A VERDADE E O
AMOR SE ENCONTRARÃO
A oração que nos introduz na liturgia da Palavra desse
domingo é uma espécie de síntese dos três textos que foram proclamados: “Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos
que erram para retomarem o bom caminho, dai a todos os que professam a
fé rejeitar o que não convém ao cristão, e abraçar tudo o que é digno
desse nome”.
Ora o que significa ver a luz da verdade senão compreender
a Palavra de Deus com suas promessas e indicações para a vida. O profeta Amós,
por volta de 700 anos antes de Cristo já provou a incompreensão daqueles que
preferiam andar e manter as pessoas nas trevas do erro, Ele, no entanto,
declarou com segurança para que veio e por que veio: “não sou profeta nem sou filho de profeta; sou
pastor de gado e cultivo sicômoros. O Senhor
chamou-me, quando eu tangia o rebanho, e o Senhor
me disse: 'Vai profetizar para Israel, meu povo”. Convicto do chamado que havia recebido e da missão que
lhe fora pedida agiu com a liberdade e a firmeza de profeta não se deixando amordaçar
nem pelos interesses e vantagens pessoais que poderia usufruir se tivesse
negado a responsabilidade.
São Paulo, descreve aos efésios a
ação de Deus em favor das pessoas: “Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele
nos abençoou com toda a bênção do seu Espírito em virtude de nossa união com
Cristo, no céu. Ele nos predestinou para sermos seus
filhos adotivos… Pelo seu sangue, nós somos libertados. Nele também vós ouvistes a palavra da verdade, o evangelho que vos salva”.
Aceitar e colocar Cristo como centro de nossas vidas implica manter a liberdade
inclusive dos nossos interesses mesquinhos e da política de “levar vantagem”.
No evangelho Jesus é muito objetivo
no mandato que dá aos discípulos quando se trata de rejeitar tudo o que não convém
ao cristão: “Jesus chamou
os doze, e começou a
enviá-los dois a dois, dando-lhes poder sobre os espíritos impuros. Recomendou-lhes que não levassem nada
para o caminho, a não ser um
cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas”. Estes
objetos que aparentemente são insignificantes, na verdade são mecanismos de
escravidão que nos impedem de abraçar tudo o que é digno da condição de seguidores
d’Ele. O seguidor de Jesus oferece sua vida testemunhando sobriedade, pobreza,
servindo na alegria e na caridade. O verdadeiro discípulo não faz imposições
antes faz proposições chamando a todos para a responsabilidade.
A missão não é reservada a um grupo
de especialistas e iluminados os doze significam a totalidade daqueles que
creem e são chamados a viver na luz da verdade e no caminho da liberdade, para
dar conta dessa tarefa nós rezamos cantando: “Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade,
e a vossa salvação nos concedei”.
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