MISERICÓRDIA
É O SEU NOME
Ninguém
duvida que a Copa do Mundo é uma oportunidade de lazer, esporte, turismo,
entretenimento e uma série de outras oportunidades para desenvolver relações
humanas saudáveis e prazerosas. Mas é também uma oportunidade para perceber
como muitas situações que não deveriam acontecer entre pessoas educadas e que
se respeitam tivessem lugar. Entre elas vale lembrar o episódio do grupo de
brasileiros que usou das redes sociais para divulgar uma situação de absoluto
desrespeito humano quando constrangeram publicamente uma pessoa de outra
nacionalidade e que não conhecia o nosso idioma. Sem sombra de dúvida isso é o
que se pode chamar numa linguagem litúrgica de “falta de misericórdia”.
Pois
é de misericórdia que trata a Palavra de Deus neste dia em que se recorda
também o nascimento do maior profeta que a religião cristã reconhece. João Batista
tem um significado tão especial para a Igreja Ele é o único santo no calendário
que se celebra o dia do nascimento e o dia da sua morte. O nome João significa:
“Deus é misericórdia”. Filho de um
casal de velhos cujas esperanças de paternidade já haviam se extinguido por
força da sua idade e de outras condições humanas. O pai que era sacerdote do
Templo de Jerusalém se comportava como um fiel cumpridor da lei em decorrência disso
muitas vezes serviu de instrumento de opressão e de ações que não usavam da
misericórdia para com as pessoas.
Neste
contexto Deus mostra sua presença e seu amor, enche de alegria a casa de
Zacarias e de Isabel ao mesmo tempo que faz a vizinhança exultar de admiração: “Todos se perguntavam: O que vai ser deste menino?
”. Quando Zacarias duvidou da ação de Deus ficou sem poder falar até o
nascimento da criança neste tempo ouviu Maria proclamar a bondade de Deus quando
cantou: “O poderoso fez obras grandiosas e santo é o seu nome, sua misericórdia
se estende por todas as gerações daqueles que o amam”.
Em
João Batista se confirma o que o profeta tinha anunciado 700 anos antes: “Nações marinhas, ouvi-me, povos distantes, prestai atenção: o Senhor chamou-me antes de eu nascer, desde o ventre de minha mãe ele
tinha na mente o meu nome; fez de minha
palavra uma espada afiada, protegeu-me à
sombra de sua mão e fez de mim uma flecha aguçada, escondida em sua aljava, e disse-me: Tu és o meu Servo, Israel, em
quem serei glorificado”.
Na esteira da fé herdada
dos antepassados também a Igreja hoje se alegra porque sabe que Deus reconhece
a fundo o coração de todos, sabe que as pessoas de hoje são tecidas pelo
cuidado de Deus desde o ventre materno. Recordar João Batista não é
simplesmente fazer a repetição de uma história, pelo contrário é pedir a graça
de não se deixar macular pela falta de caridade, mas de agir com misericórdia
para com todos.
Como Igreja em assembleia
de oração todos são convidados a renovar o compromisso de respeito para com
todas as pessoas em todos os lugares, ao mesmo tempo que se faz uma experiência
da misericórdia de Deus pedir a força e a graça de ser para todos “Sal da terra
e luz do mundo” como sinais de Deus em todas as relações humanas.