sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

HOMILIA PARA O DOMINGO DA SAGRADA FAMÍLIA 2013

COMO É BOM TER FAMÍLIA...

Não são necessários grandes estudos  para compreender a importância das relações familiares.  Desde muito tempo o ser humano tem certeza que nasceu para se relacionar com o outro e que é na dinâmica relacional que ele se completa. Dito em outras palavras o ser humano nasce pronto, mas não completo, ele só se completa na relação com o outro. A relação mais elementar do ser humano é a família. A constituição brasileira de 1988 descreve a família como “a base da sociedade e afirma que esta relação merece a proteção do estado”.  Dentre os sentimentos mais nobres que o natal permite cultivar está o espírito de família, não sem razão a Igreja coloca o primeiro domingo depois do Natal a memória da Sagrada Família de Nazaré.

As orações e a Palavra de Deus escolhida para este domingo são a confirmação do que é o sentimento humano também na atualidade.  O livro do Eclesiástico fala de uma verdade que toca profundamente a realidade das relações familiares: “Deus honra o pai nos filhos e confirma, sobre eles, a autoridade da mãe. Quem honra o seu pai, alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração quotidiana. Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros”.

Dentre os medos da sociedade moderna, um deles está totalmente relacionado com esta afirmação, isto é, onde falta o respeito e o perdão, abre-se lugar para todo tipo de pecado, de discórdia e naturalmente nenhum tesouro se acumula ali.

Numa proporção maior a Salmo faz perceber que as vivências na família precisam e podem ser estendidas na relação com Deus, por isso mesmo se reza: Feliz és tu se temes o Senhor e trilhas seus caminhos! Do trabalho de tuas mãos hás de viver, serás feliz, tudo irá bem!”.

São Paulo escreve aos Colossenses e faz um convite que precisa ser estendido às famílias contemporâneas: “Vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós também”.

Naturalmente que ninguém precisa se iludir pensando que esta situação pode ser vivida em todas as famílias e que nenhum sofrimento, tristeza ou provação vá se abater  mesmo em quem  confia no Senhor. O relato do evangelho é um convite à coragem, no caso da família de Nazaré por conta das ameaças contra a vida  que o sistema impunha naquela ocasião.

Rezar, hoje, celebrando a Sagrada Família é um convite a viver sob o olhar de Deus, vivenciado o que sugere o livro do Eclesiástico e o que afirma São Paulo, mas, sobretudo, tendo coragem para enfrentar as ameaças pelas quais passa a família na atualidade. Não se pode esquecer que a fraternidade entre todos tem seu ninho na família e que a medida que ela aconteça vai se construindo a paz. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário