AMAR COMO DEUS!
Zygmunt Bauman foi um sociólogo que viveu na
Inglaterra até 2017, escreveu mais de 40 livros, entres eles um que se
intitula: Amor Líquido. Nessa obra o autor trata da fragilidade das formas de
amor contemporâneo. Ele afirma que a era das tecnologias tornou as relações
humanas tão frágeis que as pessoas amam e deixam de amar com a mesma facilidade
como apertam a tecla “delete” no teclado do computador. Segundo Bauman a
modernidade é liquida e por consequência todas as relações humanas são também
nesse estágio. Tudo muda com tanta facilidade que as pessoas dizem que amam e
deixam de amar com uma rapidez imprevisível.
Pois é exatamente o contrário disso que nos sugere a
Palavra de Deus desse domingo. A segunda leitura, sempre da carta de João, insiste
em definir Deus e o seu jeito de ser. O autor da carta não fala que Deus ama, ou
deixa de amar, pelo contrário diz: “Deus é
amor.” E a partir daí aponta para a possibilidade de estar ou não com ele: “Amemo-nos uns aos outros, porque o
amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece Deus. Quem não ama, não chegou a conhecer a Deus”.
O
autor dessa carta não faz uma definição de amor ou de Deus a partir de ideias
bonitas, mas a partir da própria essência de Deus: Ele é amor! E o jeito de
amar de Deus fica claro na primeira
leitura e no evangelho.
No
texto dos atos dos apóstolos: “Pedro tomou a palavra e disse:
'De fato, estou compreendendo que Deus não faz distinção
entre as pessoas. Pelo contrário, ele aceita quem o
teme e pratica a justiça, qualquer que seja a
nação a que pertença”. Isso significa o que é decisivo no jeito de ser de Deus
é o amor incondicional, o amor de Deus só não alcança aqueles que decididamente
não querem. Quanto a nós que declaramos ser seguidores de Jesus somos
desafiados a renovar constantemente a disponibilidade para amar, como Jesus
propõe no evangelho.
“Como
meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei
no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis
no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu
amor. Ninguém tem amor maior do
que aquele que dá sua vida pelos amigos. Vós sois meus amigos”.
Não
se trata de amar de qualquer jeito ou por algum tempo, ou em determinadas
circunstâncias. Não serve cultivar o amor líquido da modernidade que se faz um
cópia e cola de acordo com o interesse e deleta ou dá um esc quando alguém já deixou de ser importante para os nossos
projetos.
E
então o Mestre nos diz, uma vez mais, que nos amemos uns aos outros. Não de
qualquer jeito, não com teorias, mas como ele mesmo nos amou. Nossa felicidade
terá, enfim, o tamanho das amizades que nosso amor tiver construído. Afinal,
viver entre nós o amor maior dos amigos que dão a vida significa, em outras
palavras, “permanecer no amor” de Deus, confiando naquele que se fez Amigo.
“Eu
que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto
e o vosso fruto permaneça”. Fazer parte dos amigos de
Jesus implica em participar efetivamente da missão de transformar o mundo em um
lugar onde o amor triunfe sempre. Somos chamados a dar um basta em toda forma
de sofrimento, de egoísmo, de miséria, de injustiça, de opressão e escravidão.
Isso significa todos os dias e sempre ser construtores da justiça, da paz, da
comunhão e da solidariedade. Afinal é isso que rezamos no salmo desse domingo.
R. O Senhor fez conhecer a salvação e
revelou sua justiça às nações.
1Cantai ao Senhor Deus um
canto novo,*
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo*
alcançaram-lhe a vitória.R.
2O Senhor fez conhecer a
salvação,*
e às nações, sua justiça;
3arecordou o seu amor sempre fiel*
3bpela casa de Israel.R.
3cOs confins do universo
contemplaram*
3da salvação do nosso Deus.
4Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira,*
alegrai-vos e exultai!R.
Obrigada Padre ajudou muito na minha reflexão
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