terça-feira, 7 de setembro de 2021

HOMILIA PARA O DIA 12 DE SETEMBRO DE 2021 - 24º COMUM - AN0 B

 

Reconhecer, aceitar e assumir a causa daquele que acreditamos

Os conceitos e definições que se dão para a pessoa de Jesus são algumas das manifestações mais divulgadas e pelo maior número de meios de comunicação na atualidade. Imagens e frases de efeito estampadas nas vestimentas, adesivos e faixas em espaços públicos, frases e canções em todos os gêneros literários e musicais, imagens e mensagens circulam em abundância pelas redes sociais. Nesse sentido se pode dizer que na atualidade como outrora as pessoas têm muitas opiniões e respostas para a pergunta que Jesus dirige aos discípulos no Evangelho desse domingo: “Quem dizem as pessoas que eu sou? ”

Porém a Palavra de Deus nas três leituras nos sugere muito mais do que dar uma definição sobre quem é Jesus, pois ao dizer isso supõe que associado a essa definição aqueles que a manifestam tem também a responsabilidade de agir de acordo com aquilo que acreditam.

Podemos começar pela definição que o profeta faz na primeira leitura: O Senhor abriu-me os ouvidos; o Senhor Deus é meu Auxiliador, A meu lado está quem me justifica; sim, o Senhor Deus é meu Auxiliador”.  Entretanto ao fazer estas confissões o profeta declara que: Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba: não desviei o rosto de bofetões e cusparadas. Não me deixei abater o ânimo”. Isso significa que reconhecer a presença de Deus em nossa vida implica também testemunhar a Palavra da Salvação que Ele oferece, enfrentar a perseguição e as incompreensões, compreender que apesar dos sofrimentos a vida humana não está destinada ao fracasso, tal como foi a vida de Jesus em quem os primeiros cristãos reconheceram como sendo a pessoa de Jesus Cristo.

A mesma convicção é atestada por São Tiago na segunda leitura. Aceitar e seguir Jesus Cristo não é uma coisa que se faça com belas palavras e bonitas teorias, antes implica gestos e atitudes concretas de amor, de partilha, de serviço e de solidariedade para com as pessoas.  Meus irmãos, que adianta alguém dizer que tem fé, quando não a põe em prática? A fé: se não se traduz em obras, por si só está morta pelo contrário, afirmar em quem a gente acredita implica fazer sintonia entre palavras e ações: Em compensação, alguém poderá dizer: Tu tens a fé e eu tenho a prática! Tu, mostra-me a tua fé sem as obras, que eu te mostrarei a minha fé pelas obras”.

No Evangelho Jesus provocou os discípulos a lhe dar uma resposta que tivesse sintonia entre as palavras e a vida: Quem dizem os homens que eu sou? E vós, quem dizeis que eu sou? Pedro respondeu: Tu és o Messias” Quando Pedro lhe responde corretamente Jesus completa com a consequência dessa resposta, ou seja, não basta dizer que Ele é o Messias, é preciso compreender as implicações dessa resposta: começou a ensiná-los, dizendo que o “Filho do Homem devia sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei; devia ser morto, e ressuscitar depois de três dias. No momento em que Pedro não concorda com essa atitude Jesus lhe repreende com severidade: Jesus voltou-se, olhou para os discípulos e repreendeu a Pedro, dizendo: 'Vai para longe de mim, Satanás!' Tu não pensas como Deus, e sim como os homens”. E conclui sua fala com uma declaração que permite fazer uma ponte com as palavras do profeta: “Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la”.

Na Condição de Messias e enviado do Pai Jesus é muito claro dizendo que a vida verdadeira não passa pelos triunfos e êxitos humanos, mas pelo amor e pela entrega dela até as últimas consequências. Quem acredita em Jesus é convidado a agir como Ele!

Não se trata de pessoas que amam o sofrimento pelo sofrimento, a dificuldade pela dificuldade, ou de rebeldes sem causa. O Mestre nos quer participantes da sua missão por uma vida que se doa e se plenifica no serviço da caridade, da compaixão e do trabalho por uma vida que esteja em conformidade com aquilo que rezamos: “Ó Deus criador de todas as coisas, voltai para nós o vosso olhar e para sentirmos em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração”.

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