Reconhecer, aceitar e
assumir a causa daquele que acreditamos
Os conceitos e
definições que se dão para a pessoa de Jesus são algumas das manifestações mais
divulgadas e pelo maior número de meios de comunicação na atualidade. Imagens e
frases de efeito estampadas nas vestimentas, adesivos e faixas em espaços
públicos, frases e canções em todos os gêneros literários e musicais, imagens e
mensagens circulam em abundância pelas redes sociais. Nesse sentido se pode
dizer que na atualidade como outrora as pessoas têm muitas opiniões e respostas
para a pergunta que Jesus dirige aos discípulos no Evangelho desse domingo: “Quem dizem as pessoas que eu sou?
”
Porém a Palavra de Deus
nas três leituras nos sugere muito mais do que dar uma definição sobre quem é
Jesus, pois ao dizer isso supõe que associado a essa definição aqueles que a manifestam
tem também a responsabilidade de agir de acordo com aquilo que acreditam.
Podemos começar pela
definição que o profeta faz na primeira leitura: “O Senhor
abriu-me os ouvidos; o Senhor Deus é meu Auxiliador, A meu lado
está quem me justifica; sim, o Senhor Deus é meu Auxiliador”. Entretanto ao fazer
estas confissões o profeta declara que: “Ofereci as costas para me baterem e as faces para me arrancarem a barba: não desviei o rosto de
bofetões e cusparadas. Não me deixei abater o ânimo”. Isso significa que reconhecer a presença de Deus em nossa
vida implica também testemunhar a Palavra da Salvação que Ele oferece,
enfrentar a perseguição e as incompreensões, compreender que apesar dos
sofrimentos a vida humana não está destinada ao fracasso, tal como foi a vida
de Jesus em quem os primeiros cristãos reconheceram como sendo a pessoa de
Jesus Cristo.
A mesma convicção é
atestada por São Tiago na segunda leitura. Aceitar e seguir Jesus Cristo não é
uma coisa que se faça com belas palavras e bonitas teorias, antes implica
gestos e atitudes concretas de amor, de partilha, de serviço e de solidariedade
para com as pessoas. “Meus irmãos, que adianta
alguém dizer que tem fé, quando não a põe em prática? A fé: se não se traduz em obras, por si só
está morta” pelo contrário, afirmar em quem a gente acredita implica
fazer sintonia entre palavras e ações: “Em
compensação, alguém poderá dizer: Tu tens a fé e eu
tenho a prática! Tu, mostra-me a tua fé sem as obras, que eu te mostrarei a
minha fé pelas obras”.
No Evangelho Jesus provocou os discípulos a lhe dar uma
resposta que tivesse sintonia entre as palavras e a vida: “Quem dizem os homens que eu sou? E vós,
quem dizeis que eu sou? Pedro respondeu: Tu és o Messias” Quando Pedro lhe responde
corretamente Jesus completa com a consequência dessa resposta, ou seja, não
basta dizer que Ele é o Messias, é preciso compreender as implicações dessa
resposta: começou
a ensiná-los, dizendo que o “Filho do Homem
devia sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e
doutores da Lei; devia ser morto, e ressuscitar depois de três dias”. No momento em que Pedro
não concorda com essa atitude Jesus lhe repreende com severidade: “Jesus voltou-se,
olhou para os discípulos e repreendeu a
Pedro, dizendo: 'Vai para longe de mim, Satanás!' Tu não pensas como Deus, e
sim como os homens”. E conclui sua fala com uma declaração que permite fazer uma
ponte com as palavras do profeta: “Se alguém me quer
seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. Pois
quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas
quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho, vai salvá-la”.
Na Condição de Messias e enviado do Pai Jesus é muito claro
dizendo que a vida verdadeira não passa pelos triunfos e êxitos humanos, mas
pelo amor e pela entrega dela até as últimas consequências. Quem acredita em
Jesus é convidado a agir como Ele!
Não se trata de pessoas que amam o sofrimento pelo
sofrimento, a dificuldade pela dificuldade, ou de rebeldes sem causa. O Mestre
nos quer participantes da sua missão por uma vida que se doa e se plenifica no
serviço da caridade, da compaixão e do trabalho por uma vida que esteja em conformidade
com aquilo que rezamos: “Ó
Deus criador de todas as coisas, voltai para nós o vosso olhar e para sentirmos
em nós a ação do vosso amor, fazei que vos sirvamos de todo o coração”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário