medroso grupo na Igreja que deitou raízes pelo mundo inteiro: “A paz esteja com vocês”! Ora, como os discípulos de outrora, também nós muitas vezes somos medrosos e nos fechamos em nosso pequeno mundo e em nossas grandes verdades.

Esquecemo-nos que nossa condição de cristãos é definida por uma vida dada, partilhada e fortalecida pelo sopro do Espírito Santo que nos impulsiona a transformar nossas fraquezas e limitações em serviço capaz de derrotar nossa covardia e desilusão fazendo-nos sonhar com um mundo novo.

O dom do Espírito Santo deve nos fazer proclamar como os cristãos dos Atos dos Apóstolos: Somos gente de todas as partes e com muitos modos de pensar e agir não importa de onde viemos e para onde vamos, importa que nos deixemos guiar pelo Espírito Santo.

O Espírito é luz que alumia, convoca e envia a Igreja em missão, renova a esperança e anuncia o dia da festa e da libertação.

Creio no Espírito Santo que renova o homem com a liturgia creio no Espírito Santo que mata a fome na Eucaristia.

Há um povo faminto ao meu lado sedento de paz, com fome de amor, não falte a justa partilha na mesa do pobre o pão do Senhor.

Ele ajuda fazer a história recriando a vida faz um mundo novo, e faz na Igreja a memória de olhos abertos pra fome do povo.

 

 

 https://www.youtube.com/watch?v=-6YvFBtmZCA

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