ACOLHER
E OBEDECER A PALAVRA
O
ataque terrorista ocorrido nesta semana na Espanha dispensa comentários e não há
quem não tenha sentimento de compaixão pelas vítimas da tragédia, indignação em
relação aos responsáveis e questionamentos sobre o que o mundo pode fazer para
que situações como esta deixem de se repetir.
Não
é difícil fazer uma analogia entre o terrorismo e a primeira leitura deste
domingo, que conta em linguagem figurada a luta ente uma mulher grávida e um
dragão. No final da leitura tanto a mulher que deu à luz como seu Filho saíram
ilesos e vitoriosos. E a leitura termina com uma afirmação espetacular: “"Agora
realizou-se a salvação, a força e a realeza do nosso Deus, e o
poder do seu Cristo".
Dito em outras
palavras é possível compreender que nenhuma ameaça, nenhuma atrocidade será
maior que a salvação, a força e a realeza de Deus e do seu Filho. E neste
contexto se pode reconhecer a figura de Maria, mãe de Jesus.
A narrativa da
primeira leitura que retrata um encontro entre o bem e o mal termina com a
vitória do bem, cuja força é dada a Maria para quem a Igreja desde muito cedo
aplicou a figura da mulher vestida de sol. Foi para Maria que Deus preparou um
lugar no deserto, onde ela vive para sempre. O filho que nasceu daquela mulher
é Jesus foi levado para
junto de Deus e do seu trono.
Convictos desta
realidade a Igreja canta no salmo: “À
vossa direita se encontra a rainha, com veste esplendente de ouro de Ofir. As filhas de reis vêm ao vosso encontro,
e à vossa
direita se encontra a rainha”.
A
mulher vencedora é aquela que São Paulo fala na segunda leitura afirmando que
farão parte da morada do Deus os
que pertencem a Cristo. Aqueles que
pertencem a Cristo, não o fazem por um privilégio que tenham adquirido em
qualquer circunstância da vida.
Pelo contrário,
pertencem a Cristo porque souberam, como Maria, guardar todas as coisas em seu
coração e fazer tudo o que ele diz. Maria venceu o dragão que queria lhe
destruir a vida e devorar o Filho porque ela foi a primeira a fazer o que
recomendou a todos: “façam tudo o que Ele lhe disser”.
Bem disse Santa
Teresinha do Menino Jesus: “Maria Elevada a glória do céu espera dos cristãos mais
do que ser reconhecida como Virgem e Rainha. Ela prefere ser imitada na
simplicidade e nas provações que a vida lhes oferece”.
É neste sentido
que a Igreja recorda a vida religiosa, condição em que homens e mulheres que se
sentem chamados a servir Cristo e a Igreja neste estilo de vida procuram imitar
Maria na alegre disponibilidade ir às pressas ao encontro daqueles que mais
precisam.