quarta-feira, 15 de setembro de 2021

HOMILIA PARA O DIA 19 DE SETEMBRO DE 2021 - 25º COMUM - ANO B

                                  O FRUTO DA JUSTIÇA É SEMEADO NA PAZ

Se tem uma coisa bonita nas relações humanas, uma delas é a valorização das pessoas, dos dons e carismas, das qualidades e do reconhecimento por serviços prestados voluntariamente. Nesse tempo de isolamento social o mundo inteiro teve oportunidade de reconhecer muitos heróis anônimos que se destacaram pela maneira como encararam as dificuldades próprias da condição em que a humanidade se encontrou. Esses são os verdadeiros heróis. E é sobre heroísmo e cultivo de valores verdadeiros que tratam as leituras desse domingo.

O autor do livro da Sabedoria apresentando a situação na qual vive o povo judeu, que havia perdido a sua identidade, os convida a redescobrirem a fé e os valores que foram cultivados por seus antepassados garantindo que só no verdadeiro Deus está a sabedoria e felicidade. Na figura da bondade e da iniquidade ele distingue a sabedoria de Deus e a sabedoria do mundo. Escolher a sabedoria de Deus não é sinônimo de vida fácil, apesar disso, ontem como hoje todos são convidados a escolher a sabedoria de Deus com todas as consequências que essa opção pode ter em nossa vida.

São Tiago, na segunda leitura dá uma indicação bem precisa do que significa viver segundo a sabedoria de Deus. A sabedoria do mundo é responsável por infelicidades, violência, divisões e conflitos: “Caríssimos: Onde há inveja e rivalidade, aí estão as desordens e toda espécie de obras más. Por outra parte, a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, pacífica, modesta, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem fingimento. O fruto da justiça é semeado na paz, para aqueles que promovem a paz”.

Mais uma vez no Evangelho Jesus está ensinando os apóstolos e lhes mostrando as consequências de uma vida comprometida com um projeto de vida que não seja a glória, e os elogios do mundo: “Jesus estava ensinando aos seus discípulos E dizia-lhes: 'O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão. Mas, três dias após sua morte, ele ressuscitará”.

A conclusão do Evangelho desse domingo fica clara que a grandeza a importância do discípulo não reside no poder e na autoridade sobre os demais, mas quando é capaz de amar, acolher, cuidar e se responsabilizar pelos demais: “Se alguém quiser ser o primeiro, que seja o último de todos e aquele que serve a todos!' Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles, e abraçando-a disse: 'Quem acolher em meu nome uma destas crianças, é a mim que estará acolhendo. E quem me acolher, está acolhendo, não a mim, mas àquele que me enviou”.

Jesus desmascara a ambição daqueles que se julgam melhores que os outros, que querem ocupar funções e serviços para terem domínio sobre os demais. Na criança desprovida de qualquer interesse Jesus mostra como é possível para qualquer pessoa em qualquer tempo se tornar grande não seguindo a lógica do mundo.

Famosos, não são aqueles que cumprem todas as regras, todas as leis, famoso, na lógica de Deus são os trabalhadores honestos que com o suor do seu rosto garantem o sustento das famílias e o progresso da sociedade. Heroínas são as mães que multiplicam o pão na mesa e educam os filhos para uma vida honesta. Heróis são aqueles que arriscam a própria vida para salvar a dos outros.

Ao contrário do carreirismo, da fama, dos aplausos o Evangelho nos convida a dedicar nossas vidas por causas que valham a pena. A esse tipo de pessoa o Papa Francisco chama de Santo: Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam os seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir. Nesta constância de continuar a caminhar dia após dia, vejo a santidade da Igreja militante. Esta é muitas vezes a santidade «ao pé da porta», daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus, ou – por outras palavras – da «classe média da santidade.”

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